terça-feira, 4 de setembro de 2012

A Amizade

Sou, felizmente, daquelas que conta com amigos excelentes. Não muitos, porque a qualidade, por norma, é inimiga da quantidade...
Aos amigos deste tipo, que pertencem àquilo que denomino de segunda família, permite-se quase tudo. Chega a permitir-se tanto como aos do sangue, porque quando estamos em apuros é, muitas vezes com eles que contamos.
Porém, há duas matérias que, quem é inteligente - e eu não me considero burra -, jamais deveria discutir. Trata-se, como é óbvio, de política e de religião.
Porquê? Porque se a ideologia ou o credo são diferentes, por norma ninguém chega a acordo. Mas isto não basta. É que mesmo quando se pensa do mesmo modo, a visão das coisas e dos comportamentos pode ser muito diversa. 
Neste belíssimo Domingo até acontecia que todos nós pensávamos de modo semelhante. Montes de vezes, a política e a religião fora tema de agradável cavaqueio. E até de uma certa má língua, confessemos. 
Ora foi assim que a tertúlia começou. A meio, um dos meus amigos tomou a defesa de alguém que ele muito admirava e eu também. Concordei, mas terei expressado o meu desagrado relativamente à forma como essa sua estima estava a ser manifestada. 
Pum! Foi a bomba! A partir daí, claro que já ninguém saiu da sua, tanto mais que funcionamos como irmãos e, a defesa da posição deste amigo mais não era que pura estima pelo visado.
O caso mostra bem que, mesmo entre amigos, quando a coisa azeda, é melhor fazer marcha atrás. Pensar o mesmo, afinal, é diferente de "ver" o mesmo...

HSC

16 comentários:

Anónimo disse...

Drª Helena

Gosto muito de ler o seu Blog.
Hoje atrevi-me a escrever-
A politica tem destas coisas.

Boa tarde


duvcert disse...

Grande ensinamento que me deixa aqui. Por vezes, não tenho esse discernimento para parar (embora tenha essa "vozinha" dentro da cabeça a dizer-me PARA) e fazer marcha atrás quando algumas conversas acendem um bocadinho entre AMIGOS. Vou tentar interiorizar e aplicar numa próxima oportunidade - espero que não seja assim tão próxima :)

Silenciosamente ouvindo... disse...

Concordo em absoluto.Na casa de meus
pais a seguir ao 25 de Abril, nos
dias imediatos "a calma acabou"
porque eu e a m/irmã verificámos
que tínhamos opções políticas
diferentes.Todos os domingos nos
juntávamos e começou a ser complicado
até que meu pai "proibiu" que se
falasse de política.Voltou a
harmonia.
Bj.
Irene Alves

Anónimo disse...

Olá D. Helena,
logo passará essa sensação desagradável, típica de quando nos aborrecemos com alguém por quem sentimos estima.
Afinal, quem não tem os seus arrufos e os seus excessos?
Conta sim é o reconhecimento das reacções, mais ou menos, exarcebadas, o procurar não repeti-las num futuro próximo (ou de preferência, nunca mais, o que já é mais difícil) e a ausência de ressentimento!
Porém, discordo, filosoficamente, um pouco desse princípio de que religião, política e, acrescento eu, futebol, não é para se discutir.
Quer dizer, eu também evito entrar nesses temas, mas não porque não goste de falar sobre os mesmos, o problema mesmo é haver sempre alguém a tentar "converter" o outro!
Em vez de ser uma troca e/ou partilha de opiniões e pontos-de-vista diferentes, a conversa acaba, muitas vezes, numa espécie de disputa para ver qual será o argumento mais votado!
A conversa em vez de acabar numa espécie de caldeirada com uma camada de peixe sobre a batata e, depois, outra de tomate e pimento, simplesmente deliciosa, acaba numa espécie de bacalhau com natas, umas vezes, azedas e, outras vezes, não, mas bastante "batidas"...
Pronto, talvez não tenha sido um exemplo muito bom, mas é o que me ocorre de momento ...
Cpts
Cláudia

Anónimo disse...

"Submarinos: MP diz que não há indícios contra Paulo Portas"
Nunca duvidei mas sinceramente amei rsss
Abraços
F.Duarte

Tété disse...

Às vezes, por muito que queiramos, não conseguimos não reagir a certas coisas, mas sabe uma coisa? Nada mas mesmo nada vale mais que o seu bem estar emocional; não deixe que abalem o seu bom humor e a sua paz de espírito com coisas que a incomodam.
Lembre-se que primeiro está a sua saude e o seu bem estar e já bastam as coisas que não podemos alterar.
Descanse para poder continuar a sorrir porque é assim que nos habituou.
Grande beijinho
Teresa

Anónimo disse...

amizade será o que permanece quando tudo o reste se perdeu... não é fácil mantê-la, uma vez que o que une são afetos e não opções politicas ou religiosas. quando olho à volta e já se foram tantos elos amigos... é se tentado a viver só... investir em amizade é tão trabalhoso... cada dia se perde mais o seu sentido...
um abraço forte da
lb/z

Jéssica Barreira disse...

Passei para lhe deixar um beijinho**

Anónimo disse...

Querida Helena (permita-me, que a conheço virtualmente há tantos anos)a minha admiração por si aumenta cada vez que a oiço ou leio.
Bem haja por existir e compartilhar connosco uma parte do seu mundo.
D.

Anónimo disse...

" GANDA " comentário...E quem serão os amigos ciganos, mas hermanos???

Helena Sacadura Cabral disse...

Querida Anónima das 18:23
Pois ainda te ris minha grande marota?!
Um dia ainda te faço viúva e depois fico eu e tu sem cirurgião...

sandrine disse...

Des petits Moments

Il existe des moments de rien qui vos changent des lendemains
des petits moments banals où plus rien n'est normal
Des petits moments étranges de souvenirs qu'on engrange
Des petits moment sans importances.

Il existe des petits moments uniques qui rendent la vie Magique

...

José María Souza Costa disse...

Estimada, Helena
ante a minha inocência, entendo que todos os assuntos são discutivéis. Entendo mais ainda, que devemos selecionar com quem discutimos credo principalmente, por que ou as pessoas são fanáticos, ou tem desvio de pensamento (àqueles que voce fala um coisa e elas entendem outras )
Força, Sorte e Felicidades

patricio branco disse...

há quem acrescente futebol entre os assuntos a não discutir muito acaloradamente entre amigos.
Parece-me que a religião perdeu o lugar e hoje está muito secundarizada como tema de debate ou discussão, a não ser talvez quando se mete numa situação pratica familiar, a/o filho duma religião que quer casar com outra/o doutra religião, talvez aí os parentes se metam um pouco, mas discutir religião num jantar ou reunião de amigos já pouco deve haver, pelo menos nesta europa que é a nossa...bom sinal? mau? bom certamente. mesmo a nivel mais extenso, duma comunidade, o religioso torna-se politico e não creio que na irlanda do norte do ira se discutisse religião mas sim politica.
a politica é de facto material explosivo, sim não há que acender rastilhos.
mas o pior são os monologos que temos de ouvir e a que não podemos responder, o pm anunciando novos impostos na televisão ou outro falando do futuro da rtp e nós em casa contendo a raiva e o mal estar, sim, a unica maneira é cortar no acto a palavra com o controle remoto e passar para o canal hollyood, mezzo ou arte, ou a francesa, etc, afinal os resultados vêm nos bater à porta igualmente. debates politicos na tv só a 4tura do º e nem sempre.
Cara helena, vou continuar a pensar no que diz e no que respeita ao seu episódio o defeito estava na estima pessoal de quem começou a conversa pela figura discutida, quando se mete este factor, admiração, amizade pessoal, estima,as coisas são mais complicadas, perde se o distanciamento necessário

Blondewithaphd disse...

"Pensar o mesmo, afinal, é diferente de "ver" o mesmo..." - tal e qual!

Anónimo disse...

A amizade tem a ver com o encontro, e é tb uma forma de amor. A amizade é assim como uma pequena ilha breve, um lampejo num mundo de mal-entendidos e de equívocos. Os amigos são viajantes, embora possam caminhar juntos apenas uma parte do caminho.
Blá... Isto são modelos ideais, que respeitamos ou não.
Pode haver amizade num mundo dominado pelas relações de poder e económicas?
Acredito que sim.
MM