quinta-feira, 26 de junho de 2014

Heranças!


Há dois locais onde não volto há muito tempo. Um é Vila Viçosa e outro é Paris. Ao primeiro não torno há quase três décadas e ao segundo há cerca de dois anos. Em ambos passei bocados preciosos de vida - e, talvez por isso, quem sabe? -, não me apetecia revistá-los noutro estado de espírito.
Todavia tenho pensado muito nisto nos últimos tempos. Julgo ser chegada a hora de virar a página destas lembranças e partir à sua re-descoberta. E, na senda do que ando a fazer com as minhas "provas de vida" - quilos de papel guardados há anos -, que serenamente venho destruindo porque defendo que a intimidade de cada um só a si diz respeito, decidi voltar aos sítios onde fui muito feliz.
Ainda nesta onda, reuni várias dezenas de livros sobre temas femininos e, com a ajuda da Maria Antónia Palla, ofereci-os à biblioteca Ana de Castro Osório. Vai seguir-se a literatura gastronómica, que penso dividir pelas duas Escolas de Turismo que funcionam em Lisboa. Depois, será a vez dos livros de Economia e Finanças, que irão para o ISEG e Católica, as duas casas onde me licenciei e graduei.
Ficarão as literaturas e as músicas - livros, CD´s e discos de vinyl - que revelam, mais do que quaisquer outros objectos, as minhas escolhas pessoais, aquilo que me toca mais fundo. Uns serão para o Museu da Marinha. Outros, talvez para duas bibliotecas, sediadas na Beira e no Alentejo, as regiões de onde provêm os meus Pais.
Estão ainda sem destino peças de uso pessoal que são as mais difíceis. Não tendo filhas nem netas, ando a matutar no que lhes irei fazer. Se nada decido, arrisco-me a que os homens da família vendam as coisas e enfiem na política, à esquerda e à direita, o valor obtido. Assim, ando a magicar numa boa surpresa para lhes deixar... e eu rir quando chegar lá acima!

HSC

39 comentários:

Anónimo disse...

O museu da Marinha bem merece !

Jonavigator

Anónimo disse...

Dra. Helena, como a compreendo na hora de pensar em fazer o seu "balanço". É preciso coragem, mas é necessário, pois os anos não perdoam...

Anónimo disse...

Não se vai arrepender em revisitar qualquer desses destinos. Paris é Paris, não vale a pena perdermos mais tempo. Nunca se deixa de lá voltar e voltar!
No caso de Vila Viçosa (encantadora como sempre, com aquela "pose de preguiça belíssima"), se calhar de ficar na Pousada, que é bem simpática, logo ali perto fica um dos restaurantes que se recomenda pela sua boa gastronomia, a “Taverna dos Conjurados”(com mais de 500 anos, a acreditar na história da casa), onde o borrego era (suponho que continua a ser) um dos pratos que vale a pena saborear. Gente simpática, bom ambiente, excelente cozinha. E bom vinho. Já não vou lá há um tempinho, mas não creio que tenha decaído. Havia ali muita dedicação à tal gastronomia.
O Alentejo no seu melhor, em Vila Viçosa. Vá lá antes que o calor comece a apertar. Caso contrário, deixe para a partir de Setembro, até fins de Junho do ano que vem.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Laura
Os livros de economia e finanças são se quando estudei, ou seja, os clássicos.
Para o efeito que deseja, deve haver uma bibliografia, uma lista dos livros aconselhados, ou as matérias que vão ser objecto de exame. Se sim, mande a lista e eu vejo o que há por cá.

Isabel Mouzinho disse...

Não é por nada, mas acho que está mesmo a precisar é de um divertido jantar de amigos... ;)

Beijinho

TERESA PERALTA disse...

Ó Helena, as peças de uso pessoal têm certamente um valor simbólico muito importante para os homens da sua família. E que tal, desenhar uma vitrine de exposição? Tipo museu...Fiéis depositários, nunca vão ter coragem de se desfazerem da mesma. Caso contrario, quando chegarem "lá acima" a Helena ajusta contas com eles!!...
Abraços para si.

Tété disse...

E embora não tenha filhas nem netas, quando os seus netos estiverem na casa deles certamente que vão ter o maior orgulho em ter e usar coisas da avó.
Hoje aquela tradição do enxoval já não é o que era no nosso tempo e com os tempos que correm até os rapazes gostam de saber que já têm enxoval.
Beijinhos
Teresa

Anónimo disse...

Estimada dra Helena,como seu leitor e por vezes comentador,muito gostava de saber qual é sua flor preferida só para ver se acerto na que julgo ser!

E já agora,- caso viaje á minha frente - ,qual o nome que vai dar ao seu novo blog quando chegar ao paraíso?
É que quando eu lá chegar faço questão de continuar a visitá-la,e deixar surpresas...

E a herança que me deixa na alma e no coração é
deveras preciosa.
E boa por ser em vida.

Mas espero ainda cantar-lhe o parabéns no seu centésimo anivrsário, para lhe poder ofereçer as cem flores preciso saber qual é a "sua".








Fatyly disse...

Como a compreendo tão bem, mas fazer as coisas como está a fazer e da sua livre e inteira vontade é uma bênção. Mas soltei uma sonora gargalhada no que toca ao possível acto dos seus "homens de família":)

Força e um bom dia

Anónimo disse...

Uma atitude de grande desprendimento de facto. Quanto às peças de uso pessoal (e arrisco-me a ser inconveniente e desagradável) "não tendo filhas, nem netas" eu não me importo mesmo nada de ser a fiel depositária dos seus brincos de Viana - os quais embeleza na sua capa do livro "Coisas que eu sei ou julgo saber" -.
Sou uma vianense sem brincos à rainha (como lhe chamamos em Viana) e os dá minha avó materna foram parar a uma parte da família que não lhes dá valor quando grande parte da família concordava que fossem para mim (pois foi a minha mãe que tomou conta dos pais até à morte) ou que fossem vendidos e o valor fosse dividido em partes iguais pelos netos mas a tia que os tinha deu-os por vingança; a avó paterna não usa brincos.
Se for preciso, caso com um dos seus netos para que tal aconteça, "herdo" os brincos e o neto, que tal. ;)

Que horror! que oportunista que pareço, estou só a brincar com a Senhora, o melhor de si já eu tenho: os bons momentos que se têm vivido neste blogue.

Um beijinho enorme

Vânia Batista

Um Jeito Manso disse...

Olá Helena,

Permita-me um conselho: não se desfaça de peças pessoais sem, antes, falar com o filho e com os netos. Não assuma que eles não as quererão guardar. E pode vir a ter bisnetas.

Cresci a ouvir o meu pai e o meu tio a zangarem-se com a minha avó, o meu pai completamente sentido, porque ela, achando que eles não ligavam nem ligariam no futuro a terrenos que ela tinha no Algarve (e que ela olhava numa perspectiva meramente do que davam, amêndoa, figo, alfarroba, não vendo os filhos e respectiva descendência a ocupar-se disso), resolvia vendê-los sem lhes passar o mínimo de cartão.

A minha outra avó era mais ou menos a mesma coisa. Tinha móveis lindos mas, achando que era coisa antiquada e tendo vontade de renovar a casa e achando que os filhos já tinham as suas casas organizadas com outro tipo de mobílias, dava, desfazia-se de tudo.

Uma vez, quando estava a arranjar o meu 'heaven', lembrei-de um aparador/cristaleira, com pedra de mármore, que ela tinha e que tinha posto numa espécie de arrecadação. Qual quê...? Já tinha também desandado.

Num dos móveis que deu, estavam cadernos da minha mãe, num dos quais estava um papel escrito à mão pelo Sebastião da Gama para a minha mãe. A minha avó não sabia disso mas não lhe ocorreu que, no meio daqueles papéis, poderia estar alguma coisa que para a minha mãe era preciosa.

Também eu, portanto, vivo com a sensação que as minhas avós se desfizeram de mais do que deveriam pois gostaria de conservar mais coisas delas, para que os bisnetos e trinetos delas pudessem conservar mais memórias.

Por isso, Helena, não é por eles serem homens que vá tomar decisões mais precipitadas. No futuro, eles podem lamentar.

Mas, claro, é só a minha opinião.

Um abraço, Bárbara Helena!

Helena Sacadura Cabral disse...

UJM
Quanto a móveis e quadros, tio e netos entendem-se bem, porque se adoram. E sabem que, no fim, serão eles os herdeiros do tio.
O problema são os adornos pessoais, como aneis, colares e pulseiras...

Anónimo disse...

Bom tarde Helena!!
Estar a despedir-se dos seus bens em vida e a maneira como os está a destribuir é de uma grandeza e coragem enorme!!
Preparar com anticipação o fim de uma vida não é facil, só para uma pessoa com descernimento, clareza que um dia vai chegar o nosso dia, só lhe desejo que mantenha a sua jovialidade por muitos e bons anos ... na verdade a morte é algo que temos certa mas não conscientizada...
Compreendo-a em ter ficado tanto tempo sem visitar lugares que lhe deixam alguma nostálgia, fiz o mesmo, estive 1 ano sem visitar a terra do meu pai ( Beja ), tenho tantas recordações voltar a esta terra que adoro provoca-me sempre um vazio grande... cheguei a um momento em que pensei o contrário fazer homenagem ao meu pai, visitar os meus tios, irmãos dele, ir aos mesmos cafés onde ele ia, quando chego todos dizem é a filha do... às vezes tenho que me conter, fico sempre com lágrimas nos olhos. O meu pai era tudo para mim, sou parecida com ele na personalidade e feição, dizem que as meninas são mais ligadas ao pai não tenho duvidas, como o meninos à mãe, disso Helena deve saber.
Em vila Viçosa aconselho a ficar no Solar Mascaranhas ( suite 103 ) situado na rua Florbela Espanca, rua onde morou Florbela infelizmente a sua casa está abandonada no tempo, o solar fica perto do Palacio Ducal, centro, restaurante gostei do Safari e Cucus, 30 anos depois vai ver a diferença na Vila, muito verdejal mas mantendo a traça alentejana com algumas esplanadas convidativas a disfrutar da noite, a marginalidade felizmente ainda não chegou aqui, podemos passear na Vila de noite sem problemas, só lhe posso dizer que fiquei com vontade ficar lá 1 mês!
Gostei da canção que o Ambrósio lhe dedicou , aliás acho imensa piada ao seu nick!!

Desejo-lhe um bom fim de semana
Carla

Anónimo disse...

Agora falando sério.

Se quiser avalie-os e pense quanto pretenderia por eles que, se estiver dentro das minhas possibilidades, compro-lhos.

Um beijinho
Vânia

Anónimo disse...

Helena acredita que só agora li o seu comentário:)
Parece que tive telepatia quando hoje escrevi...caso pense em ficar no solar não se preocupe com o estacionamento pode estacionar em frente, como a -+ 200 metros no estacionamento do palácio Ducal, existe sempre lugar.
Não conhecia o solar descobriu-o numa pesquisa, telefonei a fazer algumas questões todos foram muito amáveis , quando chegamos fomos recebidos por Corine a responsável muito simpática, uma simpátia natural que hoje em dia é rara, falou-nos dos restaurantes da Vila, o Safari fica na mesma rua 2/3 portas abaixo do solar, em vez de sairmos às 12 horas de domingo disse-nos que podiamos sair quando quizessemos, assim aproveitamos os 3 para dormir uma bela sesta!
De saída a minha filha quis comprar um azulejo e Corine ofereceu-lhe!
Sabe que não me importaria de viver na ali?
Tenho a certeza que passou bons momentos na Vila, claro tudo o que é bom deixa saudades e nostálgia, acredite que vai adorar voltar ao lugar onde foi feliz!

Carla

patricio branco disse...

heranças, doações, testamentos, as coisas que ficarão preocupam nos e com razão, que sirvam depois, sim, bom arrumar antes de sairmos e fecharmos a porta, tambem deixamos a casa arrumada a quem entra, etc, e a propósito de vila viçosa, é ir, é ir, está bonita, igual e melhor, o casario conservado, os serviços melhores, terra de florbela espanca, na rua do mesmo nome, existe uma casa abandonada, não habitada, degradada, mas tem na fachada uma placa que reza nesta casa viveu florbela espanca, não percebo porque o municipio nunca a cuidou, comprou, porque não foi ali feita uma casa museu, casa pequena, fachada estreita, mas digna, pois devim fazer algo, existe um teatro florbela espanca, o prémio literário florbela espanca, mas a casa abandonada, velhinha, degradada, pois é ir a vila viçosa, come se bem lá e dorme se bem, comer p ex na taverna dos conhurados, aberto de 6as a domingos à noite, durante a semana não, ali, num jardim antigo na zona monumental, perto do palacio, vizinho ao panteão dos duques, restaurante familiar, marido, mulher, filhos, uma simpatia, na zona monumental, em frente está um busto dotra escritora, publia hortensia,
mas há outros, sim é ir, paris é diferente, 2 anos não é ausencia, eu fui a ultima vez há quase 5 anos, quando regressei à noite não havia transportes, taxis em greve, tive de alugar um carro para ir para casa e ainda fui levar não sei onde um companheiro que vinha sentado no lugar ao lado e meteu conversa, é ir a vila viçosa, é deixar o que diz com destino, as arrumações devem se fazer, por vezes vamos adiando, tambem eu quero arrumar umas coisas, pois da sua terra diz a florbela espanca:

minha terra na planície rasa,
branca de sol e cal e de luar,
minha terra que nunca viu o mar
onde tenho o meu pão e a minha casa...
minha terra onde meu irmão nasceu...
aonde a mãe que eu tive e que morreu,
foi moça e loira, amou e foi amada...

seria a sua casa a da rua com o seu nome, casa fechada e esquecida??

Anónimo disse...


“ Para quê levar a vida tão a sério se ela é
uma incansável batalha da qual jamais sairemos vivos?!?!??!? “
Bob Marley

Virginia disse...

Como a compreendo. Também sinto a necessidade de doar coisas que serão úteis a outros e que só se deterioram guardadas nem sei aonde. Não tenho problemas de joias, pois não as tenho, nunca tive, mas tenho muitos livros e CDs que hoje em dia já ninguém ouve. As papeladas ainda estão em casa do meu ex- à espera de destino: materiais escolares, livros escolares, apontamentos, cartas, está tudo lá e espero que queimem tudo quando eu morrer. Não estou preocupada com intimidades, pois essas não estão escritas, estão na memória mental...
Gosto de escrever o meu blogue, pois tenho revivido a minha vida quase desde que nasci e como não escrevo livros intimistas, estes textos constituem uma colecção de memórias e pensamentos meus sobre a vida, que os vindouros poderão ler ou deitar fora, ignorando-os. Não imprimo nada...
Como não acredito na vida eterna quero doar tudo o que tenho a quem precisa e aos meus filhos e netos em vida, para os ver sorrir cá na Terra!

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 03:06
Está à vista que você se deita tarde!
As minhas flores preferidas são as ervilhas de cheiro, difíceis de encontrar.
Em seguida, as violetas rosas, as tulipas amarelas e as orquídeas.
Depois, gosto de papoilas, malmequeres e todas as flores do campo!
Quanto ao blogue julgo que poderá chamar-se "do céu e da terra.blogspot.com"!
Lá espero a sua visita.

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Bob Marley o que eu levo muito a sério não é a vida, é a morte!

Helena Sacadura Cabral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Vânia os meus netos são uma preciosidade. Valem muito mais que os meus adornos e são lindos de morrer.
Você ultrapassa a canção "Comunhão de bens " da Ágata! :-))

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Virgínia, cartas de amor, quem as não tem?!
Eu tenho. Lindas. Eventualmente pouco verdadeiras. Que importa? São só minhas e de quem as escreveu. Por isso, não vou deixa-las a terceiros, por mais tocantes que elas sejam.
Já as memórias...leva-as o vento da idade!

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Isabel Mouzinho já estou baralhada. O jantar do nosso grupo sempre é a 5 ou não?!

Anónimo disse...

Ó fantástica dra Helena,a frase é do Bob Marley!
Esqueci do meu :-) Kkkkkkkk
E a morte,é só a porta que se abre para o melhor da alma.
A mim assusta-me o sofrimento,demais mesmo.
Do outro lado já lá tenho tantos amigos e família,logo vai ser uma festa de arromba,acho eu!
Ou então dizem: - " Chegou o emplastro,escondam-se nas nuvens".
E herdar,coisas materiais,como infelizmente já me calharam á proa...são memórias que...bem prefiro não falar,senão!...
Melhor sorrir para não chorar!
E se um dia partir e eu ainda cá surfar vou ter muitas saudades suas,de verdade.
Mas enquanto cá andar vai ter de aturar esta melga eh eh eh.

Isabel Mouzinho disse...

Isso mesmo, Helena! :))

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Kkkk a frase será do Bob Marley. Mas há um comentador que usa o nick Bob Marley. Logo, a autora destas linhas tomou aquelas como sendo do virtual!
Mas mantém-se tudo o que disse...

Anónimo disse...

As cartas de amor são sempre verdadeiras.
E feliz de quem as teve algum dia.
Felizarda Dra Helena que pode "beber" essas memórias.
O que fica gravado no coração ninguém apaga.
Trate bem de si para a termos com saúde por muitos anos.
Faz falta para animar os seus leitores,amigos e família.
Melhoras do seu familiar.
BC

Anónimo disse...

Sobre os livros de Economia, permito-me sugerir que fale primeiro com o Francisco Louçã, amigo do Miguel, porque ele é catedrático na sua faculdade. Só para não ficarem os livros por arrumar na biblioteca nas mãos de algum ignorante, que os deixe num canto... Hoje são preciosidades numa biblioteca universitária e ele saberá arrumá-los condignamente. Percebo muito bem a sua fúria de arrumações, porque ando no mesmo, mas devagar. Abraço de uma grande amiga do Miguel e sua admiradora

Anónimo disse...

Só há pouco tempo acompanho o seu blog...mas admiração por si já tenho há muito tempo...para mim, a senhora, é uma grande mulher e mãe! Acabo de perceber que tem boas memórias quer de Vila Viçosa, quer de Paris ...elas, as memórias, não vão desaparecer se lá voltar ...! Acho uma ideia genial essa de organizar os pertences com amor e carinho!...

Um Jeito Manso disse...

Olá Helena,

Vim aqui ver os comentários e isto é que vai aqui uma corte faladora e bem humorada à sua volta... Uma animação!

Quanto aos seus brincos, anéis, etc, por mim não me iria desfazer deles: haverá bisnetas ou trinetas que quererão ter recordações de alguém que tiveram a sorte de conhecer ou de uma figura de quem irão ouvir falar tanto. De qualquer forma, às tantas estamos para aqui todos a falar de uma realidade longínqua de que nem é bom falar (acho eu). Se bem que é uma realidade, claro.

No outro dia, um dos meus netos disse com uma naturalidade que até me desatei a rir: 'A mim quem me corta o cabelo é a Tá. Quando a Tá morrer, logo arranjo outra pessoa para me cortar o cabelo'.

Haja humor em todas as circunstâncias, não é?

Um abraço!

Unknown disse...

Helena não sei porquê mas estou a sentir que está um pouco deprimida, a pensar em distribuição de bens pessoais? Não é ainda a ocasião própria para o fazer, e aqui para nós dizem que dá azar, ainda terá muitos anos à sua frente para reutilizar nem que seja para reviver momentos vividos. Um abraço carinhoso e espero que adie todas essas tarefas distributivas.

Anónimo disse...

E antes de me deitar tarde novamente,tenho o gosto de lhe deixar http://youtu.be/W8Smopj35RY
E lá me encontrará no seu blog,está combinado.
Uma boa noite.
Anónimo das 03:06

Anónimo disse...

Bonjour Madame Helena,um bom fim de semana.
Os seus herdeiros são uns sortudos...que o dom da escrita da avó e mãe fique enrraízado.
Que bela mãe e que bela avó.
E vive la boémia.
FT

Helena Sacadura Cabral disse...

Isabel Constantino
Não sou felizmente dada a depressões. Sou muito pragmática e quero que o que cá deixo seja distribuído de acordo com os meus desejos e não como a lei determina se eu não os expressar. E, como sou pouco apegada a coisas, está a correr bem esta fase, em que descubro nos eleitos o prazer das ofertas que lhe são feitas!

Helena Sacadura Cabral disse...

Jeitinho
Antes de chegar às bisnetas, já as mães das ditas lhes terão dado caminho...
Isto é assim
1. Filhos- tudo porque são sangue do meu sangue e do homem que amei.
2. Netos são 25% do meu sangue. Devem receber de acordo com aquilo que dão.
3. Bisnetos são 12,5% de mim. Receberão o que chegar até eles. Já não deve ser muito, porque muitas outras famílias se atravessaram antes deles...
E depois há pessoas de quem gosto muito e a quem quero deixar alguns adornos pessoais.
Ontem dei os primeiros. E que abraço gostoso recebi!

maria isabel disse...

Obrigada Doutora Helena por respeitar o meu pedido.
Bom fim de semana

Anónimo disse...

Maria (publicamente anónima)
Dr.ª Helena! Aconselho vivamente que revisite Vila Viçosa. Acho que é uma terra lindíssima.
Confesso que é uma terra que adoro e estou a sentir muita vontade de revisitar. Como a Senhora também sabe é uma terra onde se pode descansar e ver coisas lindas. Também não vou lá há alguns anos. Grande parte da minha infância e juventude passou por ali. Passei lá bons e felizes momentos da minha vida. Quanto mais a idade avança mais vontade tenho de voltar a visitar lugares onde já fui feliz. Estou a pensar seriamente ir lá este ano durante as férias, vamos ver se consigo.
Desejo-lhe bons passeios.
Beijinho
Maria M

Anónimo disse...

Maria (publicamente anónima)
Heranças e arrumações. A Senhora ainda tem muito tempo para pensar nisso. Ainda tem muita coisa para fazer e muitas gargalhadas para dar. Continue a viver intensamente, divirta-se e continue a dar-nos alegrias com a sua escrita. A senhora faz muita falta. Tanto aos leitores com a sua boa escrita, como, certamente, aos seus familiares e amigos próximos com quem deve passar bons momentos.
Eu, por vezes estou triste e fico bem disposta quando a leio. Obrigada por isso.
Também tenho muito papel em casa…se calhar é melhor destruir e não deixar essa tarefa para os outros. Não tenho qualquer herança valiosa para deixar, tenho apenas muitos livros e alguns objectos pessoais, mas penso sempre que tudo isso me faz falta.
Não herdei nada de valor dos meus país, mas sim alguns objectos com valor estimativo.
Há uma coisa que sempre gostei e ainda hoje gosto, que é fotografias antigas. Sei que hoje já não se liga muito à fotografia em papel, mas eu adoro. Passo algum tempo a folhear o álbum da minha mãe onde posso ver um tempo mais antigo do que eu. A leitura das fotografias juntamente com as memorias que tenho do que a minha mãe falava, consigo construir histórias de vida.
Dr.ª Helena permita-me que lhe faça aqui (no seu espaço) uma confidência. Nesse álbum da minha mãe consta uma fotografia de três meninos pequeninos que a minha mãe acompanhava sempre em férias na praia. Quer saber quem são esses meninos? Eu digo: São hoje o Senhor Arquitecto Nuno Portas, o Senhor Professor Carlos Portas e o Senhor Eng.º José Manuel Portas. Ainda não existia a Dr.ª Mª Manuela.
Não sou agarrada ao passado com saudosismos. Mas sim com prazer e com muito orgulho pela família que tive e por tudo o que me ensinaram. A herança material nunca me atraiu, gosto de alguns objectos com valor estimativo. Mas não sei se as novas gerações têm esse sentimento.
Desculpe o meu desabafo.
Tenha um bom fim-de-semana.
Beijinho
Maria M