sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Encerrado para balanço

A todos os que me visitam ou visitaram, um obrigada pela paciência manifestada e os votos, seja qual for o quadrante em que se inserem, de que este tempo de Festas seja, pelo menos, tranquilo.
Por aqui irá proceder-se a revisão e balanço pelo que, muito possivelmente, só estaremos de volta no próximo ano!

HSC

Novo ciclo

É sabido que a televisão é um dos maiores consumidores de imagem pessoal, com todo o desgaste que tal representa para o visado. Nesse aspecto a rádio esgota-nos muito menos.
Durante três anos consecutivos mantive com o Mário Zambujal um comentário semanal na SIC, no programa da Julia Pinheiro. Foi uma experiência muito positiva, vivida com grande descontracção, num óptimo ambiente de trabalho. Foi algo que me deu muita satisfação, pese embora nem sempre ter sido fácil gerir o facto de quem ali estar ser eu, a profissional, e não a mãe de um ministro. 
Chegou ao fim. Para que, agora, cada um de nós possa agora fazer um caminho próprio. Eu tenciono descansar e deixar de entrar abusivamente pela casa de cada um. Pelo menos, nos próximos tempos, a minha intenção é voltar ao precioso anonimato.
Gostaria de deixar aqui o meu abraço à Julia e ao Mário e agradecer a ambos o prazer  que me proporcionaram nestes mais de cento e cinquenta programas!

HSC

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cinco Advogadas de Lisboa

Não se fala de outra coisa. E porquê?! Porque se "entende" que a advocacia não pode ser tratada como uma marca de detergentes. Fossem homens e até se diria que a mensagem era original...
Não conheço nenhuma das visadas. São mulheres que decidiram romper com a tradição cinzenta da actividade que exercem. Sendo profissionais competentes e bonitas, ninguém lhes perdoa a exibição. 

HSC

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Desistir

Uma amiga perguntava-me, há dias, o que fazer quando alguém desistia de nós. Conhecendo o seu pragmatismo, a questão surpreendeu-me. Disse-lhe que sabia pouco - cada vez menos - da alma humana e portanto nada lhe podia adiantar. Com efeito, nunca desistira de ninguém, bem pelo contrário, o que talvez também não fosse de recomendar...
O que que sabia - isso sim - era como desencantar-me de alguém, o que não era bem a mesma coisa. Podemos levar anos a guardar um amor, a conserva-lo, a alimenta-lo e, de súbito, sem esperarmos, a vida colocar-nos na posição de vermos esse amor noutro ângulo, que sempre lá esteve, mas nós nunca quisemos descortinar. 
Numa comparação demasiado fácil, era como guardar durante bastante tempo uma flor que simbolizasse algo de muito importante e não dar pela passagem dos anos sobre ela e, sobretudo, também sobre nós. Um dia, sabe-se lá porquê, é necessário abrir a caixa e a flor está lá, mas quase reduzida a pó. E só nesse momento é que percebemos que o que guardáramos já não existia. Invade-nos, então, um misto de tristeza e de alívio, com o qual iremos fazer o resto do nosso percurso. E, eventualmente até, rescrever o passado e dar um novo valor ao presente. 
Disso, felizmente para mim, eu podia falar, porque fora uma utilíssima aprendizagem, que, no fundo, me tornara mais realista, mas me não azedara, porque fora resultado de uma escolha minha. Ao invés, quando alguém desiste de nós, não sendo nossa a escolha, deve doer bastante mais. Curiosamente, a minha amiga acabou por me dizer que, de modo indirecto, eu lhe havia respondido à pergunta!

HSC

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Preciso aprender...

Tenho um grande defeito que vou tentar corrigir em 2014: não sei preguiçar. E eu julgo que também há um direito saudável à preguiça, desde que tenhamos trabalhado o que devíamos.
Não é o mesmo que o descanso. É diferente, porque eu posso descansar a fazer um trabalho diverso do habitual, se isso me der prazer.
Aquilo de que falo é mesmo de não fazer nada, não pensar nada, não me ocupar de nada. A família critica-me e diz que sou uma workaholic. Eu reconheço que é verdade e com a morte do meu filho, já consegui alterar muito o meu ritmo de vida. Passei a "ver" e a "ouvir" melhor e a saber "desligar". Foram grandes, enormes progressos mesmo. Mas ainda não sei "parar" pelo simples prazer de o fazer. Vai ser o meu projecto para o Novo Ano, antes que os que nos governam se adiantem...
Sinto que é importante aprender a faze-lo, para poder dar o devido valor ao trabalho. É que este, em mim, é tão natural que nem me dou conta de que a vida é muito mais do que ele, e também é preguiça. Da saudável, da que não rouba nada a ninguém e apenas representa um lado justo da vida. A ver vamos se conseguirei...

HSC

Belo, talentoso e esquecido

Morreu Peter O' Toole um dos mais belos e talentosos da sua geração. A mim fez-me sonhar belos amores quando entrava na juventude. O que penso dele e do seu talento está - melhor do que eu faria - descrito neste texto de Pedro Correia no blogue Delito de Opinião:

"Há filmes que facilmente se associam a outros. E há filmes que não se parecem com nenhum outro. É este o caso do deslumbrante Lawrence da Arábia, que David Lean rodou durante mais de um ano em quatro países (Reino Unido, Espanha, Marrocos e Jordânia), por vezes sob um sol inclemente, quase insuportável, que chegou a originar queimaduras na pele de alguns actores.
Nenhum filme é confundível com este porque a personagem central aqui é o deserto e a magia que dele emana vai-nos guiando de cena em cena ao som da hipnótica partitura de Maurice Jarre. Desde o plano-sequência - um dos mais famosos da história do cinema - que começa na chama do fósforo nos dedos de Lawrence e se prolonga pelo sol que começa a elevar-se, como bola em chamas, iluminando a vastidão das areias arábicas em alegoria à primeira aurora do mundo.
T. E. Lawrence, já então conhecido por Lawrence da Arábia, explicará mais adiante a Bentley, o jornalista americano que ali fora em busca de um herói para as manchetes do seu jornal, por que motivo o deserto tanto o atraía. "Por ser limpo", foi a definição, sucinta e exacta. Esse deserto limpo é o que vemos na primeira parte do filme - aquela em que Lawrence, filho bastardo, ignorado pelo pai e decepcionado com a família de substituição que procurou encontrar nas burocráticas fileiras militares, abraça enfim como se fosse sangue do seu sangue. As jornadas de sol a sol no Sinai e na Península Arábica são um banho lustral para este europeu sem raízes que se sente filho do deserto e irmão das tribos beduínas.
É um filme de 216 minutos - para ser visto em cinema e não em televisão - sem mulheres onde imperam os códigos masculinos e longos momentos de silêncio apenas entrecortados de diálogos lacónicos e sulcados de entrelinhas num cenário em que um poço de água valia mais do que uma vida humana. Em plena I Guerra Mundial, quando britânicos e turcos se confrontavam pelo domínio do Médio Oriente e o nacionalismo árabe emergia enfim de um sono de 900 anos, pelo impensável braço de um inglês pálido e louro que trocara a farda de caqui pelas vestes de beduíno: "Aquele para quem nada está escrito pode escolher a sua tribo."

HSC

sábado, 14 de dezembro de 2013

Os "ex"

A este propósito, São José Almeida afirma que "o facto de estar em formação o novo partido protagonizado até agora por Rui Tavares não parece ser uma solução vista como suficientemente forte para garantir o desbloquear dos impasses à esquerda.”
E eu pergunto: mas o que é que deu aos "ex"?!

HSC

Dois homens, eu e uma máquina

Por mais lamentável que seja, a minha sacrosanta Miele de lavar a roupa - sim, há 20 anos eu só comprava miele's - fez greve e não centrifugava. O que deu origem a que ficasse, qual lavadeira, a torcer os turcos e os lençóis que, em fim de semana, ela se recusou a espremer.
Chegada a 2ª feira, lá veio um técnico, cuja deslocação custava 50 euros e dava direito a 15 minutos de trabalho. Sentença: o arranjo rondaria os 500 euros e, claro, como a máquina era de 1997, poderia adoecer de outra doença, pelo que, parecia, o melhor seria uma nova.
Há em mim um lado germânico - já aqui o confessei - que, para além de uma extrema organização pessoal, ainda me leva sempre a escolher marcas daquele país. Assim, fui ao representante e optei pela mais barata, pese embora ser cara.
Primeira surpresa: só entregavam uma semana depois e isto já era uma simpatia da recepcionista, por acaso minha fã. Aceitei e combinei a hora. Às 11h em ponto, a equipa batia à minha porta. Tudo decorreu nos conformes, o que muito me surpreendeu, face à multiplicidade dos "comigo há sempre um azarzinho".
Metida a velha máquina no elevador, encostei a porta de casa, e desci com os dois empregados para lhes abrir a garagem. Lá nos ajeitámos, todos apertados, no ascensor. A meio, um estrondo enorme e uma travagem abrupta. Ficámos encurralados abaixo do rés do chão.
Accionado o besouro fortíssimo do alarme, ninguém apareceu na escada. Eu saíra sem telemóvel onde estão contidos todos os meus contactos. Um dos homens tinha, felizmente, um telemóvel com net. Ligámos para a emergência e o piquete apareceu um quarto de hora depois. Só que ninguém abria a porta da rua e o técnico não podia entrar. Bem gritávamos para que arrombasse a porta, mas isso é que ele não fazia.
E eu dei-me conta de que não só não sabia o telemóvel do meu filho de cor, como os contactos do seu local de trabalho ainda não vêm nas páginas amarelas do Google. 
Fomos salvos porque, ao invés, os contactos do MNE estavam disponíveis e uma diligente telefonista do ministério - que inicialmente deve ter achado que era brincadeira do técnico da Miele - ao reconhecer a minha "televisiva voz" me pôs finalmente em contacto com uma das suas secretárias e a porta pôde finalmente ser aberta com a chave.
Devo confessar que tudo isto demorou uma hora, a roupa que ficara na máquina à experiência, acabou muito bem torcida, os empregados foram impecáveis ao perceber o susto que eu apanhara e o piquete da Thyssen informou que dois homens, uma mulher e uma máquina são peso excessivo para um ascensor...

HSC

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Uma imagem a defender...

Ainda me estou a rir do episódio. Há dias intervim numa mesa redonda - que, por acaso até era quadrada - a propósito de um tema de que julgo saber alguma coisa.
A certa altura do debate passou-se este curto diálogo com um dos meus companheiros de painel:
- "...a Helena tem uma imagem a defender"
- uma quê?
- uma imagem. É uma personalidade pública e mãe de dois políticos.
- imagem? Personalidade pública? Está a brincar comigo?
Primeiro eu sou uma pessoa e não uma imagem. Depois não sou uma personalidade. Sou, insisto, uma pessoa. Pública, muito menos. Sou bem privada e se lhe fizer o teste, vai ver que o que considera público é o que "julga" que sabe a meu respeito. Ou seja, de real, nada.
Quanto aos filhos são e eram maiores e vacinados. Da minha vida pessoal sabem o que interessa. Mas nunca os tratei como "iguais". Tratei-os sempre como "filhos" e isso significa que cada um mantém a sua privacidade. E é bom que assim continue, porque defendo que alguma "distância" faz muito bem às relações interpessoais, mesmo quando familiares.
Dei uma bela gargalhada e lá continuei com o meu latim, perante a inefável surpresa do meu parceiro. 
Já em casa contei a "estória" à família. Aproveitaram logo para se rir de mim e se mostrarem radiantes por terem no seu seio uma "personalidade". Isto vai servir de tema para os meus se rirem por muito tempo. 
Assim, antecipo-me, para não lhes dar essa oportunidade. Mas confesso que chegar a esta provecta idade e alguém se lembrar de que terei uma imagem a defender, é coisa que só a mim acontece...

HSC

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Pobre língua portuguesa

A Isabel Mouzinho no seu blogue Isto e aquilo, "posta" hoje sobre o tema delicioso dos ataques que fazemos diariamente à língua portuguesa. E cita os "encarar de frente", "eu antes prefiro", "eu disse-lhe a ele" e "eu pessoalmente", ou os ainda mais óbvios "subir para cima" e "entrar para dentro" e a nova moda do "adoro-te muito", que vai ganhando cada vez mais adeptos. Acrescentei-lhe o "há anos atrás" e não refiro o tão apreciado "há-dem" que certas personalidades usam como quem bebe copos de água.
Não sou linguista. Mas tive um Pai que além do apuradíssimo sentido do humor, escrevia maravilhosamente e, ainda hoje, meio século passado sobre as suas cartas, me delicio a le-las. Talvez seja por isso que fico numa fúria com os sistemáticos atropelos à língua mãe, feitos pela comunicação social.
Não há quem escreva bem, se não ler muito e se não se deliciar com a leitura. Nesta matéria sou quase intolerante porque tenho dificuldade em compreender quem não gosta de ler. A maior parte das coisas que aprendi veio através dos livros e dos seus autores. Foram eles que me ensinaram a viver. Foi com eles que me fiz gente.
Será possível ficar indiferente às diatribes que se fazem diariamente à riquíssima língua portuguesa?!

HSC

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O meu pequeno reino

Festejei, como sempre, o meu duplo aniversário neste radioso mês de Dezembro. Tendo nascido pela meia noite, e na véspera daquele que, durante anos a fio, foi considerado o Dia da Mãe, o meu Pai registou-me a 7, mas a minha progenitora decidiu que os festejos seriam a 8, para que ficássemos assim mais unidas uma à outra.
O tempo foi passando e com ele a instalação do hábito de um dia ser destinado aos amigos e o outro à Família. Este ano, porém, a agenda alterou-se. Os jantares de ambas as datas foram para o clã e os almoços para os que me estimam. O que resultou num manifesto bem estar gastronómico e, julgo, num precioso arredondar do que já era bem redondinho...
A única névoa que toldou os meus dois dias foi a ausência, sentida, do Miguel e do seu humor face a esta mania das grandezas que caracterizara o meu nascimento. Mas quer o meu filho mais novo quer o meu neto mais velho, tudo fizeram para afastar essa neblina de mim, sabendo eu bem como ela estava no meio deles.
Os amigos foram santos porque me pegaram como se fosse num andor. E, confesso, ocasiões houve, em que sendo republicana, me senti a rainha deste meu pequeno reino!

HSC

sábado, 7 de dezembro de 2013

E por cá?!

Quem olhar o actual enquadramento político não pode deixar de fazer futurologia e estar atento às mudanças que, passado o ano velho, se irão certamente começar a delinear.
De facto, parece não haver grande dúvida de que o próximo governo será de maioria PS. Mas tudo aponta para que essa maioria não seja absoluta, sendo portanto expectável que o partido ganhador tenha de "suportar" alianças ou coligações. O mais natural é que elas não se façam à esquerda, pelo que restarão os partidos de direita. Nestes, para o mal ou para o bem, haverá também eleições internas. Presumo que os actuais presidentes se re-candidatem. Mas reeleitos ou não, o problema da escolha do parceiro vai depender da "grandeza" dos resultados de Seguro, admitindo que será ele ainda o candidato a PM. 
Perfilam-se, então, consoante a natureza dos resultados eleitorais, uma aproximação ao PSD ou ao CDS. Ou, quem sabe, até a ambos. E aqui é que o sentido do humor que me caracteriza não pode deixar de me fazer sorrir - riso amarelo, diga-se de passagem - ao pensar o que serão essas negociações depois de tudo o que até agora foi dito quer pelo governo quer pela oposição.
Na Alemanha, Angela Merkel levou dois meses a formar governo. E por cá, como será?!

HSC

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mandela

Quando morre um Homem da envergadura de Mandela fico envergonhada com as banalidades ditas pelas personalidades nacionais, mesmo quando em funções internacionais,
Por mim, limito-me a dizer que estou triste com esta morte e que espero que a África do Sul saiba respeitar a sua memória.

PS: Acabo de ouvir Ramalho Eanes em conversa com Mário Crespo. Foi o único que não falou de cátedra!

HSC

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Agora é a mãe...

Está a tornar-se hábito que os familiares de políticos vejam a sua vida pessoal na praça pública como se exercessem funções que a tal impusessem.
Agora é um jornal que coloca em primeira página que a mãe do engenheiro Socrates deve dinheiro ao fisco por via de mais valias na venda de uma sua casa. Mas o que é que algum de nós tem que ver com a vida da senhora? Se deve, é o fisco e só ele que tem de resolver o assunto. Se não deve, é uma calúnia que merece ser punida.
É evidente que o que se pretende é atingir o ex PM. Mas a continuarmos assim, sem que ninguém se insurja, daqui a pouco estamos a pagar pelo que fizeram os nossos trisavós ou primos em quarto grau.
Não sou amiga do Eng. Socrates nem da sua ascendente. Mas considero inaceitáveis processos deste tipo. Os filhos não respondem pelos pais e o inverso também é verdadeiro. A que propósito é que a vida da senhora é tornada pública, visando uma matéria da sua estrita esfera privada?
A saga da transparência está, no nosso país, a alcançar proporções insanas, que ofendem profundamente o direito à vida privada e à defesa do bom nome pessoal.

HSC

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ministros ou negociadores?

Durante muito tempo acreditei que os ministros existiam para definir políticas na sua área de responsabilidade e que haviam sido escolhidos para a função pela sua competência. Estava errada.
Hoje um ministro é, sobretudo, um negociador sindical. Essa transformou-se na sua principal tarefa, o que lhe restringe para metade, o tempo disponível para pensar, definir, discutir e pôr em prática. 
Então para que serve um ministro a meio gás, receoso e em permanente navegação à vista, avançando dois passos para depois recuar um? Serve para empatar a vida de todos nós!

HSC


domingo, 1 de dezembro de 2013

Dia de Portugal

Hoje vou festejar o 1 de Dezembro como todos os anos fiz e continuarei a fazer com a arte e o jeito que ainda tiver.
Continuo sem compreender e a discordar frontalmente que este dia tenha deixado de ser comemorado porque ele é, pelo menos para mim, o verdadeiro dia de Portugal. Agora, mais do que nunca, o seu significado faz todo o sentido. E espero estar viva quando se acabar com a abencerragem que foi ter deixado de o exaltar, numa decisão que desagradou à maioria dos portugueses.

HSC