sábado, 31 de março de 2012

Uma separação

Eu não tinha vontade de ver este filme. O título para mim era tudo menos motivador e as recomendações da intelectualidade cinéfila punham-me de pé atrás. Está feita a declaração de interesses.
Fui vê-lo com a minha cunhada e um filho, a convite deste último, que não descansou enquanto não nos levou.
Pois bem, escandalizem-se todos, incluindo a família que me acompanhou e gostou imenso. Eu detestei.
São duas horas e meia de um drama passado em terras do Irão de onde, creio, o seu realizador, Asghar Farhadi, será originário. Drama que envolve velhice, demência, relações frustadas entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre superiores e inferiores, entre adolescentes e, enfim, também, o valor relativo atribuído à verdade.
Ou seja, todos os condimentos para uma obra prima ou para uma obra medíocre. Para muitos está classificada no primeiro grupo. Para outros, no qual me incluo, estará no segundo.
Passei, na minha vida pessoal, por uma separação. Ver esta película, fez-me imenso mal, trinta e vários anos depois de tal ter acontecido.

HSC

5 comentários:

Pôr do Sol disse...

Estou a passar por uma fase má, reconheço.
Cada dia que passa compreendo menos as declarações dos nossos politicos, as sentenças dos nossos juizes, os discursos dos sindicalistas, a atribuição de prémios a certas obras.
Só pode ser falta de cultura!
Premiar em Berlim, com Ursos de Ouro e Prata, um filme que é uma historia das mais tristes e comuns nos nossos dias, mesmo atendendo a outras culturas,só pode ser politica!

Helena Sacadura Cabral disse...

Pôr de sol
Para além da fase má que possa estar a atravessar - e eu compreendo-a muito bem - o filme é vulgar e explora o lado menos bom do ser humano. E são 2h30 disto...

Isabel disse...

Bem, há gostos para tudo, eu gostei bastante do filme. E foi precisamente essa simplicidade tão próxima da realidade que me fez gostar. Vi-o quase como uma espécie de "documentário".
Bom Domingo de Ramos

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Isabel
Às vezes não é apenas uma questão de gostos. As experiências pelas quais passamos também contam.
Aquele filme faz a apologia da mentira, tomando-a como algo de natural. Mentem todos e nunca se sabe quem roubou o dinheiro, se a empregada foi ou não atropelada, se fez ou não um aborto, se fica com o pai ou com a mãe, etc, etc.
E a única que prezava a verdade, a filha, acaba por se ver forçada a mentir!

Anónimo disse...

Olá sou leitora do seu blog, já tenho visto alguns filmes que aqui comenta, hoje tomo a liberdade de lhe falar de um filme francês, que neste momento está nas salas de cinema deste nosso cantinho.
"Amigos Improváveis", depois de um dia muito, muito dificil, lavou-me a alma, espero que goste.
Sua leitora.
AC