quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um novo PREC?

O vídeo que coloquei neste post é do tempo que se seguiu à revolução dos cravos, quando os políticos eram "sequestrados". 
A democracia baseia-se na legalidade. Qualquer incitamento à violência é anti democrático. Dois passos foram já dados. Nas escadarias da Assembleia da República e na invasão de alguns ministérios.
Compreendo e sinto a revolta que grassa no país. Não tenho qualquer filiação partidária e gosto tanto deste governo como gosto daquele que governa a França neste momento. Ou seja, nada. Pago os meus impostos e trabalho numa altura em que pensava poderia descansar, porque é o que fazem os que têm a minha idade.
Apesar disso, sei que o meu privilégio é viver do meu trabalho e não da minha reforma, que já acusa os profundos desgastes sofridos.  Mas não desejaria assistir ao retorno de um poder caído na rua, porque isso não iria beneficiar aqueles que mais precisam de ser protegidos. Ao contrário, "os ricos" partiriam sem problemas, como já fizeram, e "os pobres" continuariam mais pobres, porque o dinheiro não ficaria por cá.
Oxalá se compreenda a tempo a lição para bem de todos aqueles que estão mal e que ficariam muito pior, se aquilo que Mario Soares soube evitar, acabasse, com a sua ajuda, por se instalar.


 HSC

9 comentários:

rmg disse...


Cara Drª Helena

Faço minhas as suas palavras .
Todas elas .

RuiMG

Isabel Mouzinho disse...

Aprecio muito, como sempre, a sua enorme sensatez.

Anónimo disse...

Dra. Helena.
Concordo plenamente consigo. A experiência diz-me que aqueles que mais protestam são os que menos razões têm para protestar, ou seja, são os que menos fazem!

Todos os dias visito seu Blog.
Bem haja!
Maria. Porto.

maria isabel disse...

É esse o meu medo.Aqueles que fizeram a revolução sem violência,estão agora, parece a incentiva-la.Só que agora toda a gente tem armas,legais e ilegais.
Sou mais nova que a Doutora Helena mas o pensamento é igual. Já ninguém tem confiança em ninguém.Aguardemos para ver.

Anónimo disse...

Embora, naturalmente, respeite em absoluto a opinião que aqui nos deixa, é injusta essa observação final sobre Soares. A Direita, quer no Poder (ouvi por aí umas criaturas a tentar agitar o papão do apelo à revolta feito por Soares, num oportunismo caricato e manipulador de fazer pena), quer no Parlamento, quer nos seus comentadores de serviço junto dos "media", tem vindo a tentar passar essa imagem, essa ideia, mas não cola.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro Rufino
A direita como a esquerda passam-me ao largo.
O país deve a Mario Soares muitíssimo, porque foi ele que evitou uma deriva muito perigosa para todos nós.
Mas eu ouvi a gravação do que ele disse. E, como jurista que é, ele sabe que aquilo que preconizou - demissão do governo e do PR - só podia ser alcançado por via ilegal.
E qual é a via ilegal?!
Não gosto deste governo nem da sua política. Sofro duplamente por isso.
Ontem, quando ouvi João Soares, de quem gosto, ser interrogado por Mario Crespo até o coração se me apertou.
Este governo, que é mau, resulta de eleições livres. Não usurpou o poder e o país tem mecanismos legais para o mandar embora. Não será, certamente, criando um vazio legal que o vai fazer...

TERESA PERALTA disse...

Estou consigo Helena... A violência afecta a Paz, que é o bem mais precioso de qualquer Nação. Precisamos de estar atentos, caso contrario, podemos colocar-nos em situações gravíssimas, cujo o retorno se torna muito difícil.
Obrigada pela sua partilha
Um abraço.


patricio branco disse...

os orgãos de comunicação estão desejosos e ansiosos de noticias de invasões, ocupações, disturbios, protestos, etc.
não houve, é evidente, ocupação de ministérios, embora fosse esse o termo (mal)usado nos noticiários.
grupos de sindicalistas foram a vários ministerios pedir audiencias com responsaveis politicos, uns ficaram à porta, outros entraram e na portaria ou recepção disseram o que queriam. obtiveram aliás mais ou menos o que queriam e ao que iam, agendar reuniões. a policia de guarda e os seguranças do edificio não intervieram (viam se sorridentes e tranquilos nas imagens) e não houve comunicados alarmistas do governo como no caso das policias na a r.
ocupação foi uma palavra inadequada usada pelas tvs, mas que isso dá noticia dá. 6 pessoas a assobiar um ministro que chega a um sitio dá noticia com mais espaço que o acordo nuclear com o irão.
isto é um país de brandos costumes, o povo está tranquilo no seu sofrimento, não houve fumaças, nada aliás como p ex a entrada de manifestantes há uns anos no reino unido na sala dos comuns em plena sessão...

Glória Vieira disse...


Bom dia Dra. Helena

Quando o Dr. Cavaco Silva foi eleito presidente de todos os portugueses, acreditei que iria desempenhar o seu "posto" com toda a seriedade e honestidade. Embora não tenha votado nele aceitei com naturalidade a sua eleição, só tinha mesmo que aceitar. Não pactuo com a falta de respeito com que se fala do Presidente da República. Acho que a forma como tem gerido o seu lugar tem sido desastrosa. A arrogância a insensibilidade, os escândalos com o BPN, com alguns dos seus conselheiros e amigos mais íntimos, com ex-ministros, enfim, para não enumerar mais tristezas que me vão na alma. Um desastre! Foi democraticamente eleito e temos que o aceitar. Quanto ao governo de Portugal não poderemos esquecer que o Hitler chegou ao poder através de eleições livres.
Será que estou a ser incoerente e incorrecta? As discussões, trocas de opiniões e desabafos contribuem para reflectir e aprender. É nesse contexto que me manifesto no seu espaço. Espaço tão livre, sincero e oportuno. Que bom que "O fio de prumo" pudesse fazer parte das qualidades do Presidente da República.
Antecipadamente agradecida pela atenção que me dispensa, espero não estar a ser inconveniente.