terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Reformas e reformados


“Jardim Gonçalves venceu uma nova batalha contra o BCP que lhe permitirá, por agora, manter a sua reforma de 175 mil euros, mas o banco garante que irá voltar a tribunal para reduzir a pensão do seu fundador.”...  (Correio da Manhã)           
                                                          
Pergunta inocente: e porque é que a mim e a muitos outros colegas bancários podem mexer na nossa reforma e na do Dr. Jardim Gonçalves não? O Acordo Colectivo de Trabalho que nos rege não será o mesmo?

HSC

24 comentários:

olinda silva disse...

Les uns et les autres…é mais do mesmo !

Aliete Vieira disse...

É um País com dois pesos e duas medidas Dra Helena, muito triste esta realidade.Um abraço.

Anónimo disse...

Pois ..... parece que uns são filhos e outros enteados!
A sério, está é das tais reformas que DEVERIA ser reduzida em 90%(ainda sobrava a bonita quantia de mais de 15 000 €.)

ERA UMA VEZ disse...

Eram novos tempos na Banca...

O dedo apontado aos melhores de cada Instituição,assim como na foto.
Ordenado muito acima,"curso de formação tipo curso de cristandade"
juramento de devoção onde e a que horas fosse, fatos de bom corte, gravata italiana de cornucópias e peito cheio (inchado) de ar.

Nascia assim uma nova "gama" de bancários, mais destemidos, mais bem pagos e irmanados na fé de criar um "género novo" entre colegas, muitos deles desiludidos há muito com o poder dos seus sindicatos, mais ou menos acomodados.
Entre os novos"valores"ressuscitava-se o conceito da "mulher não entra".
com as justificações bacocas e conhecidas.
A par de tudo isto, nascia verdadeiramente aquilo que a época
política e social começava a proporcionar: UMA ELITE PRETENSIOSA
E NOVA RICA que se afirmava pelo número de jipes, de apartamentos de férias, de presenças no golfe e claro por um CARTÃO GOLD do BCP estratégicamente visível.
Ser cliente do BCP era coisa de monta, chegava-se "a cuspir na sopa" noutros Bancos que os tinham ajudado a crescer durante anos, enfim...Depois de tanto deslumbramento e alguns equívocos era vê-los a voltar de rabinho entre as pernas,em busca de
um profissionalismo e lealdade que tinham desprezado mas que continuavam intactos.

Claro que o BCP inovou e obrigou a inovar, sobretudo técnicamente, mas a cultura bancária já existia e perdurou pela confiança e proximidade. Esses sim,acabam por ser os eternos argumentos que fidelizam.

Passados estes anos, as acções estão vagamente acima de zero, a criatura vira-se contra o criador, as gravatas de cornucópias estão no fundo das gavetas ou são vendidas em lojas "vintage"...

O País ainda se lembra e sabe que, muitos erros se cometeram nesse tempo e a partir dele. Enquanto "toda a gente queria parecer rica"
liquidavam-se vinhas e olivais, faziam-se escolas de formação em vãos de escada, deitava-se mobiliário no lixo e assobiava-se para o ar...porque o dinheiro entrava todos os dias porta dentro.

Porque é que podem mexer na nossa reforma Helena???
Porque a demasiada ambição de alguns nos trouxe até aqui.
E ninguém os deteve, enquanto ainda era tempo.
E até a nossa "vulgar reforma" começa a incomodar muita gente como se fosse um desperdício...
Enfim,sinais dos tempos.






Dalma disse...

Boa pergunta! Se vier a saber a resposta acho que todos os seus leitores gostariam que lhes dissesse. Eu certamente gostava!

Anónimo disse...

O BCP recebeu uma “belíssima” maquia, de mil e tal milhões de euros para ser resgatado e ainda tentou impôr condições ao governo! Isto em 2012. Este ano já teve um imenso prejuízo em mil e coisa e tal milhões de euros. No total, já irá em mais de 2 mil milhões de euros de prejuízo.
Todavia, os prémios continuam a ser pagos aos ("competentíssimos"!)administradores, prémios que não são objecto de pressão fiscal, ao que consta. Gaspar poupa-os!
E ainda tem de pagar ao Sr. Gonçalves os tais 167 mil euros mês de pensão.
Ou seja, recebendo o falido BCP ajudas do Estado (a juros benéficos) proveniente dos tais 12 mil milhões alocados à Banca pela Troika, quer isto dizer que o BCP vive dos “bochechos” milionários que o Estado/este Governo lhe dá, à nossa custa, contribuintes, pois somos nós quem irá pagar a factura do BCP (e de tudo o que este Governo pede à Troika), isto quer dizer que somos nós, contribuintes, que lhe pagamos a tal reforma de 167 mil euros mês.
Sinto-me insultado! O governo não se sente? Não se importa? Quem não se sente não é boa gente, lá diz o povo. Um indivíduo, o Jardim do BCP, que fez o que se sabe, gato sapato naquele seu BCP, vai agora gozar uma pensão que o povo contribuinte lhe irá pagar através daquilo que o BCP receberá de resgate, em resgate.
Este país é verdadeiramente surreal. Está, verdadeiramente, em decomposição política.
P.Rufino

Mariam disse...

HSC,
A diferença é que entre banqueiros e bancários, são estes que estão mais a jeito para os "cortes". Ai aguenta...aguenta, diz o outro que é banqueiro para quem não é banqueiro.
Desejo-lhe uma boa noite.
mariam

Anónimo disse...

Cara Helena,

Deixo à sua consideração publicar este meu comentário até porque costumo ser muito comedida... mas, desta vez, não consigo.

Este tipos são tudo menos patriotas e depois andam a "bater com a mão no peito" ao domingo como bons cristãos e nem um cêntimo dão para ajudar os que mais precisam.

A mim, já me dá naúseas olhar para este tipo de escumalha!!!

Isabel BP

zia disse...

A sua questão é a que desde sempre de põe "por que há ricos e pobres"!
É escandaloso o que esse homem recebe por mês, ele e mais uns milhares neste país de pobres de tudo...
Beijinhos,
lb/Zia

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros comentadores
Têm razão. A pergunta certa seria pouco inocente. Ou seja, como é que o Estado permite que o BCP receba dinheiro da troika, mantendo este tipo de reforma ao Dr. Jardim Gonçalves? Com que moral?
Antes não houve supervisão. Agora não há explicação nem razão.

Anónimo disse...

Uma reforma deste montante é uma afronta a qualquer Portugues. Se tem direito a ela, por lei, então é, digamos, o resultado da gente que nos tem governado para chegar ao país que temos hoje. Em meu entender, nunca se deveriam aprovar tais leis.
Almerindo

Sweet Disposition disse...

Que vergonha! Incoerências atrás de incoerências...

Teresa Peralta disse...


O seu último comentario diz, precisamente, aquilo que me vai na cabeça e na alma.
Boa noite com um grande abraço.

José María Souza Costa disse...

Admirável, Helena Sacadura Cabral.
Eu, e, o meu sentimento de Amizade, estamos aqui, para dar-lhe, um abraço.
Felicidades, sempre.

Nadinha de Importante disse...

Claro que o Acordo Colectivo não É o mesmo!!
Nas reformas/ordenados mais baixos corta-se, porque pobre pode sempre viver com menos!!!
Nas reformas/ordenados chorudos não se pode mexer...já viu como o sr. jardim gonçalves iria pagar as despesas!!!

Isto só comprova que a moral do estado é cada vez mais diminuta!!!

Blondewithaphd disse...

E continue a fazer essa pergunta porque há muita gente que precisa da sua voz pública.

Anónimo disse...

Agradeço-lhe ter trazido esta notícia
para leitura e eventuais comentários dos seus inúmeros "visitantes".
É um roubo, aos contribuintes portugueses,esta obscena reforma.Inexplicável!Então,não seria esta escandalosa reforma das primeiras a serem reajustadas?Quem a recebe não tem consciência social?
Também eu fiz um curso superior,durante 36anos trabalhei e tentei actualizar-me,a expensas minhas.Ontem fiquei sem 500 e poucos euros na minha reforma.Resumindo,não consigo honrar os meus compromissos.Encetei,ontem mesmo,diligências para emigrar...aos 66anos de idade.

MAR disse...

Para os "Jardins Gonçalves" deste país os acordos colectivos são sempre outros... é caso para dizer "Gente fina é outra coisa"...

Fatima MP disse...

Caríssima Helena,

Só não entende quem não quer: é óbvio que as mesmas "razões de excepção" invocadas para reduzirem as pensões do Zé Povinho, permitiriam reduzir para um valor, digamos, decente, digno e confortável, a pensão desse senhor. Afinal, teremos que concluir que há dinheiro, sim senhor, senão não poderiam pagar-lhe essa quantia (e isto sem juízos de valor sobre a sua actuação no Banco). A nós, é o que se sabe, não podem pagar, somos o cordeiro sacrificado. Gostaria de saber, quem neste País, diz o que pode e o que não pode. Infelizmente, a tão propalada situação de excepção, funciona só para alguns e para algumas coisas.
É a vida, como diria o outro ...
Escreva sempre. Além de outras coisas que não são de somenos, é uma voz inteligente e lúcida. Beijo!
Fatma MP

Fatyly disse...

Já todos disseram o que eu penso destes senhores barões ou tubarões.

e realço a clareza real de um Portugal desnorteado neste seu comentário:

Têm razão. A pergunta certa seria pouco inocente. Ou seja, como é que o Estado permite que o BCP receba dinheiro da troika, mantendo este tipo de reforma ao Dr. Jardim Gonçalves? Com que moral?
Antes não houve supervisão. Agora não há explicação nem razão.

Quando uns mal podem recorrer a tribunais e quando o fazem demoram anos...este em três tempos conseguiu.

Anónimo disse...

Hoje diz o Jornal de Negócios que o mesmo «artista» só paga a contribuição extraordinária por 1/3 daquela reforma...

Maria Antunes disse...

Realmente é muito triste o que se está a viver no nosso País, concordo com todos os comentários. Trabalhei quase 41 anos, cheguei ao topo da minha carreira e como reforma trouxe menos de 1.000 €. Então este mês nem digo quanto recebi, tenho vergonha.
Abraço grande

Maria João disse...

Até parece anedota! O pior é que não dá vontade de rir....

António Pedro Pereira disse...

Caríssima Helena:
Um país dois sistemas.
Inventado na China... aplicado em Portugal (readaptado aos reformados de luxo).