terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Abaixo as máscaras


O pedaço de texto que se segue é retirado de um artigo intitulado BAS LES MASQUES de Nicolas Baverez, publicado na última Le Point, e tem tradução livre minha.

"...A França país do sul da Europa pelas suas realizações, sem as reformas do sul mas com taxas de juro próximas das do Norte da Europa é, mais do que nunca, uma bomba ao retardador no coração da zona euro. O melhor serviço que a Alemanha e os seus parceiros europeus lhe podem prestar, consiste em fazer prova de uma intransigência absoluta face à louca deriva dos seus deficits. Não em se bater pelo objectivo dos 3% de deficite publico em 2013, que até pode ser adiado, mas exigindo, sim, a realização de reformas em matéria de flexibilidade e de baixa do custo do trabalho, de desmantelamento da fiscalidade confiscatória e de redução das despesas públicas, nomeadamente as sociais.
Competem, neste momento, à Europa, as reformas que, para deshonra dos seus cidadãos e da classe política, a França se recusou de forma sistemática a realizer e cuja ausência faz agora pesar sobre ela e sobre o euro uma ameaça fatal…”

Este é o discurso que o nosso país conhece bem. As perguntas que me surgem são as de sempre: Europa unida e solidária? Onde? Como? Até quando?!

HSC


3 comentários:

Anónimo disse...

...a realização de reformas em matéria de flexibilidade e “de baixa do custo do trabalho”, de desmantelamento da fiscalidade confiscatória e de redução das despesas públicas, “nomeadamente as sociais”.
As aspas são minhas. A receita deste senhor, no Le Point, vai, uma vez mais, sacrificar os mesmos, poupando os conhecidos de sempre. Propõe uma redução do custo laboral, mas, em contrapartida, nada diz sobre uma maior carga fiscal para a banca, sobre os prérmios anuais dos grandes accionistas de grandes empresas e da tal banca, visando uma contribuição fiscal mais equitativa e justa. Quanto à redução das despeesas públicas, aplica a mesma solução de cortar nas despesas sociais, que, como se sabe, quem delas beneficia e mais precisa é quem menos tem, não quem é rico.
Este tipo de receitas deixa-me náuseas. Não creio que o Sr. Baverez nos tenha ensinado nada que este mau governo não saiba e não tenha já aplicado.
Com gente desta estamos conversados.
P.Rufino
PS: concordo, todavia, com a ideia do “desmantelamente confiscatório”. Conviria era saber como será feito e quem seriam os mais beneficiados do abrandamento do confisco, se os ricos, se os pobres.


Helena Sacadura Cabral disse...

Pois é meu caro Rufino. Aí é que está o busilis da questão!

zia disse...

Europa é uma abstração feita real que não funciona, e quem não viu ainda...
A meu ver tudo vem, quanto a nós, de o Sr. Mário Soares se ter querido impôr aqui e de, (saloiamente) se quer submeter aos donos da Europa (França e Alemanha)!
Um forte abraço,
lb/zia