quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Milagre...


No Palácio da Ajuda, quando tomou posse como ministro das Finanças, em meados de 2011, Vítor Gaspar afirmou: "Vou precisar de imensa sorte". 
Precisava ele e precisávamos nós. Mas isto da sorte não é para qualquer um e a experiência de Teixeira dos Santos já havia mostrado à saciedade que não basta ser um bom técnico para gerir as contas do país. É preciso ser político e essa tarefa é especialmente difícil para quem toda a vida se moveu como professor ou especialista de questões economico financeiras. Por norma, o vírus não está no seu ADN.
Resultado: Teixeira dos Santos perdeu a admiração de muitos dos seus colegas e Gaspar vai pelo mesmo caminho. O país está saturado, não suporta experimentações e não aguenta mais sacrifícios.
Assim, um ano depois, o actual Ministro que não teve muita sorte, vai agora precisar de um milagre. Eu até sou católica, mas tenho muita desconfiança dos milagres económicos.
Porém, hei-de voltar ao tema. Por enquanto, jogo no euromilhões...

HSC

21 comentários:

DD disse...

Cara Helena,
Que capacidade de síntese!
Penso que já não há nada que nos salve do empobrecimento. Contudo, ainda fico perpelexa com declarações como as do Dr. Durão Barroso ao referir que "os Estados-membros, sobretudo aqueles sujeitos a programas de condicionalidade económica da troika, como Portugal, devem melhorar a sua competitividade sem pôr em causa o Estado social".

Silenciosamente ouvindo... disse...

Eu sei que tem razão no que escreve
e sei "que deve saber mais do que
pode falar". Experimentações que
mexem com a vida real das pessoas...
não devia acontecer!!!
Beijinho
Irene Alves

sandrine disse...

Minha querida  e caríssima  Helena...

.Sociedade ou saciedade ? Ambas as duas estão correctamente correctíssimas em prol do prolongamento da visão visionaria por si descrito e partilhado. Eurozilhoes de milagres é o que toda a gente precisa.
Tanto o Teixeira (um outrora recente ) como o Gaspar ( agora como agora) "defendem" uma pasta que é um arquivo de dividas! (duvidas?)

... Esta sociedade está saciada de laboratórios e as cobaias começam a ficar fartas!!!!

Eurozilhoes de Bacios ...

sandrine disse...

.... Desculpem.... O bacio anteriormente referido nada tem em comum com os nossos penicos mas sim de beijos

Chiça penico... Como por exemplo....merdita em albanês é bom dia para nós! E esta hein...

Anónimo disse...

Milagres económicos? Não, o meu amigo JC (como eu digo aos meus meninos da catequese) não é muito chegado a dinheiro.

Lembra-se do que ele fez aos vendilhões do templo?

Não, definitivamente ainda não existe sector financeiro, na administração fiscal celestial.

Em oração, confesso, até já tenho pedido uns "favoriznhos" na área financeira mas não adianta.

Bem, estou a ser injusta: sempre vai aparecendo alguma coisa mas a verdade é que a vida financeira do meu agregado (como muitas deste país) é bastante complicada. E não sei como poderá melhorar nos próximos tempos.

De um jeito meio torto, vai dando "para o gasto" e sei que há muitas pessoas em pior situação do que a minha, mas é como diz um amigo querido: "As dores da tua tia não me doem a mim."

Mas uma coisa eu aprendi com esta crise:
> aprendi a distinguir o acessório do essencial;

> deixei de ter vergonha de fazer trabalhos menos qualificados (como a limpeza de condomínios) para ajudar os meus pais;

> até percebi que a maquilhagem não faz milagres e que a beleza que temos vem de dentro. Apesar de a maquilhagem ser muito importante;

> aprendi a ser humilde e a perceber que não é vergonhoso pedir ajuda e reconhecer que não sou omnipotente;

> aprendi a admirar a beleza das coisas simples,

> e sobretudo aprendi a agradecer pelo que tenho.

Resta-me esperar que não piore.

Um abraço enorme
Vânia Batista

Anónimo disse...


Dizem que "Sonhar faz bem"... Nessa perspectiva tenho alguns amigos que são assíduos do Euromilhoes e só querem saber a chave do sorteio na segunda feira seguinte para que possam delirar durante o fim de semana.

Era necessário encontrar políticos que, para além de técnicos, fossem também sensatos, e com uma certa dose inata de previsão, intuição, aquilo que faz parte de uma sensibilidade apurada... Só a experiência ou só a teoria, nunca chega...Temos que ter fé em melhores dias. Enquanto isso, vou trabalhando!!
Um Abraço
Teresa Peralta

Fatyly disse...

Saturado é pouco já que vamos de mal a pior...e só jogo no euro milhões quando "há um bolo gigante" porque até nele eu tenho uma certa dose de desconfiança se não haverá manipulação. Não há milagres económicos...apenas

É que não há uma única notícia de "esperança", uma palavra esclarecedora ao povo...mas manobras como a actual nomeação para a RTP do "Zé das cervejas" e com ordenados tão pequenos que só milagre aceitam estes "tachos".

Portugal está a arder a todos os níveis!!!!



Maria. disse...

A senhora que me perdoe mas olhe que o Paulo Portas também não é melhor.

António Pedro Pereira disse...

Moral da história. Vamos aceleradamente a caminho da saída do euro (onde nunca devíamos ter entrado, cada um deve jogar na divisão correspondente).
2013 vai ditar muita coisa.

Na 3.ª feira, dia 11/9, às 19h00, na Livraria Almedina do Saldanha, vai ser apresentado o livro «O fim do euro em Portugal?», de Pedro Braz Teixeira, economista da Universidade Católica.
A apresentação será feita pelo João Ferreira do Amaral, professor do ISEG, e bem conhecido opositor à nossa entrada no euro ainda antes de tal ter acontecido, quando ainda tínhamos salvação para o deboche do espiral da dívida que o euro proporcionou e os governantes fracos, incompetentes e demagógicos nos brindaram.
Tenho pena que estes 2 senhores cada dia que passa tenham mais razão nas previsões que fazem, e isto para nosso mal (pelo menos no imediato e durante alguns anos).
Nos EUA já se estudam cenários para as empresas de defenderem dos efeitos da saída da Grécia do euro.
Parece que o nosso caminho se assemelha cada vez mais ao dos gregos.
Corte nos pobres, ordenados, pensões, subsídios de desemprego, RSI, abonos de família, passes sociais, etc. de vento em popa.
Cortes na despesa do Estado, fundações, PPP e rendas excessivas da energia, suavemente, como convém.

Helena Sacadura Cabral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Maria
Que seria de mim, sem o seu oportuno e esclarecedor comentário?!

António Pedro Pereira disse...

Maia, Maria...
Você não sabe que o chá é a melhor bebida que existe à face da Terra?
Tão bom e tão doce, especialmente quando o sabemos saborear devido ao hábito do seu consumo desde a mais tenra infância.

Anónimo disse...

Subscrevo o sr António Pedro Pereira, a 7 de Setembro de 2012 ás 13:32.

Procurei outras frases mas não encontrei nenhuma melhor.

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro António Pedro
Qu seria de mim sem o British humor dos meus leitores?!
Bem haja!

Anónimo disse...

Olá D. Helena,
Ainda não sei bem como interpretar este seu post … não consigo ainda perceber se está ou não solidária com os ministros em questão, parece apenas certo de que “faz fé” que apenas um “milagre dos euromilhões” nos safaria!
E, partindo do princípio, de que talvez tenha acesso a informação que para a maioria dos mortais está vedada, confesso que me conseguiu deixar um pouco mais apreensiva do que aquilo que já ando …
O meu vencimento é certinho para as despesas do empréstimo bancário e das despesas básicas para vivermos. Esta semana, tem sido um sufoco, pois, no meu trabalho, já vamos em três (grandes) empresas que apresentaram Pedidos Especiais de Revitalização ( o novo nome para insolvências), temo, consequentemente, que devido à impunidade e à facilidade com que as empresas recorrem a estes sistemas, a pequena empresa familiar onde trabalho tenha de tomar medidas drásticas de redução de pessoal … e para completar este quadro, o meu marido está desempregado desde Julho passado e sem grande horizonte de colocação num futuro breve (é um dos muitos professores, com licenciatura e estágio pedagógico antes, muito antes, de Bolonha, com contratos sem vínculo (AEC’s), cujas funções cessaram em 30 de Junho) … a ausência de vencimento dele faz-nos perder muitas noites de sono! Mesmo vivendo assim há já alguns anos, cada ano é sempre um pouquinho pior, nunca conseguimos sequer abono para ajudar nas despesas da escola do n/ filho.
Tenho tanta esperança de que tanto sacrifício valha para alguma coisa neste país onde sofremos tanto para manter uma vida minimamente digna.
Com cumprimentos,
Cláudia

Isabel Mouzinho disse...

Também adorei, António Pedro Pereira: subtil e adequadíssimo!!! Beijinho para si Helena e outro para o infante :)

E a propósito permita-me transcrever aqui uma coisa que escrevi no meu blog em 12/07:
"Apesar de todas as opiniões que circulam por aí, eu ouço-o e acredito. (…) Há pessoas que nos inspiram confiança. Eu confio em Paulo Portas, na sua determinação e na sua inteligência; e acredito nos seus valores, na sua força e na sua genuína intenção de fazer de Portugal um país do qual possamos um dia orgulhar-nos."
Beijinhos

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Cláudia
É pública a minha mágoa de ter os descendentes na política activa. Um deles morreu, como sabe.
Mas, em momento algum, eles se serviram do que eu poderia saber no Banco de Portugal, ou eu do que o outro possa saber do estado do país.
Penso de maneira diferente de qualquer deles, mas jamais isso foi, entre nós, motivo de confronto.
Hoje estou muito mais livre para dizer o que penso. E penso que vai ser necessária uma política nacional menos rígida e
uma conjuntura internacional diferente para que possamos sair desta crise.
Um país sob intervenção é um país sem liberdade, sem sonhos legítimos, sem desígnios nacionais, porque se encontra sob a batuta daqueles que nos emprestam dinheiro.
Todos os governos desde António Guterres tiveram culpas no cartório, para não falar de Vascos Gonçalves, Rosas Coutinhos e outros.
Por isso, seja Passos ou o que se lhe seguir - é-me rigorosamente indiferente - tanto faz. Enquanto estivermos de mão estendida e os grandes forem os protegidos, não passaremos da cepa torta.
Assim, minha cara, conduza o seu barco com cautela que é o que eu, com a provecta idade que tenho, ainda tento fazer.
Os países não desaparecem. Apenas esmorecem. Estamos nesta fase. Havemos de sair dela com Coelhos ou com outros. Ninguém poderá distribuir o que não tem. O resto são utopias!

DD disse...

Concordo na íntegra com o seu comentário.
Acredito que o país é superior aqueles que o pretendem governar e os que com ele se governam.
Aguardo com preocupação a comunicação do PM. Espero que, tal como refere, os grandes não continuem protegidos.

Anónimo disse...

Sim, também penso que estamos numa fase de esmorecimento e que talvez a partir de 2016 comecemos a sair dela ... também aceito quando diz que ninguém pode distribuir o que não tem, por isso aceito conformadamente a vida de aperto e de sonhos esmorecidos que vamos tendo, pois penso que aquilo que passamos talvez abra portas a uma melhor sociedade no tempo de adulto do meu filho.
E não pense que falo com pena de mim própria. Fiz as minhas opções e ainda as faço minimamente consciente do que ganho e do que perco, às vezes, corre melhor do que contava outras nem por isso.
É a vida e procuro, uma vezes com mais outras com menos esforço, aceitá-la tal como ela me aparece.
Espero que não creia também que lhe fiz algum tipo de acusação, quando me referi a hipótese de ter informação vedada a maioria de nós, não pretendia ofender. Acredite.
Não lamente a profissão e o modo de vida que os seus filhos escolheram. Compreendo os dissabores que tal profissão acarrete. Falo a sério.
Profissão é profissão, trabalho é trabalho, quando feito com respeito pela diferença, empenho e dedicação merece sempre respeito.
Com estima.
Cláudia

Anónimo disse...

Sandrine, o plural de bacio é baci e não os bacios que precipitaram um chorrilho a la stand up comedy.

sandrine disse...

Anónimo 8 Setembro...

Portugal está numa verdadeira feira de ... Chorrilhos
Cautelosamente prudente ...