terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O passado que passou e o passado que ficou


A única vantagem da idade é o tempo. Sobretudo, quando temos a capacidade de discernir sobre ele e, pasme-se, até de, vitalmente, o esquecer.
Por norma não visito muito o passado. Teve coisas boas como o nascimento dos meus filhos, o curso da minha vida profissional, os amigos que me não decepcionaram, os amores que vivi.
Teve coisas assim-assim, menos agradáveis, como o divórcio – que acabou por ter aspectos positivos penso, agora, à distância - as doenças, as traições e as incompreensões.
Teve aspectos negros, terríveis, como a perda dos meus pais e, sobretudo, a perda de um filho, quando tudo apontava para o que de bom ainda lhe faltava fazer. Em particular, acompanhar os filhos que tanto dele precisam.
Assim, deste encadeado de vivências, há um passado que passou, velho, sem interesse. Pelo qual terei chorado as lágrimas que ele nem sequer mereceu. E há o passado que ficou, quase diria esplendoroso, que me fortaleceu, me deu ânimo, me fez sorrir, que, enfim, ajudou a fazer de mim a mulher que hoje sou. Esse, vive no meu dia a dia e vem abraçar-me sempre que dele preciso. 

HSC

12 comentários:

maria isabel disse...

Fico muito contente por saber que soube gerir com sabedoria o passado e está a saber gerir o presente com igual ou melhor sabedoria. Desejo que o futuro seja ainda melhor ou igualmente feliz e tranquilo. A vida da doutora Helena é um exemplo para muitos de nós.

Anónimo disse...

Á Mãe Querida

Com embaraço
Envio um abraço
Forte como aço
E sabor a laço.

:-))

Anónimo disse...

Hand on hand...

http://youtu.be/g9XgUdEWeJw

A

CA disse...

Beijinho enorme, Helena.

Anónimo disse...

⭐️ ⭐️ ⭐️ ⭐️ ⭐️

Virginia disse...



Não há nada como ser independente, não só das pessoas como das memórias menos boas.

Costumo dizer que tive várias encarnações e cada uma delas se passou numa terra ou terras diferentes. recordo as coisas boas dessas experiências, mas a minha vida é centrada em mim e nos meus filhos e netos. Só os afectos me mantém à tona e me fazem querer viver mais e mais. Este ano que estou sem eles, sinto-me vazia.

Anónimo disse...

Uma forma sábia de estar no presente!

Bom dia :)

Miss Smile disse...

É por isso que devemos tricotar o nosso presente com desvelo, justiça, amor, perdão e benevolência, porque ele será a manta com que nos iremos cobrir no futuro.

João Menéres disse...

Gostei IMENSO dessa sua reflexão, HSC !

Melhores cumprimentos.

CF disse...

O negro também faz de si o que é. Somos um resultado de tudo, mesmo do que gostaríamos nunca ter vivido. Digo eu, claro, poderá discordar de mim...

Um beijinho para si...

Helena Sacadura Cabral disse...

CF
Faz com certeza. Mas eu posso graduar a importância dada a esse lado negro e expulsa-lo do meu pensamento, em lugar de lhe dar guarida e lhe deixar fazer ninho.
É um processo dificilimo, mas possível e passível de treino. Creia que o faço quase diariamente, por causa da política e da importância que ela teve e tem na minha família! Se assim não fosse, como é que eu estaria?!

Isabel Mouzinho disse...

Estou com o João Meneres. É emocionante e bonito o que diz.
Que o partilhe connosco desta maneira simples é também uma generosidade sua. E por isso mais tocante. ;)

Beijinho
Isabel