segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma certa linguagem sindicalista

Pode não se gostar deste governo. Pode não se gostar de um ministro. Pode não se gostar de Nuno Crato. Podem os professores ter toda a razão nas suas reivindicações. 
Mas poderá/deverá o professor sindicalista Mário Nogueira, pago por todos nós, através do Ministério da Educação, expressar-se publicamente em termos de português vernáculo, insultuosos, como fez, quando representa uma boa parte daqueles que, em princípio, têm por missão educar? E dizer que o ministro tem as mãos sujas sem provar o que afirma?
Preocupa-me um pouco que os meus netos possam, um dia, vir a expressar-se naqueles moldes, invocando que estão a copiar um professor...

HSC

20 comentários:

Isabel Mouzinho disse...

Tem toda a razão no que diz Helena, mas o Mário Nogueira não é um professor, porque sendo verdade que como diz é "pago por todos nós", o que é uma vergonha e um escândalo, ela não tem e não sei se alguma vez terá tido a noção do que que é ter uma turma na frente e ensinar. E, apesar de tudo, continua a ser isso que faz um professor. Eu sou professora, para o bem e para o mal. Mas, muitas vezes, encolho-me no sofá e envergonho-me de ver alguns "professores" dizerem e fazerem coisas muito pouco "educativas". Não ouvi Mário Nogueira, mas conheço o género. E acho muito bom que se vá chamando a atenção, como a Helena tão bem faz, para estas situações que são muito pouco dignificantes (no mínimo...)
Beijinho :)
Isabel Mouzinho

Sérgio disse...

Pois... Um dia numa sala de aula um aluno insulta o professor. O professor ofendido pede-lhe justificações. “Segui o exemplo: trato o meu superior hierárquico da mesma forma que vocês tratam o vosso”. Muito negativo...
Mas também, politicamente falando se calhar até é merecido para muita gente, que ainda há uns tempos atrás andava de bicos de pés a querer aparecer na fotografia ao lado deste senhor, afinal parece que os insultos tinham outros destinatários que não eles, logo eram bons insultos e o meio justificava o fim. Resta saber se agora que a alvo mudou para eles, continuam a achar o mesmo. Eu cá acho que a politica dos insultos é sempre negativa quer seja (temporariamente) a meu favor, quer seja contra.

Teresa Peralta disse...


Triste, muito triste!...Enorme pesar pela falta de educação...
Fico sem palavras para expressar a minha indignação que, passa a ser muito maior, do que a vontade que poderia ter em defender a minha, própria, profissão...
Que futuro terá a educação, quando os exemplos reais se pautam por estas incongruências desaustinadas?...
Um grande abraço

Alcipe disse...

Helena, os seus netos tiveram em casa melhor professor. Quem sai aos seus não degenera.

Anónimo disse...

A frase esta na imagem e ilustra bem a personagem "Assim não se pode ser Professor" ...

N371111

PS. E não ouvi o uso do português corrente a que faz referência, bastam-me o que anda a dizer nos últimos 15 anos.

ERA UMA VEZ disse...

Ai Helena,Helena porque seria que tinham tanto medo das "avaliações"???

Outra coisa(pouco a propósito): Sente-se a sua falta lá para os lados do Tibete
É que a coisa está divertida...

Anónimo disse...

Boa tarde
É, ficou um pouco mal ... foi uma espécie de baldada de água fria ... a qualidade de ensino engloba tudo ... e o ensino, a par da justiça, do estado social e da saúde, é tão básico e profundamente essencial ao bem estar de qualquer individuo e de qualquer sociedade.
Cpts.,
Cláudia

Anónimo disse...


No tempo da outra senhora alguns professores berravam muito mais nas aulas, batiam nos alunos e papagueavam materia para se desbobinar em testes e exames. Aprendi a respeitar os bons profissionais e a ignorar os maus. Nunca os imitei,desde os meus sete anos e tal que os via apenas como meros acidentes de percurso

Anónimo disse...

Olá boa tarde!
Não a conheço pessoalmente, mas, como tantos, cujos comentários vejo no seu blogue, sinto que partilhamos uma visão muito parecida da vida. A sua mais sábia, mais esclarecida, mas mesmo assim semelhante. Não me pergunte porquê, uma vez que não tem nada a ver com o que escreve hoje nem com o que escreveu ontem, só porque sim, porque me apeteceu, porque achei lindo porque encontrei este escrito magnífico que quiz partilhar com os meus amigos e "abusivamente" apeteceu-me inclui-la:

POEMA de Frei António das Chagas - meados do século XVII

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
Um abraço
Maria de São Francisco

Anónimo disse...

Boa tarde!

Não posso estar mais de acordo com o que diz. Já são várias as vezes que nas manifestações de professores, que não suporto ouvir os insultos e os palavrões dirigidos aos vários ministros da educação, pelos professores.Desta vez, ainda por cima, por um dos seus "representantes". Tenham razão ou não, é inadmissível atacar a sua tutela desta maneira.
Imagino que os alunos ao estarem a presenciar tais atitudes, sentem-se provavelmente no mesmo direito, de proferirem os mesmos impropérios na sala de aula, quando se sentem injustiçados. É lamentável, absolutamente lamentável...
MariaB.

Dalma disse...

Parece-me que é a primeira vez que estou em absoluta concordância consigo!
Tendo sido professora durante 36anos e 8 meses e estando há 7anos a gozar o que me é devido, não consigo no entanto deixar de me interessar do que se passa neste campo...
Quanto ao "Dr Nogueira" senhor que segundo li não dá aulas há 19, desde sempre tem tido esse discurso e não compreendo como há professores que se revêm nele!
Tal como diz, tem um português vernáculo e envergonha qualquer professor digno desse nome! Depois dos pais são os professores os grandes responsáveis pela formação dos jovens e com exemplos destes que esperar, diz bem, para o futuro dos nossos netos ( porque também os tenho)?

Hélia Cruz disse...

Cara Helena,

Por muita razão que se tenha, que é o caso em questão,perde-se muito quando os problemas não são equacionados com o elevado nível de educação que é exigido a qualquer profissional desta área. Embora possa garantir que desde 2005, a tutela do MEC, não tenha tido qualquer respeito por uma classe profissional que enfrenta hoje, o maior despedimento, registado na História de Portugal.
Sempre com amizade.

Maria de Sousa Pinto disse...

Mas este senhor nunca foi professor! Soube e sabe encarnar a luta de uns quantos, aproveitou a revolta justa e sentida de muitos para se manter na ribalta e conseguir enfim o objetivo político que almeja!...
Um PROFESSOR não tem receio de avaliações, um PROFESSOR não dirige impropérios ou insultos, um PROFESSOR é um exemplo pela positiva para seus alunos...
Não é com exemplos destes que se dignifica uma classe que é fundamental numa sociedade responsável!...

Anónimo disse...

Questiono-me se não seria tempo de um governo (não necessariamente este – Jesus!) propor legislação que levasse a que um dirigente sindical tivesse de manter, ainda que com ritmos de horários diferentes, naturalmente, a sua ocupação profissional a par da de dirigente sindical, o que lhe daria, de algum modo, uma maior autoridade de saber como as coisas decorrem no terreno – em directo - e não apenas pelo que lhe chega da informação dos colegas sindicalizados.
Não pretendo com isto criticar, de nenhuma forma, Mário Nogueira, pois navego noutras áreas profissionais e não seria de bom tom, da minha parte, estar a opinar sobre a área do Sindicalismo da Educação, não pertencendo eu ao meio profissional do mesmo. Deixo essas eventuais críticas - ou apoios - a quem de direito.
Limito-me a questionar, a título de sugestão, se não se poderia, enfim, exigir que um dirigente sindical exercesse, em simultâneo, ainda que a tempo parcial, as funções laborais que defende, com a de dirigente sindical.
Terei que me debruçar sobre as leis laborais e toda a legislação sindical, para melhor compreender a situação. Seja com o fôr, penso que uma maior proximidade laboral, talvez possa melhor contribuir para que um dirigente sindical seja ainda melhor.
Quanto ás declarações de Mário Nogueira, não as ouvi, pelo simples facto de que vejo – felizmente para a minha sanidade mental – pouca TV. Mas o que se diz, tem de ser sempre bem pesado, já dizia "a minha avó!"
P.Rufino
PS: este Post, ajuda “a explicar” porque é que a sua autora já vai em, qualquer dia, em 2000 membros! À parte os visitantes! A variedade de temas, seu interesse e a personalidade de quem escreve o “Fio de Prumo” está, seguramente, por detrás de tal sucesso.


zia disse...

Ser professor implica uma ética específica que,devido às motivações e à formação individuais, é ignorada!... isso reflete-se em tudo, no que transmitem aos alunos e à forma como atuam nas suas reinvindicações, etc...
um abraço grande,
lb/zia

Anónimo disse...

Cara Helena,

Concordo plenamente.

O mal dos sindicalistas em Portugal é que representam os trabalhadores quando há décadas não sabem o que isso é.

Os sindicatos não rejuvenesceram os seus dirigentes, não se modernizaram, continuam com mesmos os discursos há décadas.

Não sou sindicalizada e não conto vir alguma vez a ser.

E por último, vou escrever aquilo que disse quando li semelhante disparate - "Que carroceiro!"

Isabel BP

P.S. Gostei de voltar a ler o P. Rufino.

Sandra disse...

Olá Helena!

O Sr. Mário Nogueira, cada vez mais, representa menos professores. A mim já me deixou de representar há muito. Concordo que ele deveria voltar, efectivamente, ao Ensino para constatar o que se passa na realidade. Não fui à Manifestação.No entanto, fui a outras mas deixei de acreditar em muitos dos que iam comigo e no Sr. em questão (Não é um mal da profissão mas da sociedade que se reflecte em todas as profissões, portanto, não somos excepção).Não vou falar dos «privilégios» (assim designam na praça pública) que nos retiraram,o meu privilégio é estar colocada em 4 escolas, bastante distanciadas entre si (há 13 anos que dou aulas e salto de lado para lado)e ter 10 turmas. Trabalho, numa delas em condições humilhantes, que não vou especificar, os colegas dizem para relegar, pois é um ano, passa depressa e o que interessa é ter trabalho. Eu vou continuando a denunciar mas a voz cada vez fica mais fraca. Vou partilhar consigo o que me vai na alma, pois tantas vezes partilha «comigo» o que vai na sua: é meu desejo, logo que possa, abandonar esta profissão que considero nobre. Sairei de consciência tranquila por todo o trabalho que desenvolvi para e com os meus alunos (sei que no fundo eles o reconhecem, por que me entrego de corpo e alma) mas o que se passa ao nível do Ensino faria correr muita tinta. Por último, e só para responder a um comentador que disse que tínhamos medo da avaliação, digo-lhe que lutei por uma avaliação justa, só me subjuguei à tal avaliação quando não tive mais oportunidade de dizer que não e sabe por quê? Uma palhaçada.Uma luta dentro das Escolas que colocava para segundo plano o centro da nossa acção, os alunos. Que lógica era essa? O próprio Ministério reconheceu isso e alterou o processo.Mais, em Educação é muito fácil qualquer um dar palpite! Aceito de bom grado as sugestões ou observações que fazem ao meu trabalho, desde que feitas com educação e fundamento. No entanto, oiço muito o criticar por criticar. Também contra isso luto e, como quem não deve não teme, sei muito bem defender-me. Mas estou cansada, diria mesmo esgotada, com tudo isto. Daqui a uns anos a sociedade tirará as conclusões daquilo em que estão a transformar o Ensino. Eu só não quero ser acusada de ter pactuado. Deixo um abraço carinhoso a todos os professores que se dedicam a esta profissão com corpo e alma e que durante o seu horário estão com os vossos/nossos filhos, não só a ensinar, a ouvir, a ajudar a resolver problemas, a aconselhar, a orientar... Acreditem ou não, há quem o faça. Sinceramente, estou tão esgotada que já nem me importo se alguém vai aqui aparecer e dizer que isto não é verdade!Que há muitos professores que não ligam nenhum, que... Como disse, é um mal da sociedade, não são os professores, não são os padeiros, não são os advogados, não são os ... são as pessoas que o fazem, é o ser humano.Eu trabalho com o ser humano, fico triste por ver que tantos estão no mau caminho mas continuo a querer acreditar naqueles que me mostram que apesar de tudo valeu a pena...
Beijinhos

Blondewithaphd disse...

No geral, incomoda-me a linguagem sindicalista, não obstante as muitas e justas razões que tenha. Acho, apenas, que podemos fazer valer pontos de vista com um pouco mais de elegância.

Anónimo disse...

Fui professora a vida toda.
Com muito entusiasmo.
Com muita alegria.
Tenho 72 anos e veio a tal reforma.

Quanto a Mário Nogueira, já não o oiço há muito tempo.
Este senhor não tem nada a ver, nadinha, com um professor. A linguagem, Helena, alguma vez nas nossas casas este género foi admitido ou sequer pensado?
Continue, Helena. Atenta. Pensante

Teresa Frazão

Fatyly disse...

Mas alguma vez ele terá exercido o cargo de professor?
Tudo tem limites e este senhor há muito que o ultrapassou e já deve estar no Guinness.