segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Política rasteira

"....Quem aproveita a fragilidade física de um adversário para o atacar, tem apenas um nome: é um cobarde. E com cobardes não se debate. Desprezam-se apenas."
Há frases que, por corresponderem, creio, a dores antigas pessoais, me tocam de modo particular. Esta é um bom exemplo disso e explica muito do desprezo que nutro pela actividade política, onde este tipo de comportamento se torna cada vez mais comum, chegando mesmo, alguns dos seus eleitos, a exerce-lo de uma forma que apelido de rasteira.
Em Portugal - a blogosfera tem uma boa parte de responsabilidade nisso, quando a coberto do anonimato, permite que se propalem as maiores barbaridades -, é frequente o ataque pessoal para combater o adversário. E é pena porque afasta do debate político os melhores e faz com que nele se inscrevam e resistam, as pessoas cuja única aptidão é, mesmo, o exercício desse tipo de actividade mal sã.
Antes não havia liberdade de expressão e só as elites eram politizadas. Hoje temos liberdade de expressão, mas a qualidade do confronto de ideias raramente ultrapassa o nível partidário ou o da crítica à vida pessoal. O que é lamentável, porque se assim não fosse, todos ganharíamos com isso!

HSC

12 comentários:

Anónimo disse...

é triste e muito exacta a conclusão a que chega no seu post!
penso que a cobardia é hoje um "princípio" da classe de arrivistas e "doutores de aviário" que tomaram o poder na política...
muitos beijinhos,
lb/zia

aNaTureza disse...

A realidade bem retratada...e muito triste.

Fatyly disse...

Subscrevo inteiramente!

Anónimo disse...

Ao seu texto, que me provocou lembranças recentes e pessoais (não físicas mas económicas e claro não políticas), só faltou o nome: José Manuel Fernandes.

N371111

Blondewithaphd disse...

A blogosfera dá-se ao "rasteirismo" porque o anonimato é um excelente escudo. No resto, por tradição, Portugal gosta muito das conversas mesquinhas à boca fechada que se propalam em ataques que, no fim, nem se sabe de onde vieram.

Anónimo disse...

Concordo e ainda por cima tenho filhos, muito jovens, politizados mas fartos que nem votam e isso preocupa-me.

Anónimo disse...

Nem mais! Vivemos uma época em que prevalece a falta de respeito pelo PRÓXIMO!

Isabel BP

Helena Oneto disse...

Sem cobardes o mundo seria bem diferente. Infelizmente não é.

São disse...

Por concordar com a Helena , deixei de ter Anónimo.

Simplesmente porque não tenho o mínimo respeito por quem nem sequer tem coragem de se mostrar para defender as suas ideias, com as quais posso concordar ou não.

Um dia destes - eu que não fui, não sou nem nunca serei comunista - senti-me obrigada a defender, por uma questão de dignidade um blogueiro militante do PCP porque sempre me irritou a cobardia e o insulto soez sob anonimato.

As minhas saudações cordiais

Anónimo disse...

Boa tarde

No fim, a maioria dos políticos acaba por reflectir a maioria do povo que governa ...

Esta forma rasteira, como tão bem descreve, é transversal à sociedade portuguesa.

Ora padecemos de sermos "alvo" de comportamentos e atitudes destas, ora padecemos por não alinhar nos mesmos. Não é fácil conseguirmos lidar com isto.

E o mais caricato, é vermos pessoas a atribuírem-se a si próprias características de grande carácter, excelência profissional e genuínas capacidades de liderança e/ou persuasão e, na vida real, não passam de seres mesquinhos que apenas se fazem valer da sua “intocabilidade” ...

Se fosse só na política ...

Uma das preocupações com que me debato na educação do meu filho é descobrir como o hei-de ensinar a lidar com este género maioritário de pessoas. Pois nem eu própria ainda o sei bem como fazer ...

A sociedade está infestada desta forma de ser e estar que é, no fundo, actualmente, o individuo mais valorizado no mundo laboral e social.

Não penso que esta é a forma portuguesa de ser, mas é a forma para a qual os portugueses “evoluíram” nas últimas duas décadas. Ou pelo menos é esta a minha percepção.

Importa o que se parece, não o que se é, nem o que se é capaz!

Cumprimentos,
Cláudia

Maria disse...

Infelizmente é o que temos. É um aprendizado não termos de aturar esse tipo de gente. Temo que vai piorar com a crise que a maioria vive. Quem puder pagar serviços privados, ou comprar malas chanel, será bombardeado. O ex director do jornal foi muito infeliz.....

Cptos
Carmen

Isabel Seixas disse...

Enfim...
Serve para exercer o direito à indignação, além de que os pecados capitais deveriam ser acrescidos, depois tenho pena dos garotos que têm que os decorar e decoram mal...