segunda-feira, 7 de julho de 2014

Meditação, precisa-se


É uma realidade que a sociedade actual vive “em rede” e que, se quisermos, estamos sempre  acompanhados.  De facto, os telemóveis, os tablets e os computadores permitem,  em qualquer momento olhar os outros, ouvir o que dizem ou ler o que escrevem. E, simultaneamente deixam, se assim desejarmos, mostrar aos outros quem somos e como pensamos. No fundo, isso significa que não conseguimos viver sem comunicar.
A solidão - hoje mais do que em qualquer outra altura – já não é um estado natural, mas sim uma construção cultural que exige disciplina. Até a noção de privacidade é algo em vias de extinção nesta era de redes sociais. E mesmo ler ou escrever, só agora é que são práticas solitárias e silenciosas. Antes a escrita era ditada e a leitura era feita em voz alta.
As práticas que hoje associamos à vida interior nasceram com as ordens religiosas contemplativas, onde a vida monástica defendia que a solidão e a serenidade, ao limitarem as distracções mundanas, facilitavam o acesso a Deus. Nesse tempo, havia um mundo considerado fundamental, a que só se acedia pela meditação e pelo desprendimento.
Acredito que essa seja uma das razões da actual incapacidade de optar pela meditação, mesmo que ela seja apenas por períodos muito curtos. A nossa cultura deixou de acreditar num Deus transcendente e tem horror à solidão.
O que se compreende, porque aquilo que para uns foi a procura de um exercício espiritual, para os outros é sentido como um abandono ou uma infelicidade.

HSC

5 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo quem não acredita num Deus transcendente pode praticar uns momentos de meditação diária. Basta ísolar-se da "multidão" e passar uns minutos a CONTEMPLAR a natureza. É um exercício fantástico!

Anónimo disse...

Talvez a devessemos ensinar nas escolas.
L.L.

Anónimo disse...

Fazemos demasiado barulho.
Por vezes, tenho mesmo necessidade de me isolar, preciso de me escutar a mim própria e ordenar a mente.
Nem sempre consigo este momento, mas quando o consigo, a sensação de bem-estar é muito gratificante.
Cumprimentos,
Cláudia

Anónimo disse...

Querida Drª Helena:

Pratico regularmente meditação e faz-me muito bem.
Já fui mais assídua na prática e asseguro que o bem estar emocional e psicológico é proporcional à frequência de práticas contemplativas.

Um beijinhos,
Vânia

Anónimo disse...

Estava a ler o seu post e a pensar nas minhas caminhadas aos sábados e domingos de manhã. Sozinha caminho e corro cerca de 10 Km. Não calcula como a minha cabeça trabalha durante aquele percurso. Confesso que é nesses momentos que procuro e encontro as soluções para alguns problemas a resolver. Costumo dizer que trabalho imenso enquanto faço a caminhada. Não é meditação propriamente, mas é um espaço que reservo para pensar nas minhas coisas. Maria L