quinta-feira, 2 de abril de 2015

Silva Lopes


Quando toda a gente fala da morte de Manoel de Oliveira, eu venho aqui lembrar Silva Lopes que hoje faleceu e a quem me ligam sentidos laços de afecto. Devo-lhe alguns passos importantes da minha vida profissional.
Depois de Jacinto Nunes com quem comecei a minha carreira, Silva lopes foi quem se lhe seguiu. Trabalhámos juntos em várias ocasiões. Foi meu colega em 1957 no Ministério da Economia e seria meu governador no Banco de Portugal, no difícil período que medeou entre 1980 e 1985. 
Era um homem de enormes qualidades humanas e um profundo conhecedor das questões económicas e financeiras do nosso país. Arriscaria mesmo dizer que seria um dos melhores economistas portugueses. Muito do pouco que sei foi aprendido com ele, pelo que a sua morte me entristece profundamente.

HSC

13 comentários:

Anónimo disse...

Duas grandes figuras. Quer Manoel de Oliveira, quer Silva Lopes. Cada um no seu estilo, aquilo que melhor faziam.
Não esquecer um, em desfavor do outro. Assim deve ser.

Anónimo disse...

Só soube da morte de Silva Lopes quando li o seu post. Sentidas e profundas são as suas palavras que demonstram a sua admiração, respeito e afeto por este homem com grandes qualidades. Só não percebi a forma como faz a introdução ao post com uma 'seca' referencia à morte de Manoel de Oliveira. Uma frase a destoar no post, uma frase desnecessária. Desculpe a franqueza e perdoe-me se estou a exagerar. Teresa

Anónimo disse...

Um comentário sentido para um grande Senhor.
Ivete

Maria do Porto disse...

Também nutro um grande apreço por Silva Lopes.
Pessoa lúcida, séria, honesta e de um sentido de responsabilidade. Era ouvi-lo falar sobre o momento que o nosso país está a atravessar, sem contemplações, doesse a quem doesse...
Vai fazer muita falta a sua voz, a sua crítica e claro, a sua presença.

Correia da Silva disse...

.....Quando toda a gente fala da morte de Manoel de Oliveira......

- E muito haverá ainda para falar, do cineasta, que levou o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros comentadores
Sobre Manoel de Oliveira todos se pronunciaram num elogio imenso.
Eu não sou uma apreciadora do cinema deste realizador e por norma não sou hipócrita. Lamento a sua morte, sei que levou o nome de Portugal por esse mundo fora e que o país está cheio de admiradores da sua arte.
Depois de ter visto "Os Canibais", decidi que não veria mais nenhum dos seus filmes, porque este deu-me volta às entranhas.
Para mim Oliveira é o realizador do Auto da Primavera e do Douro faina fluvial. A partir destes a minha capacidade de o entender sofreu vicissitudes várias.
Aqui têm a razão de, neste período, não ter falado dele. Pareceu-me do mais elementar bom senso. Quem não se sente capaz de elogiar, como todos fizeram, deve calar-se. Foi assim que entendi dever comportar-me. Mas, como parece, houve quem estranhasse aqui fica a explicação. Mais directa não poderia ser!

Anónimo disse...

🌷

Anónimo disse...

Pois o que me deixou admirada foi exatamente o nao se ter calado, como diz que se deve fazer nestes casos. Invocou o seu nome de uma forma pouco elegante e que nao tem nada que ver com ser-se hipócrita ou não. Podia ter dito logo ' quero la saber, nem gosto dos seus filmes...' Quanto a Silva Lopes parece-me que tem havido as devidas referencias e elogios à sua pessoa. A comunicação social e as redes sociais também têm feito a sua parte. Hoje ao almoço muito se ouviu falar (muito bem) de Silva Lopes. Nao me parece que esteja uma figura a ofuscar a outra. Obrigada.

Anónimo disse...

Hipocrisia não faz parte de características suas... Já somos duas. Lá porque morreu, ninguém tem que passar a endeusar o Manoel de Oliveira, que até teve a felicidade de durar tanto tempo sem ficar demente. Quanto ao Dr. José Silva Lopes, que tive o privilégio de conhecer (e jamais esquecerei o que se preocupou a sério comigo e mais 70 pessoas, de um instituto público extinto pelo governo de 1989 - ninguém lhe pediu nada e fez tudo o que lhe era possível para que algum organismo nos aceitasse, de acordo com o perfil técnico de cada um, já que nem subsídio de desemprego teríamos direito a receber. Com a maior das naturalidades e com Justiça, discretamente, só porque ocupava um pequeno gabinete do edifício e nos conhecia a trabalhar ali. A simplicidade e disponibilidade para explicar fosse o que fosse eram notáveis. E a doçura no trato, completamente invulgar.

Anónimo disse...

Os homens partem,mas a obra fica.Só nos resta agradecer e saber perpetuar o seu valor.
FT

Anónimo disse...

Já sei que não gosta de Manoel de Oliveira, mesmo assim atrevo-me a deixar-lhe este vídeo que acho 'delicioso'. Para si e para os seus leitores, quando o mestre estava quase a completar 100 anos.
https://www.facebook.com/video.php?v=936448003044025&fref=nf

Ältere Leute disse...

Obrigada por, publicamente, dar-o-seu-a-seu-dono da maneira como sente, que o mesmo é dizer expor-se com isenção e convicção ! Não é novidade - sempre o tem feito ! - mas em certos casos conforta mais sentirmo-nos confirmados por alguém que descreve melhor do que nós aquilo que sentimos !
MªAugusta Alves

Dalma disse...

Que bom ouvir alguém dizer/escrever "o rei vai nu"!