domingo, 8 de fevereiro de 2015

Ainda Alice


Fui ver o filme Alice que, no original, tem o título bem mais expressivo "Still Alice". É uma fita pesada, que aborda o terrivel flagelo da doença de Alzheimer que surge numa mulher de cinquenta anos cuja profissão era ensinar linguística.
A interpretação de Julianne Moore é de facto arrebatadora e compreende-se que seja candidata ao Oscar. Mas a película é lenta e por vezes torna-se repetitiva. Infelizmente tenho um familiar com este mal e por isso sei dar algum valor não só a quem passa por ele, mas também aos familiares que rodeiam os doentes.
Há filmes que "devemos" ver e Alice tem tudo para poder ser considerado um deles, quando aborda uma patologia em que cada um deixa, progressivamente, de ser quem era ao perder as suas memórias e referências. 
A actriz - um dos raros rostos não plastificados e que comove pela naturalidade - tem um desempenho notável, sobretudo na fase final da doença, com o seu olhar perdido e vazio para tudo e todos que lhe foram queridos.
Alec Baldwin - que sempre considerei um pouco "canastrão",  mas tem melhorado com o aumento do peso e da idade -, não está mal no papel de marido que convive com algo para que não tem, manifestamente, capacidade. Enfim, um drama que importa ver, apesar de não ser um grande filme.

HSC

8 comentários:

Unknown disse...

Olá,
Ando a preparar-me para ver o filme.
Conheço bem de perto a doença e fiquei extremamente impressionada com o livro. Quando o li ainda se chamava "Ainda Alice", título que acho muito mais adequado que este "O meu nome é Alice" ou o Brasileiro "Para sempre Alice" (acho que foi assim que ficou por lá). Infelizmente a editora decidiu mudar também o nome do livro...
Patrícia

Virginia disse...

Uma crítica que coincide um pouco com a minha. Estou a ler o best seller no Kindle e verifico que é muito melhor e mais profundo que o filme. Acho que lhe falta substância , embora o problema central seja muito forte e a actriz do outro mundo.
O que gostei mais foi dos processos usados por Alice para se ir testando todos os dias...a consciencialização de que tudo é irreversível.
O livro passa-se em Harvard e adoro as descrições de locais que percorri das duas vezes em que lá estive quando o meu filho trabalhou no MIT. Infelizmente no filme mudaram para NY.

Dalma disse...

O meu marido propôs-me ir vê-lo mas eu não estou disposta. Para quê sofrer com esta possibilidade futura? Infelizmente atingiu o meu sogro e isso a mim basta-me para ser sensível ao problema! A minha sogra, tem certamente um cantinho no céu ( se ele existir! ) por toda a ternura com que o tratou!

Fatyly disse...

Ontem faleceu um familiar meu com essa doença que acompanhei de perto. Acho que é terrível e maior o desgaste para quem cuida do que para quem padece. Claro que no inicie foi-se apercebendo, mas esteve mergulhada no seu mundo durante 4 anos. Apanhou a gripe e uma consequente pneumonia, foi hospitalizada e uma bactéria hospitalar foi o seu fim.

Não seria capaz de ir ver o filme, porque noutras épocas talvez sim...mas já basta ver desgraças a todos os níveis, que todos os dias assola este país!

Um abraço

Isabel Mouzinho disse...

Concordo com a sua análise, Helena, e acho que deve ver "Amour" (mas só daqui a algum tempo, que duas doses destas não se aguenta...)

Agora uma comédia (mas das boas, claro!... ;)

Beijinho

bea disse...

Gosto de Julianne Moore, mas não vi Ensaio sobre a cegueira. Still Alice, acho que verei. Está mais ou menos decidido. A aceitação dos irreversíveis do corpo é difícil; mas a dos da mente...é do mais triste.
Convenço-me que à medida que o tempo passa e a doença os arrepanha mais se acendem os efeitos colaterais.

Anónimo disse...

(Foi diagnosticada essa doença á minha Mãe).Embora não goste de coisas tristes, gostaria muito de ver esse filme,pela interpretação. Mas estou sem coragem. Um dia...
VW

Anónimo disse...

Não acho que seja um filme por aí além. Sinceramente. E não tem nada a ver com alguma falta de sensibilidade que possa ter em relação à doença só achei mesmo o filme sem intensidade.