quinta-feira, 29 de maio de 2014

Reflectindo


A esquerda socialista venceu as eleições em sete dos 28 países que integram a União Europeia: Eslováquia, Itália, Lituânia, Malta, Portugal, Roménia e Suécia. Mas só em Malta, Itália e Roménia a votação nos socialistas foi superior à do PS, como se deduz do quadro abaixo.

Alemanha - Partido Social Democrata: 27,3%
Áustria - Partido Socialista Austríaco: 24%
Bélgica - Dois partidos socialistas (francófono e flamengo): 19%
Bulgária - Partido socialista KB: 18,5%
Chipre - Partido Democrático: 10,8%
Croácia - Partido Social Democrata: 30%
Dinamarca - Partido Social Democrata: 19,1%
Eslováquia - Partido social-democrata SMER: 24%
Eslovénia - Partido Social Democrata: 8%
Espanha - Partido Socialista Operário Espanhol: 23%
Estónia - Partido Social-Democrata: 13,6%
Finlândia - Partido Social Democrata: 12,5%
França - Partido Socialista: 14%
Grécia - Oliveira (coligação de PASOK e aliados): 8%
Holanda - Partido Trabalhista: 9,4%
Hungria - Partido Socialista Húngaro (MSZP): 10,9%
Irlanda - Partido Trabalhista: 5,3%
Itália - Partido Democrático: 40,8%
Letónia - Partido Social Democrata: 13%
Lituânia - Partido Social Democrático da Lituânia: 17,3%
Luxemburgo - Partido Operário Socialista Luxemburguês: 21,6%
Malta - Partido Trabalhista: 53%
Polónia - Aliança Democrática de Esquerda: 9,4%
Portugal - Partido Socialista: 31,5%
Reino Unido - Partido Trabalhista: 25,4%
República Checa - Partido Social Democrata Checo: 14,2%
Roménia - Partido Social Democrata: 37,6%
Suécia - Partido Social Democrata: 24,5%


O PS de François Hollande ficou reduzido a metade da percentagem da Frente Nacional. Milleband, ficou-se pelos 25% no Reino Unido. E o PSOE afundou-se de tal modo que provocou fissuras na direcção e não conseguiu capitalizar dois anos de feroz oposição a Rajoy. A completar o SPD alemão não ultrapassou os parcos 27%. Não seria, assim, fácil a Francisco Assis ter feito melhor num cenário de dispersão de votos.
Ferro Rodrigues alcançou 44% em 2004, mas os tempos eram de tal modo outros que seria difícil a um Marinho e Pinto emergir, então, com esta força. Nem, claro, o Podemos, saído das redes sociais, surgiria alguma vez como a quarta força mais votada em Espanha e a terceira em Madrid ou o Beppe Grillo chegaria a um quarto dos votos em Itália.
O problema mais grave e mais fundo é aquele que decorre das duas principais famílias políticas europeias estarem gravemente feridas e os egoísmos nacionais terem feito erguer as suas vozes.
A cura, se existir, dificilmente virá dum homem, por mais  carismático que ele seja...porque o tempo não está para milagres!


Este texto é uma reflexão sobre o original, postado por Pedro Correia no blog Delito de Opinião, o qual se torna particularmente oportuno neste tempo de clarificação de águas no PS.
Prefiro António Costa a Seguro. Mas eu não sou socialista e, por isso, a minha visão tem o enfoque do cidadão comum que se sente mais próximo de um estilo do que de outro.
Temo que a clarificação que se impõe aos socialistas os enfraqueça, numa altura em que o país carece de uma oposição que seja, se os portugueses o desejarem, alternativa ao governo.

HSC

9 comentários:

Anónimo disse...

A clarificação que está em curso no PS, e ainda bem, após os resultados pírricos dos Socialistas nestas Europeias, não irá enfraquecer o PS. Muito pelo contrário. Vai fortalece-lo e será, seguramente, uma Alternativa a este governo socialmente desapiedado.
Esta Coligação PSD/CDS - depois do desaire catastrófico nestas eleições e tendo em conta o que prepara para combater os efeitos dos chumbos que se adivinham da parte do TC, como mais impostos sobre a maioria que paga a crise (os tais mais desfavorecidos), como o IVA para 25% (um imposto desigual e profundamente injusto por isso mesmo, por afectar sobretudo os que possuem rendimentos mais baixos), deixando escapar estas hipóteses de medidas como pressão sobre o Orgão de Soberania que é o Tribunal Constitucional (o que é inadmissível, chocante e revelador da falta de isenção democrática deste governo – a que nos vamos habituando, infelizmente, já que a quem compete chamar à atenção para estas atitudes politicamente provocatórias nada faz, não reage) – se já estava fragilizada politicamente, como se viu, pior ficará com o que aquelas medidas económicas irão provocar no tecido social e económico-empresarial do país.
Assim, com um PSD, após estas eleições, a não utrapassar os 24% e um CDS talvez nos 3% (António Vitorino referia outro dia 2,4% segundo sondagens) – o que, pelo menos, lhe permite voltar a ser o Partido do Táxi – o PS só precisa em boa verdade de um bom e fortalecido líder, com um programa de governo consequente para o momento que vivemos, apoiado numa estratégica social e económica diferente, capaz de nos levantar do charco e lodaçal em que nos encontramos, com uma economia de rastos, depois da selvagaria incompetente e irresponsável praticada por quem insensivelmente nos governa.
P.Rufino


João Menéres disse...

Os ratos começam a demitir-se da Conselho Nacional ( ou lá como se chama ) preparando-se, o mais cedo possível, para apoiarem o António Costa.
Sabichões...



Melhores cumprimentos.

Virginia disse...

Tenho seguido as notícias e os programas em que se discute o caso PS. Há muitos ses neste confronto entre AJS e AC.
Parece-me - e vejo de fora - que a figura de AJS é desagradável a muitos militantes do PS e também a muitos dos que nem são socialistas. A figura é fraca, a expressão é vazia, o diálogo titubiante. A recusa de qualquer consenso com a coligação tramou-o em vez de o manter como alternativa.

AC acaba por ser chamado em desespero de causa e talvez seja tarde. Vai ter de conseguir suporte em militantes descontentes e não instalados.
Aguardo com expectativa o desenlace desta novela. E desejo as melhores felicidades a AC, pois acho que é de longe, uma das figuras mais carismáticas da política actual.
E eu nem sou socialista!

Fatyly disse...

Dá que pensar...dá que pensar...mas cada vez me sinto mais afastada desta salada russa dos três maiores partidos portugueses.

Blondewithaphd disse...

se calhar são as famílias políticas todas que andam um bocado perdidas no caos contemporâneo ocidental.

Anónimo disse...

A monarquia está de regresso á Europa.
:-)
Bourbon

Anónimo disse...

Malta é a Cuba da Europa,ok.
Que se distraiam lá no seu cantinho.

Anónimo disse...

França abriu a pestana!
Os outros aprendam.

lidiasantos almeida sousa disse...

O Blogger João Gonçalves do Portugal dos Pequeninos. em 2011, apelidou o Passos Coelho de ALFORRECA que ele descreveu magistralmente no seu blog. Nove meses depois foi para o Governo ser Adjunto do Doctore Relvas. Quando o doctore foi despedido por ordem do Cavaco. O João, foi tranaladado para o Álvaro. Despedido este para dar lugar ao Pires, que nada faz, o João Gonçalves foi demitido e voltou para Jurista da Direcção Geral de Finanças, logo sabe-a toda sobre todos. Acabada a história do ALFORRECA, segue-se a história do ANÉMONA Seguro, todo enredado nas suas amizades com os detentores do poder e que ele ajudou a ir ao "POTE". Para uma Senhora de elevada argucia como a Belle Helene, não é preciso dizer mais nada. Cumprimentos ....Lidia