sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Coisas boas e nossas!

Nós somos um país formidável. Cada vez mais me convenço disso. Ora vejam o que conto em seguida.
Há dias o infante trouxe-me uma caixa de cartolina branca que lhe tinha dado um amigo. Pareceu-me de pastelaria e, gulosa, fui-me a ela e abri-a, mesmo antes dele chegar para jantar.
Vejo, então, uma espécie de almôndegas grandes, roliças, cobertas de canela que, confesso, aguçaram, de imediato, o meu apetite. Peguei, trinquei, devorei. 
Tratava-se de um doce divino misto de ovos moles, marsapan, gila e dom rodrigo. Comi mais outro e fiquei incapaz de jantar, claro!
Atrevida tentei saber quem os teria oferecido para, por aí, poder chegar à loja que venderia tal doçura. Sexa não se descaiu e eu decidi ir por outro caminho mais manso. Tão manso, que demorou, mas cheguei lá.
Trata-se de uma especialidade algarvia do Café Mira, em Tavira. Não sei se só se vende lá. O que sei é que se trata de algo que os estrangeiros deviam conhecer, comer, comprar, importar.
Portugal tem uma gastronomia excelente e uma doçaria de alta competição. Só precisa mesmo de se dar a conhecer, de se promover e, claro... de não ter IVA a 23%.
Necessitamos, de facto, de ser conhecidos. "Mea culpa" também, que sendo cozinheira, não sabia desta maravilha. Mas fiz o meu trabalho ao dar-vos a conhecer o petisco.
Ah! E devo acrescentar que não tenho casa no Algarve, não sou sócia do café, não conheço os donos e nem sequer sei onde o café fica, porque há uma dezena de anos que não vou para o sul.

HSC

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Serviço público

Em toda esta querela à volta da RTP o que mais me surpreende é que a actual administração se não tenha demitido. Ainda sou capaz de me surpreender com coisas destas, parola que sou.
Depois, pessoalmente, julgo que o único canal do Estado, em sinal aberto,  que presta "serviço público" é a RTP 2. 
A RTP1, de facto, em nada se diferencia, em matéria de programação, de um qualquer canal privado. A diferença está no dinheiro que recebe, como contribuição compensatória, de todos nós. 
Discordo da maneira como o assunto tem sido, ao longo dos meses, tratado e não aprecio que seja um consultor a comunicar ao país uma solução, que se não sabe se é ou não, a do governo. Mas, entre nós e em épocas recentes anteriores, fez-se o mesmo. A memória das pessoas é curta.
Finalmente, alguém sabe o que é que, em Portugal, significa "serviço público"? É que a definição legal do dito dá pano para mangas e serve tanto o "sim" como o "não" dos especialistas...

HSC

Nota: Acabo de saber que a administração da RTP se demitiu. Embora tudo isto tenha sido muito mal conduzido, julgo que a citada administração fez o que devia ser feito depois de tudo o que se passou. Como, aliás, digo no início deste post. 31/8/12

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tentar ser feliz!

Lendo um post de um dos meus blogues favoritos, o Timtim no Tibet, dei-me conta de algo que eu já sabia, mas que, de repente, se tornou muito mais claro.
Sou demorada e gosto de o ser. Cada vez mais. Explico-me. Pertencendo à classe das emotivas, desde cedo aprendi que tudo o que é bom deve ser feito devagar, sentido devagar, gozado devagar. Nem sempre consegui, claro. Mas refinei.
O exercício tornou-se frutuoso e evitou tanta precipitação que, hoje, julgo ser ele que me permitiu chegar até aqui sem ter grande pena de mim, ou me considerar o centro de qualquer universo, que não seja o meu próprio.
Um dos problemas nacionais é a precipitação. Antes de sabermos, de facto, o que quer que seja sobre qualquer coisa, já estamos, precipitadamente, a ter e emitir uma opinião sobre ela. O que não deixa de ser bizarro. 
Mas, confesso, aprendi isto com os meus filhos. De um, uma enorme capacidade de distinguir o essencial do acessório e de outro uma surpreendente capacidade de previsão. 
Foi educando-os, que acabei por me educar a mim própria, e tornar-me, no fundo, alguém que viveu intensamente e, não desejando desperdiçar o tempo que lhe resta, continua a aproveita-lo da melhor e mais simples forma. 
Não pretendo ser modelo para ninguém. Mas se todos fossemos preparados para gerir as emoções, distinguindo as que valem a pena daquelas que não valem um caracol, éramos de certeza mais felizes. E faríamos dos outros pessoas mais venturosas também!

HSC

Para pensar...


Aqui está uma matéria para pensar enquanto aguardamos as notícias da silly season que entre nós parecem não parar...

HSC

Um Domingo especial!

Todos os anos em Agosto tenho um almoço, muito especial, em casa de uns bons amigos que são proprietários da Quinta dos Leitões, na Ericeira.
O espaço é de uma beleza invulgar e a vista que se alcança dá-nos uma imagem do que pode ser o paraíso na terra.
Pois o belo repasto de 2012 aconteceu ontem. Como sempre, a ternura de todos - este ano ainda mais preciosa -, foi algo que me pôs de bem com a vida. 
Eram três gerações. E no meio delas percebia-se bem a importância dada à Família e ao que dela se herda. Mas também se via como, mais velhos e mais novos, haviam sabido transformar e enriquecer essa herança, adaptando-a ao evoluir dos tempos.
Gosto muito desta gente que soube adaptar o património recebido, num conjunto de casas para filhos e netos - não esquecendo os que lhes estão próximos - e, em simultâneo, rentabilizar aquele espaço para casamentos e outras festividades afins, o que lhes permite valorizar aquilo que dos seus herdaram.
O almoço, feito pelas mãos de todos, soube-me a pouco. E ainda tive tempo para umas "compritas" no Bazar da terra. Enfim, cheguei a casa, tomei um duche e fui directa para os braços do Morfeu, tão serena como se fosse uma criança.
Há gente abençoada. A Teresa e o marido fazem, seguramente, parte dela!

HSC

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quatro meses

Passam hoje quatro meses sobre a partida do Miguel. Para mim, a sua ausência é tremenda. Mas ao BE, pelo que leio e oiço, creio não falhar na análise, ao dizer que faz muita falta também...

HSC

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Conversas improváveis!

Julgo que certos episódios só acontecem comigo, que devo ter um qualquer "it" que os atrai. Se não, vejamos o que acaba de passar-se. 
Um pouco inesperadamente, no Centro Comercial das Amoreiras - onde fui a correr comprar ingredientes para preparar um prato gourmet dum jantar especial -, eis que uma senhora que devia rondar os quarenta, me pára e exclama: "como eu invejo a sua vida!".
Fiquei tão apardalada, que resolvi reagir pelo lado seguro, ou seja, pelo humor.
- Ah! sim? E porque é que me inveja?
- Por ter a vida que tem.
- Mas acha que eu tenho uma fácil e rica vida?
- Acho!
- Bom, então se "acha", diga-me lá o que é a encanta mais: 
  Um divórcio aos 30 anos? 
  Perder o homem que amou? 
  Dois filhos para criar? 
  Dois empregos para os sustentar? 
  Uma mãe com uma doença incurável? 
  Dois filhos na politica, que detesto?
  Continuar a trabalhar?
  Ser independente?
  Perder um filho que ama?
  Ou ter quem a ame?
- O que é que inveja mais, disse eu, que já tinha perdido uma boa parte do sentido do humor, com este chorrilho que me saíu de rajada?
- A sua felicidade, respondeu ela!
- Ah! Então, se é isso ... é capaz de ter razão.
Já no carro, com os cogumelos a saírem do pacote, os pimentos amarelos a rolarem, o queijo a saltar da embalagem, os coentros misturados com a salsa e a arrancar em segunda... lá percebi que pode haver gente que tem toda a razão em dizer que eu sou feliz. Num conceito muito particular de íntima felicidade, claro.
Ele acontece-me cada uma... 
Mas o prato gourrmet estava divino. Felizmente!

HSC

Uma experiência original

Há sempre uma primeira vez, para tudo e para todos. Comigo, deu-se há uns dias, quando fiquei incomunicável. Explico-me. Nessa santa terra onde fui descansar, o meu telemóvel caiu ao chão. Como tantas vezes, já, antes acontecera. Remontadas as peças que se haviam espalhado, o dito retomou a forma original e parecia de excelente saúde. Voltou, assim, para a carteira que é o local onde habitualmente o coloco.
Aí ficou, tranquilo, até que precisei de fazer uma chamada. Marcado o número, nem eu me fazia ouvir, nem do outro lado alguém bugia. Voltei a ligar e a experiência repetiu-se. Apesar de tecnologicamente incompetente dediquei-me à tarefa de eventual reparadora. Desliguei o dito, esventrei-o e voltei a ligá-lo. 
Chamada retomada, o silencio bilateral foi a resposta. Foi nessa altura que me dei conta do numero de pessoas que tentaram falar-me. Alarmante!
Numa última tentativa, fui ao botão de aumentar o som que estava a meio da escala e, convencida, aumentei-o. Singularmente, a cada investida, o regulador descia mais.
Bingo! Fez-se luz. A queda, lateral, fizera perecer o botão maravilha, aquele que nos destina à comunicação mais ou menos ruidosa.
Dei-me, todavia, conta, do agradável que havia sido aquele silêncio forçado. Como já aqui escrevi, desde Abril, o meu ritmo mudou. Passei a funcionar a vapor, numa época em que a norma é andar a todo o gaz...
Assim, resolvi que iria continuar neste dolce farniente  de telemóveis, num retorno a tempos saudosos em que tinha todo o tempo do mundo. Quem quiser falar-me, manda mail. Que eu verei, claro, quando ligar o computador. Sem qualquer garantia de data.
Mas que este novo ritmo telefónico me está a agradar, não há qualquer dúvida...

HSC 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

É bom pensar

Para retorno de férias aqui está uma apresentadora que não tem medo de dizer o que pensa, nem de enfrentar as consequências. Embora o estilo tenha algo de agreste - que, pessoalmente, não aprecio -, o conteúdo merece reflexão. Sobretudo para Estados que não são laicos, o que, felizmente, não é nosso caso.
A religião não deveria ser, nunca, poder político. É algo profundamente pessoal, que deverá constituir uma escolha e jamais uma imposição. E os ateus têm tanto direito a sê-lo como aqueles que o não são.

HSC

Nota: Se não conseguirem abrir o vídeo aconselho que vejam através do Google Chrome, porque é neste momento o sistema que uso, até que o Safari em que antes escrevia resolva o problema...

sábado, 18 de agosto de 2012

Acabou-se a papa doce!


Daqui a um par de horas irei a caminho de Lisboa. 
Pronta - é sempre preciso ser optimista - para aguentar os embates das subidas da água, da electricidade e do gaz, para desembolsar os impostos e os seguros, para pagar as fériaa à empregada - sim porque, apesar de a ter apenas uma horas, eu continuo a fazê-lo - e para dar algum ânimo a dois amigos que a doença assolou ao mesmo tempo.
Vou com muitas saudades destes dez dias aqui passados com o meu infante e lembrando sempre o outro, que não sei se voltarão a repetir-se, uma vez que o ano de 2013 é uma incógnita, que depende menos de nós, do que daquilo que venha a passar-se nesta Europa que, de unida, me parece ter cada vez menos.
Hollande fez cem dias de governo, cumpriu algumas promessas mas, quanto à Síria, bom quanto à Síria, ainda havemos de ver...Os automóveis já lhe deram dores de cabeça e temo que outras lhe sucederão.
A Grécia continua uma incógnita, o BCE não é muito claro e o único que marca pontos é Monti que nem sequer foi objecto de eleição.
Em termos que todos entendem, a "rentrée" política vai recomeçar, as autárquicas vão alimentar o quotidiano e o governo vai ter que desencantar, decerto nos nossos bolsos, uma maneira de tapar o buraco da decisão do Tribunal Constitucional.
Enfim, como diz o povo e eu também, a minha papa doce acabou-se! 

HSC

Afinal... em socialismo, também!


 A primeira-dama francesa, que trabalha como jornalista numa revista de celebridades, tentou proibir a imprensa de publicar fotos suas em biquini.
Helas! Afinal, não é só em Portugal que estas questões se põem... Ao menos cá Assunção não tentou proibir nada. Foi muito mais inteligente!

HSC

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Prometido é devido

Escasseia o tempo que ainda aqui estarei. Mas prometi divulgar o roteiro gastronómico que fiz e vou cumprir. Foram estes os escolhidos por razões pessoais várias. Terão ficado muitos, igualmente bons, de fora e que hei-de ainda visitar, se a crise e a saúde, no futuro, mo permitirem.
Aqui vão: Alabote, Mariserra, El Marinero, O Gato Mia e dois óptimos bares restaurantes, o Tukatula na praia de Sta Bárbara e o do Zeca Soares na praia dos Moinhos, a que devo acrescentar o bar da piscina do S. Miguel Park Hotel, que por deferência, nos foi facultado usar, pese embora não fosse aquele em que estávamos alojados. 
Seria muito difícil classifica-los por ordem de qualidade. Foram todos excelentes. Mas não posso deixar de referir a particular amizade - muito para além da gentileza -, com que fui recebida, diria mesmo acarinhada, no Mariserra, cujos filetes de polvo me deixaram, como cozinheira que sou, fascinada.
Quem, como eu, aprecia comer e fazer comida, encontra aqui um manancial imenso. Ontem mesmo, deliciei-me - de início duvidosa, confesso -, com um carpaccio de presunto, que hei-de repetir em minha casa. É um achado para quem aprecie, como eu, este tipo de prato. Foi, aliás, uma das poucas concessões que fiz à carne, aqui divina, porque a norma foi comer peixe.
E, já agora, não quero deixar de referir a generosidade das doses, porque hoje, ao somar tudo o que tinha gasto em alimentação - sim, com a mania da independência pela qual me rejo, eu pagava almoço e infante pagava o jantar e só com esse compromisso é que vim, pese embora o manifesto desagrado que isso lhe provocou -, verifiquei que tinha dispendido aqui bem menos do que gastaria em Lisboa. 
Abençoada terra esta, que sendo Portugal, não tem, curiosamente, alguns defeitos do Continente e está longe dessa "utopia" a que chamamos de Europa unida!

HSC

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Presença...


O dia amanheceu cinzento e eu sei que daqui a dois estou a fazer a mala. Hoje vou à Igreja - dia da Virgem - falar, como mãe, um pouco com o Miguel que tem estado bastante presente nestas férias com o meu outro filho. 
Não porque falemos muito dele, mas porque é uma evidência que ele nos acompanha, sobretudo quando rimos. Difícil de explicar, mas fácil de entender. 
Julgo que, mais ainda do que a companhia um do outro, ambos precisávamos de estar juntos por ele e com ele. Talvez por isso, estas férias tenham sido tão preciosas.
O próximo ano não vai ser fácil para ninguém e eu não poderei contar muito com o apoio filial. Mais precisará ele que eu me aguente e lhe não levante preocupações. Assim, estes oito dias terão que render trezentos e sessenta e cinco...
Na segunda feira espera-me o trabalho que não vai ser pouco. Promovo um livro, vejo as provas dos NOVE MAGNÍFICOS, tenho a televisão e a encomenda de mais um outro. Depois, um período haverá, em que promoverei dois. Lá para Dezembro. 
Todavia, cada vez agradeço mais o cansaço do trabalho. Porque significa que o tenho, que mo propõem e que eu o posso aceitar. Nos tempos que correm, é um verdadeiro milagre!

HSC

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Posta em sossego


Depois do sol e da areia de Domingo - eu bem sei porque não gosto de sol nem de areia - hoje passei um dia de recato entre leituras e repouso. Ou seja, como o céu esteve cinzento, dei pernas à preguiça e "giboiei". Bem sei que a palavra não existe mas eu acabo de a criar. Não sou o Mia Couto que reinventa maravilhosamente a nossa língua, mas no meio do Acordo Ortográfico talvez a palavra passe e eu tenha dado um contributo positivo a algo com que não simpatizo...
Confesso que me soube bem. Há muitos anos que não tinha um dia assim, a ver o mar da varanda do meu quarto. Agora vou jantar e contribuir para a minha segunda circular que é a expressão mais adequada à curva do bem estar.
Mas das experiências gastronómicas aqui - fabulosas -, hei-de falar um destes dias, antes de me pôr na malfadada balança digital que ornamenta o meu "privado" em Lisboa e que irá confirmar aquilo de que já desconfio. Ou seja um quilito a mais. Que dará o dobro do trabalho para ser perdido. Enfim como diz um conceituado economista da nossa praça "não há almoços grátis" e, acrescento eu, "todos eles nos engordam"...

HSC

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Há limites...


Hoje interrompo a crónica de férias porque quero fazer eco da minha indignação. 
Todos temos direito à privacidade, mesmo que ocupemos lugares públicos. E o direito à imagem é inalienável nesse campo.
Ora numa notícia publicada no Diário de Notícias, no dia 9 de Agosto - de que só ontem tive conhecimento -,  que tem por título "Assunção Esteves descansa em biquíni na praia", a Presidente da Assembleia da República é "apanhada" em várias fotos suas, em traje de banho de duas peças, naquilo que considero uma intromissão na esfera da sua vida privada. O texto da notícia é também passível de insídia, mas já nem falo nisso. Apenas lamento a falta de qualidade.
Não conheço pessoalmente Assunção Esteves. Sei quem é e, pela notícia, verifico que estava no pleno uso das suas férias. Portanto, com os direitos que daí lhe advêm. E sem estar a conceder qualquer entrevista que justificasse o abuso jornalístico.
O que pretendeu, então, o jornal? Menorizar a segunda figura da nação? Menorizar a mulher que desempenha essa função? Insidiar algo? O quê?!
Eu sei que estamos na silly season. Mas até neste campo há limites à parvoeira nacional, sobretudo em jornais cujo passado nos faz pensar que continuam a merecer o nosso respeito. Lamentável!

HSC  

Domingo na praia...


Hoje mereço o apreço de todos. Explico-me. 
O infante adora praia. Eu nem tanto, porque se o mar me encanta, a areia, atrevida, e a viajar por onde não deve, irrita-me profundamente. Logo, casamento difícil. Acresce que detesto por-me ao sol como os lagartos.
Todos os dias, democraticamente, o meu filho pergunta se eu quero praia ou piscina e depois decide ele. Já seu pai era assim... 
Sendo domingo julguei que a escolha nem se poria. Enganei-me. Pôs-se. E a simpática opção filial não foi pela piscina para qual, mentalmente me preparara. Não. Foi pela praia.
Com diplomacia e tentando pôr um ar natural ainda avancei:
- mas, ao domingo, não estará muita gente?!
- ó mãe esta praia - dos Moinhos - é longe e estamos em férias... Além disso tem, com certeza, um barzinho e tu podes intervalar e ficar à sombra
Perante este escasso diálogo, que fazer? Encomendar o corpo ao Criador e seguir o infante, pensando com os meus botões que era mais um passo para o céu ou um desconto para os meus múltiplos pecados. Fomos.
O dia estava esplendoroso e havia, de facto, um simpático bar restaurante cujo dono me fez boa companhia enquanto, na areia, o descendente despachava papéis. Sim senhora, mesmo ao domingo, havia os fatídicos papelitos...
A água cheia de força era demasiado quente para quem, como eu, gosta dos banhos de água muito fria. Mas era de uma transparência que já não existe e de um azul verde que parecia uma esmeralda.
Porém, de um momento para o outro, pelas três da tarde, o pessoal cresceu em espiral. E dei comigo num mar humano como já quase me havia esquecido.
À saída, vinguei-me. Ele pode ser muito conhecido, mas eu ganhei-lhe em abraços. E ainda ouvi um "olha é muito mais magra e bonita ao natural do que parece na televisão". Eles não sabem que o pequeno ecrã nos põe em cima, cerca de seis quilos mais...
Como é evidente, cheguei ao hotel com o ego no zénite. Bom não sei se seria exactamente no dito, mas que fiquei toda ufana, lá isso fiquei. E também com uma cor bem avermelhada. Logo eu que sou do Sporting e não milito no PC!

HSC

Nota: A foto que ilustra este post é justamente da Praia dos Moinhos. Linda, como vêem!

sábado, 11 de agosto de 2012

As idades


Há, de facto, idades específicas para quase tudo. Explico-me. Há idades para estudar, para aproveitarmos a juventude, para constituirmos família, para nos desfazermos dela, para sermos avós, enfim para se ser uma imensidão de coisas. 
O problema surge, quase sempre, quando qualquer destas modalidades surge fora da época que lhe está destinada. Assim, ser pai no tempo dedicado à segunda metade da vida, nem sempre é decisão feliz. O mesmo para um divórcio quando as bodas de ouro foram celebradas. 
Vem tudo isto a propósito do que tenho observado e até da minha própria experiência. O único "desatino" que ainda mantenho é a casa, inicialmente destinada a uma família de quatro elementos, que a foram sucessivamente deixando para constituir a sua própria vida. Um tempo houve em que os aposentos dos filhos viraram aposentos dos netos. Mas também estes começaram a crescer e eis que o meu mais velho, em vésperas dos seus dezanove anos decidiu, com dois amigos, estudar e trabalhar e alugar a sua própria residência. Admiro-o por isso, dado que fiz o mesmo quando tinha vinte anos. A diferença é que antes, foi um choque - menos para a minha mãe, que sempre viveu à frente do seu tempo - e hoje o André tem a compreensão de todos nós.
Aqui nos Açores tenho pensado bastante nisto. O meu filho Paulo é temperamentalmente igual ao Pai. E eu dou comigo a rir de gosto, porque volta não volta, revivo com ele situações típicas de um passado distante. O que prova bem que há também uma altura em que os filhos, casados, solteiros ou viúvos, devem viver na sua própria casa.
Em tempo de férias e no meu estado de espírito, a situação diverte-me. Mas será que eu e ele sentiríamos este prazer mútuo se vivêssemos sempre juntos? Duvido!
Todos os pais deviam pensar nisto a tempo, de modo a dar aos filhos as asas de que eles precisam para voarem sozinhos...

HSC


Pronto, hoje temos mar e um dia passado na praia onde ele batia. Ou melhor, na esplanada que existe em cima dele. O infante foi para a água e eu fiquei a ler, cá em cima, à sombra. Por isso ele vai chegar bronzeado e eu tornarei tão branquela como cheguei. 
De facto, não só poupo muito a minha "sedosa" pele, como sou completamente incapaz de trabalhar para o bronze. Paciência, quem ganha sou eu que poupo a cútis às agressões solares.
Foram quatro horas maravilhosas de silêncio e de paz. Ao almoço - frugal - estivemos juntos, mas depois cada um fez o que lhe dava mais gosto. Este foi, verdadeiramente, o primeiro dia de descanso aqui. Para mim, claro, porque o filho, esse continua a despachar diariamente um monte de papeis que recebe e traz consigo. Se eu não fosse "tão compreensiva" ficava triste. Mas como quero é gozar da sua companhia tenho que aceitar  a presença dos papelitos, como lhes chamo.
À noite tenho ido a tasquinhas onde se come divinamente, por preços francamente acessíveis. Amanhã será dia de manos e sobrinhos e de convívio familiar. E como o mano mais novo é o rico deste clã,  devemos passar o dia no seu barco.
Enfim, depois de tudo o que me aconteceu nestes dois últimos dolorosos anos começo, finalmente, a retornar à vida!

HSC 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Roam-se de inveja...

Se esta imagem vos diz alguma coisa, perceberão a tranquilidade com que estão a decorrer os meus dias. A próxima será de mar, que aqui, neste paraíso, tem uma cor de fazer inveja aos destinos de luxo, ainda procurados por alguns portugueses que desconhecem os encantos que Portugal ainda possui. Mas disso, hei-de ocupar-me um dia destes...

HSC 

Continuando

O bloger vem sofrendo o que se chama de "melhorias", que deixam o comum dos mortais, como eu, completamente à nora. A minha capacidade tecnológica é reduzida e o retorno ao PC - não ao partido, claro, onde nunca estive -, depois de meses agarrada ao meu iMac, não tem ajudado nada. Enfim, diatribes de quem já não tem vinte anos, mas continua a querer "operar" como tal...
Tenho rido e gozado da companhia do filho que, desde que se dedicou às lides operacionais vejo, infelizmente, muito pouco. Mas sorrir é sempre o melhor remédio e é isso que tento fazer.
E agora Açores, esta terra hospitaleira, onde se é sempre bem recebido. Há turistas por todo o lado e a qualidade de vida não parece ter-se deteriorado. A calma e a tranquilidade são imagens de marca do local onde me encontro. Tenho descansado e lido, visto pouca televisão e escrito alguma coisa.
Estou a terminar a leitura da biografia não autorizada do casal DSK que é, simultaneamente e sobretudo, um manual de como se faz política. Decorre em França, mas com alguns retoques poderia dar-se em Portugal, muito mais francófono do que alguns anglófilos possam imaginar. Mas disso falarei a seu tempo.
Nada sei do que se passa no Continente. Passa-se alguma coisa?!

HSC

Começo atribulado...

Este post já foi escrito duas vezes e constitui o cúmulo de uma série de peripécias que marcaram esta segunda parte das minhas férias. Mas comecemos pelo princípio. De há uns tempos para cá, cada vez que viajo e passo na segurança, a máquina apita. Face a isto, passei a desfazer-me de tudo o que seja metálico. Assim eliminei o relógio, os brincos, as pulseiras e, pasme-se, até a deliciosa lingerie, bem armada, que faz de mim uma velhota catita. Atravessei, pois, a máquina, segura de mim. A dita, pressurosa, insistiu no famigerado tlim, tlim. Igualmente pressurosa a funcionária destacada para tal efeito, começa a apalpação. Consciente do poder de que estava investida, repetiu a operação, não fosse algum bocadinho de mim ficar por observar. Quando, finalmente, tudo estava visto, disse-lhe, em sussurro, que fazia votos para que o próximo fosse um homem… No avião esperava-me uma criancinha que berrou – é o termo –, durante duas horas, tendo deixado exangues pais e ocupantes dos assentos próximos. Desembarquei mais morta que viva. Salvou-me o meu filho que me esperava com um sorriso aberto. Hoje, uma nova surpresa. O carregador do portátil pifou, esvaiu-se, deu o último suspiro. Mas eis, que nesta terra descobri uma casa de artigos elétricos que tinha à venda um da marca. Bingo! Foi ele que permitiu esta crónica. Neste dia primeiro dia já fiquei encharcada, já morri de calor e já me senti no Outono e na Primavera. Mas, tirando este começo acidentado, o resto, se não tiver grandes surpresas vai, decerto, ser delicioso! HSC

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

As malas

Confesso já que não gosto nada de fazer malas. Ponho tudo o que não preciso e esqueço sempre uma parte do que me faz falta.
Durante dez anos que trabalhei na Aviação Civil saía para o estrangeiro com muita frequência, o que me obrigava a executar aquela difícil tarefa. Para evitar maiores calamidades passei a ter uma lista de objectos a transportar no Verão e outra para o Inverno. Mantinha-se, contudo, o problema das roupas e a sua conjugação com os respectivos acessórios...
Hoje tentei meter o Rossio na Betesga, ou seja, levar apenas uma mala de cabine. Expliquei isso ao meu filho que me disse, sereno, que "era capaz de não ser boa ideia". Quando ele faz estas filosóficas afirmações - tendo como tem, o hábito viajar com mala pequena -, eu penso duas vezes.
Foi o que fiz. E acabei por dar-lhe razão. Era a mala de cabine, a carteira, o computador, o casaco mais grosso e o necessaire com cremes, perfumes e medicamentos, tudo em doses para bonecas. Não sendo centopeia faltavam-me mãos para tantos penduricalhos.
Assim, meti tudo na mala de porão, excepto o PC e a carteira. Mas aposto que me vai faltar imensa coisa, apesar da dita ir cheia que nem texugo.
Decididamente, fazer malas de viagem como devem ser feitas, não é a minha vocação...

HSC

A delicadeza

Hoje o meu dia foi dedicado a um homem do mar. Mas o Domingo, de tempo irregular, comprometeu a vontade que tinha de atravessar o rio na companhia desse amigo de quem muito gosto. 
Assim, mudámos rapidamente de planos. Almoçámos numa tasquinha do lado de cá e, como entretanto o tempo melhorou, aventuramo-nos ao Tejo. Foi um passeio tão tão bom, que quando voltámos a Lisboa, resolvemos prolongar o óptimo convívio, jantar e ir ao cinema. 
Desaguámos num filme recente chamado Delicadeza. Os realizadores não me diziam nada mas como tinha Audrey Tautou no papel de protagonista e ambos gostamos dela, arriscámos.
É uma bela história e, não sendo um bom filme, tem sequências que valem a pena. O início é mesmo prometedor, mas os realizadores David e Stephane Foenkinos não conseguiram manter a mesma qualidade até ao fim.
Todavia é uma película francesa e como ando cansada de filmes americanos, e saudosa de França, soube-me bem.
Continuo as minhas férias cá dentro, ao sabor do imediato, até meados da semana. Depois se verá o que me vai apetecer fazer na telúrica ilha açoreana!

HSC

domingo, 5 de agosto de 2012

Saída da casca...


Bom, afinal nas minhas férias também tenho visitado os amigos virtuais. Havia prometido que viria aqui apenas quando o coração pedisse, mas estes post´s estão a tornar-se um diário partilhado das minhas voltas por Lisboa . 
Ontem jantei à beira mar, numa varanda sobre o Tejo e com a praia aos meus pés, na deliciosa companhia da Isabel Galriça, a quem devo a descoberta e que começo a considerar uma especialista dos "petits coins" da capital e arredores. Óptima noite de conversa.
Estive este dois últimos anos demasiado virada para o trabalho e, de repente, dou-me conta de que foram surgindo locais muito aprazíveis para quem decida fazer férias cá dentro, como é o meu caso. Não são caros e tornam a capital uma cidade mais viva.
Hoje foi a vez de outra grande amiga, a Maria Nobre Franco. Podemos estar meses sem nos vermos, porque quando nos reencontramos isso não tem a mínima importância. Cada uma faz um compacto do tempo que perdeu e a conversa rola como se nos tivéssemos despedido na véspera. Foi e será sempre assim.
Bafejadas por uma noite esplêndida acabámos a passear no Terreiro do Paço, como se ainda estivéssemos nos velhos tempos da Faculdade. Falámos de tudo e de nada, rimos e sobretudo desfrutámos da companhia uma da outra.
Pode parecer-vos uma tolice, mas estas férias sem destino, partilhadas com aqueles de quem gosto, têm sido um espécie de bálsamo para a alma. E, pasme-se, fizeram-me sair da casca.
Na próxima semana será, finalmente, a vez da família. Sobretudo, do filho. Mas também do irmão e dos sobrinhos. Para eles vão ficar os próximos dez dias e o adeus a Lisboa.
Pode-se ser feliz com muito pouco, desde que se dê e se receba muito carinho. Felizmente descobri isso há já muito tempo!

HSC

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Os bons amigos!

Continuo o meu plano de férias, que envolve limitar ao mínimo quaisquer horários ou obrigações. Por enquanto estou em Lisboa a gozar um dos meus maiores tesouros: os amigos. Que, ao longo dos últimos noventa dias só pediam que desse notícias. Chegou a hora de repastar com eles e de os abraçar.
Ontem jantei em casa de dois que me são muito queridos, a Graça e o Pedro Abreu Loureiro. Foi, como eu gosto, em pequeno comité. Regalei-me com os abraços sentidos que recebi de ambos e daqueles que lá se juntaram e que também são meus amigos. Rimos, conversámos, contámos piadas e falámos de política. Foi muito, muito bom. Lavou-me a alma.
Hoje fui almoçar a um dos ramos familiares de que mais gosto, os Sacadura Bote. Excelente convívio e um repasto de fazer inveja à cozinheira que sou...
Logo jantarei com a Isabel Galriça, a alma que vela por mim, mesmo sem eu ainda precisar de cuidados paliativos.
Todo este arrazoado para vos dizer que férias também são isto. Estar com aqueles de quem gostamos. Até porque é com eles que, tarde ou cedo, sempre contamos!
HSC

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

1 de Agosto


De manhã saí, tranquila, para ir à Sic fazer o meu dueto semanal com o Mário Zambujal. Depois fui passear à beira rio. Almocei numa esplendorosa esplanada no Terreiro do Paço e comi um bacalhau divino.
Fiquei ali quieta umas duas horas. A olhar. A reparar em quem passava por aquelas arcadas onde, em criança, eu tanto corri. A inventar vidas a todos os que estavam à minha volta.
Lisboa e o seu rio são lindíssimos. A luz não tem comparação com a de nenhuma outra cidade que eu conheça. E conheço muitas.
No fim, lembrei-me que gostaria de ter tido, fisicamente, ao meu lado, o meu filho Miguel. Porque foi com ele que almocei...

HSC