sábado, 2 de maio de 2015

O que merece ser glorificado!


Gosto de trabalhar mas aprecio muito pouco ser definida como trabalhadora. Como também não gosto de ser catalogada com outros epítetos idênticos que a sociedade me atribui e pouco ou nada dizem sobre a pessoa que sou.
De facto, nem o numero fiscal, nem o do Serviço Nacional de Saúde ou o NIB contribuem alguma coisa para a definição do meu perfil. Servem apenas para me catalogar num universo que desconheço e no qual me inserem. Mas que nada adianta ou esclarece sobre o meu verdadeiro "eu".
Por isso, nem o dia do trabalhador nem o dia da mulher constituem datas com as quais me identifique ou tenham para mim real significado.
O 1ª de Maio é e será, sempre, o dia em que nasceu o meu primeiro filho e, este facto sim, define uma parte importante daquela que fui, daquela que sou e daquela que serei. 
É verdade que sou trabalhadora mas não faço dessa circunstância nem uma mística nem uma filosofia, já que trabalho para viver e não vivo para trabalhar. Porque, acredito, o essencial da vida está muito para além do trabalho. E isso, sim, é que merece ser glorificado!

HSC

27 comentários:

Anónimo disse...

Acenderei hoje, ao fim da tarde, uma vela numa abadia , em homenagem ao Miguel.
O Amor fica como o factor essencial bem acima de tudo o resto. O trabalho, por vezes, vira mesmo Arbeit Macht Frei..
L.L.

Anónimo disse...

Nada define um ser humano, a não ser o modo como se constrói e reconstrói, isto é, o modo como se vai definindo, como se vai narrando, o modo como perceciona o seu ser mais profundo.
Mas para isso é necessário um grau mínimo de liberdade, que muitas (a maior parte?) das mulheres não têm.

Relativamente à mulher, se o Dia Internacional da Mulher for uma forma de pressão internacional contra a violência e abusos a que é sujeita (por ser mulher) viva o Dia da Mulher!

Entre muitas outras atrocidades que são cometidas contra as mulheres, não esqueçamos que em várias zonas da África e da Ásia, a prática das 'noivas crianças' é uma realidade, uma prática ancestral, apesar de existir legislação.
Milhares de meninas em idade escolar, são obrigadas a casar-se com homens mais velhos, tornando-se propriedade da família, que devem servir.
E são sujeitas à maior brutalidade. Mesmo! (cortar o nariz, cortar braços).
Sobre o que se passa em Portugal, é do conhecimento de todos, o aumento das mortes de mulheres vítimas de violência doméstica.

Alguém disse 'Falta ambição às mulheres que procuram ser iguais aos homens'.

O dia da mulher teve origem num acontecimento inimaginável: no séc. XIX operárias de uma fábrica têxtil, nos EUA, fizeram greve, para baixar de 16h para 10h de trabalho, porque ganhavam 1/3 do salário masculino, nas mesmas funções. As mulheres foram encerradas na fábrica que foi incendiada. 130 mulheres morreram no incêndio.

Justifica-se o Dia do Trabalhador, porque o Trabalho está hoje muito barato, porque os falsos recibos verdes continuam, etc., etc., etc.

O que se faz do Dia da Mulher e do Dia do Trabalhador, isso já é outra coisa. Se for só uma fachada, sem sentido, nem consequência...

Não podemos deixar que tudo caia na indiferença e no esquecimento.

Como fazer, então?


Anónimo disse...

o dia do trabalhador não é a glorificação do trabalho ou do trabalhador, mas a chamada de atenção para as injustiças, abusos e violência que existe nas nossas sociedades.
É uma forma de luta pelos direitos humanos.

Anónimo disse...

A forma como se posiciona perante a luta contra as atrocidades cometidas contra as mulheres e contra quem trabalha, diz na realidade muito sobre o seu verdadeiro 'eu'.

Anónimo disse...

O 1º de Maio tem origem num protesto em Chicago em que trabalhadores revoltados com o seu horário que chegava a 18 horas diárias exigiam oito horas de trabalho, oito horas de lazer e oito horas de repouso. Sem aviso, a policia disparou para a multidão e provocou mortes. O dia da mulher tem origem na greve das operárias de uma fábrica que trabalhavam 16 horas por dia. estas mulheres queriam a redução para as 10 horas de trabalho. Foram fechadas na fábrica que foi incendiada. Morreram 130 operárias.
Factos destes não deviam ser esquecidos. Mas compreendo que nem todos pensem assim.
Maria L

Anónimo disse...

🌷

Anónimo disse...

Senhora,o único universo que importa,é o do essencial e esse,mora mesmo aí,dentro de sí,e bate forte,até de madrugada.Sei que sabe.
Um doce para si.

Ambrósio

Virginia disse...

O dia do Trabalhador não tem razão de ser já que todos somos ou fomos trabalhadores, de modo que passou a ser o dia do Cidadão. Tanto trabalham os patrões das fábricas como os funcionários, os lojistas, os caixas dos supermercados, os motoristas de transportes publicos, os CEO's, os médicos, engenheiros, arquitectos, professores, etc.
Tudo trabalha e os que não o fazem, desejariam fazê-lo.
Uma senhora ontem dizia que devia ser o dia do desempregado, talvez houvesse um movimento de solidariedade e fosse mais produtivo!!

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Anónimo das 12:33 não tresleia para tirar as conclusões que mais lhe convêm para traçar o meu retrato.
Que não goste do que eu escrevo é um direito seu. Fazer apreciações sobre o meu carácter já não o é.
E faze-lo sob anonimato "diz na realidade muito sobre o seu eu"!

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros comentadores
Com a idade que tenho, sei muito bem o que "ainda" tentam que o Dia da Mulher e o Dia do Trabalhador representem.
Pena que a maioria que tanto os defende faça pouco pela violencia doméstica contra as mesmas cometida pelos homens e companheiros...
Quanto ao 1 de Maio é ver as praias cheias dos seus defensores!

Anónimo disse...

La diria Falabela sobre estes temas, 'coisa di pobre' . Infelizmente, para muitos, é mais isso. :-(

Anónimo disse...

Dia do Cidadão?!
Que romântico, quanta igualdade, na terra do faz de conta!

Os cidadãos não têm todos as mesmas condições de trabalho. Ninguém pode negar que existem explorados (até trabalho escravo existe).

Se fosse assim tudo tão lindo, o 1º de Maio nunca tinha sido proibido.

Em Portugal, só a partir de 1974, se começou a comemorar o 1º de Maio.
Na Suécia, em 1890.

O 1º de Maio não celebra os trabalhadores, mas a luta por condições de trabalho justas.


Anónimo disse...

Também as praias estão cheias de votos ausentes e as campanhas para as eleições, e as próprias, não param.
Digo-lhe 'Os partidos no poder nada dizem do meu verdadeiro eu'.

Anónimo disse...

Ha uma classe à qual nao agrada as lutas contra as injustiças e desigualdades. Interessa mais um povo caladinho, conformado e se possivel analfabeto. Pessoalmente, acho que faz muito mais sentido o dia da mulher e o dia do trabalhador do que o dia do santa X ou do santo Y ( e sou católico). Pedro

Helena Sacadura Cabral disse...

Pedro
Ainda bem para si. Espero que tenha sido um dos homens a apoiar a luta das mulheres de hoje e a pedir a Deus pelas que ainda agora são maltratadas pelos homens!

Helena Sacadura Cabral disse...

LL
Muito obrigada pelo seu gesto que muito me sensibilizou!

Unknown disse...

Estimada Helena Sacadura Cabral,

Depois da interrupção do tranquilo jantar que estava a ter, queremos agredecer a atenção que nos deu e desejar um excelente dia da Mãe.
Permita-nos uma vez mais um beijinhos, Pecado & Gula.

Anónimo disse...

Minha senhora nao tenha a menor duvida que faço a minha parte. Lutar por direitos das pessoas é compatível com apoia-las e trata-las bem. Nao percebo porque acha que nao é. E tambem é compatível com ir à praia, veja lá. Este é o mundo real, HSC. No seculo XXI. Pedro

Anónimo disse...

Milady

🌹🌹🌹

Anónimo disse...

O que merece ser glorificado...a partilha.
Se tiver tempo dance com alguém que a faça feliz.
http://youtu.be/979jgSeQWTA

🌟

Fatyly disse...

Concordo e faço minhas as suas palavras: "Porque, acredito, o essencial da vida está muito para além do trabalho." embora o trabalho seja um "bem essencial para a dignidade humana, excepto para quem viva de rendimentos ou tenha pais que os sustentam", porque quase dois milhões que procuram incessantemente...é obra e de uma tristeza profunda.

Um beijo pelo seu Miguel e no dia de hoje outro beijo pela mãe que foi, é e será!

maria isabel disse...

Doutora Helena
Acabo de a ver no programa ainda bem que vieste,que passou pelas 7 horas da manhã.como sempre... palavras sábias. Não me surpreendeu, porque já a conheço há muito,sei o que pensa e como pensa,mas é tão bom ouvi-la.Só quem a não conhece,gosta de dizer umas piadinhas e provocar um pouco.Mas pelo que conheço,não a aborrece.
Parabéns e um feliz dia da mãe
Maria Isabel

Anónimo disse...

Um abraço bem apertado para si, num fim de semana cheio de saudades

Carlos Silva disse...

Assisti hoje à sua passagem no programa "Ainda Bem Que Vieste".
Fiquei com um misto de admiração, respeito e orgulho por Portugal ter uma mulher como você.
É am MULHER admirável!

Helena Sacadura Cabral disse...

Pedro
Ou não me entende mesmo, ou não me quer entender...

Anónimo disse...

Peço-lhe desculpa, eu não quis magoá-la, nem quis traçar o seu carácter.
Na verdade, não gostei deste seu post, porque me pareceu confuso e passível de várias interpretações, como uma indiferença e um certo egoísmo. Eu sei que não é isso.
O facto de não ter gostado do post, não interfere com a admiração que tenho por si.
Porque é que não gostei- porque acaba por não dizer o que deve ser glorificado e como, porque não apresenta outras formas de mundialmente se chamar a atenção para os problemas da exploração, da violência, etc.
Eu também já pensei que são ridículos os dias de. E, até certo ponto, ainda penso.
Mas a minha opinião mudou, num mundo cada vez mais indiferente, mais cruel.
Talvez 'os dias de' já não tenham sentido, mas apenas porque já ninguém liga nenhuma.
Mas 'os dias de' na minha opinião têm uma história forte por trás, são marcos na comemoração da luta pelos direitos humanos. Talvez precisem de novas roupagens para criar impacto. Ou outras formas, mas quais?
O dia da criança deve ser todos os dias? Deve, mas não é.

Anónimo disse...

O dia de algo é um modo de reconhecimento social desse algo.
Não existe o dia das mulheres sem filhos, porque a sociedade as desvaloriza.
Ser mãe todos os dias pertence à esfera pessoal, o dia da mãe pertence à esfera social, mundial.
Haveria outras formas mais atuais de comemorar a maternidade e melhor, de não esquecer a enorme discriminação, violência, a que a mulher continua a ser sujeita, tenho a certeza que sim.