terça-feira, 26 de novembro de 2013

Não vale tudo...

A procura de acções dos CTT - Correios de Portugal superou a oferta em 6,5 vezes no final do primeiro período de venda destes títulos, segundo a informação avançada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pela Parpública.
Nas acções destinadas ao público em geral a procura foi ainda maior, ao superar em mais de oito vezes as 15,75 milhões de acções disponíveis. Os títulos requeridos neste caso foram de 135,3 milhões.
Já a procura das acções destinadas ao trabalhadores da empresa ficou quatro vezes abaixo do lote de 5,25 milhões disponível, tendo sido de apenas 1,26 milhões.
Os CTT estão em processo de privatização de 70% do seu capital, numa operação que começou a 19 de novembro e termina no início de dezembro.

Ora aqui está uma operação financeira a que não fui, embora soubesse que, do ponto de vista individual, seria lucro certo em caixa. É que não percebo a lógica de vender, nesta altura, uma empresa pública que dá lucro. Por isso, não quis participar de algo com que não concordo.
Ainda há ocasiões em que a ideologia justifica as atitudes que tomamos.

HSC

6 comentários:

Unknown disse...

Minha querida Helenamiga

1) Se voltar a tempo de Mérida onde estou a acertar o meu horário dos Cursillos de Verano em que dou Comentario y editorial vou ao lançamento do teu livro. Se não estiver lá, por me ter demorado. quero que faças o favor de enviar um exemplar que pagarei como melhor entenderes. Obrigado.

2) Esta privatização é um aborto. Concordo 267,9% contigo. Nem o Quasimodo a enformaria; este (des)Governo prá enfermaria, jáaaaa!!!!!!! A gitana Esmeralda não acreditava. Mas, a trica, blá, blá...

Qjs


TERESA PERALTA disse...

É isso mesmo!! O dinheiro não é tudo...Existem coisas muito mais importantes, como seja, a coerência com as nossas próprias ideias. Eu também não concordo com esta venda, mesmo sabendo que o Estado está a precisar de liquidez. Existem situações que devem ser contornadas....Já não posso ouvir falar em alienação do nosso património, nem em grevistas e sindicalistas que só pensam em direitos sem o dever de trabalharem e unirem esforços conjuntos, de modo a salvar o pouco que ainda temos.... Acho, mesmo, que estamos a cavar a nossa própria sepultura... E, os velhos, vão ficando por cá, a discutirem o “sexo dos anjos”, revoltando-se uns contra os outros... Sabe Helena o espirito de Nação deveria manter-se para além da Selecção Nacional....
Outro abraço para si.

José Sousa e Silva disse...

Gostei de saber.
Mas acima da (sua) ideologia está a (sua) Ética, e fez aquilo que já quase ninguém faz.
Parabéns por tal procedimento (postura na Vida).

Anónimo disse...

No mesmo dia em que estou lendo esta postagem, recebi em minha casa uma carta-circular do presidente dos CTT, convidando-me par subscrever ações da sua empresa. Isto fez-me lembrar o que acontecia nos anos 70, antes do 25 de abril: Os supostos investidores iam para as filas do banco quando havia uma emissão, ali se fazia a subscrição ficando o capital cativo até ao sorteio. No final, como a ganância era muita da parte do público, os pedidos eram muito maiores que a oferta. Resultado, lá se conseguia 1 ou 2 ações, ou nenhuma. Tudo isto se compreende melhor para aqueles que já passaram OS "70". (...)

aNaTureza disse...

Peço licença para deixar isto aqui:

Empresas Públicas lucrativas à venda: Os CTT são uma empresa lucrativa que desde 2005 registaram lucros de 438,7 milhões de euros;

Um manifesto foi transformado em petição http://peticaopublica.compview.aspx?pi=PT71565,
dando possibilidade a todos os cidadãos de o subscreverem e demonstrarem a sua oposição à venda desta empresa centenária.

Mais de 110 personalidades de diferentes áreas da sociedade defendem o cancelamento do processo de privatização dos CTT.

«Mais uma vez vão demonstrar que a prioridade do Governo é privilegiar os credores em detrimento dos cidadãos». Alerta a economista Eugénia Pires

E como não darão o lucro pretendido «esta privatização afeta as classes mais baixas e as populações das regiões mais isoladas», sublinhou o jornalista Daniel Oliveira.

Obrigada!

patricio branco disse...

dificil de facto perceber, para alem do estado receber imediatamente o resultado da venda de 70% da empresa, continuando a receber os lucros agora de 30%. necessidade muito urgente de dinheiro é a unica explicação.
e porque não ficou com 40 ou 45%?
depreende se aliás de toda a operação e do palavreado que a envolveu que se a empresa continuar a funcionar bem, a ter bons lucros, valorizada em bolsa, o estado venderia num futuro o resto das acções que guarda.

quanto aos trabalhadores, é pena não poderem comprar a totalidade das acções que lhes foram reservadas, sinal do pouco poder económico que têm (baixos salários. espero que findo o período o estado fique com o que sobrou deste lote e os junte aos 30% que detem.

que os ctt continuem a ser a excelente e simpatica empresa que são...