quarta-feira, 7 de março de 2012

O Dia da Mulher


Confesso que não aprecio ter um dia dedicado ao meu género. Mas não deixo de compreender o que devo a todas aquelas que nele estão simbolizadas.
Enquanto necessitarmos dele - e ainda necessitamos -, pois que não esqueçamos a história que lhe está ligada, nem o nome daquelas a quem o devemos.
Fui uma privilegiada por ter podido ter uma bolsa e tirado um curso superior. Fui privilegiada por ter tido a capacidade de me ter tornado a sua melhor aluna. Fui privilegiada por ter tido quem me oferecesse trabalho antes de o ter terminado. Fui e sou uma privilegiada por continuar a ter trabalho, ter saúde e ser independente.
Mas paguei todos estes privilégios duramente, trabalhando em dois empregos das 7h da manhã à meia noite, ajudando o Pai dos meus filhos a fazer um doutoramento que eu tive de postergar para mais tarde e dando aos meus filhos tudo o que de melhor lhes podia oferecer no domínio da educação e da cultura. Ambos corresponderam e até nisso fui privilegiada.
Por tudo isto o dia de amanhã dedico-o a todas aquelas que não puderam, não souberam ou não tiveram as minhas chances. O dia é delas e para elas!

HSC

9 comentários:

José Rodrigues Dias disse...

Cara Dra Helena:

Felicito-a por ser assim, Mulher, inteira, livre, sempre!

Partilho uma pequena reflexão que hoje escrevi no blog "Traçados sobre nós:


Mulher

Cheia hoje a feminina lua
Em dia da mulher…
Mulher é sempre,
Como a lua
Mesmo se cheia não estiver!

J. Rodrigues Dias, 2012-03-08

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena:

Também sou contra, por inclinação, aos "dias de isto ou de aquilo", soa-me a falso, mas as suas palavras (sentimentos) são muito bonitas e sentidas.

Obrigado.

Raúl.

Anónimo disse...

Obg Dª Helena,

Um abração forte Sempre verdadeira e lutadora

Anabela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ERA UMA VEZ disse...

Haver um dia no ano a que se chama DIA DA MULHER pode não ser muito bom augúrio...mas enquanto estes olhos esconderem o sorriso, por força da lei de homens primitivos, enquanto forem violadas e agredidas no silêncio da sua dor,enquanto trabalharem mais do que o corpo permite, enquanto preteridas, enquanto mutiladas nos seus órgãos mais íntimos, ainda vale a pena que a 8 de Março,em memória da coragem e inspirada nela, debaixo deste Sol, recebam uma flor ou pelo menos um pensamento justo.

As que merecem.

Parabéns a todas as "Helenas" que derrubaram muros e LUTARAM ontem, para hoje se considerarem
"privilegiadas".
Tudo tem um preço, Senhora Economista!!!

Abraço.

Meu_nome_Mulher disse...

Boa tarde

Concordo em parte com a Dra. quando escreve que devemos simbolizar este dia na "Mulher" menos favorecida e mais "retalhada" pelos, credos, raças ou religiões.
Felicito-a pela atitude bonita que teve, vinda de sua parte, não foi surpresa para mim.
De qualquer modo "eu" sou mulher todos os dias e, assim sendo "exijo" não por ser mulher, mas sim um ser humano, ser amada, respeitada, livre na minha postura de estar na vida, enfim "exijo" o que proclamam os Direitos Humanos, mas TODOS OS DIAS.
Datas de utopia (esta é uma entre tantas outras), a troco de uma flor, comprada por vezes à ultima hora porque é obrigação... não muito obrigada!!

Os meus respeitos Dra. e um feliz dia hoje, como lhe desejo que o sejam todos os da sua vida !!

carolina disse...

No séc. XXI caminhando a nosso lado seguem mulheres escravas das suas escolhas, que sacrificam a sua Liberdade a sua dignidade por uma falsa segurança tantas vezes disfarçada de um estado civil que nada de bom lhes acrescenta nem à qualidade de vida nem à sua valorização pessoal.Calam os seus gritos à força de anti depressivos e arrastam-se tristemente nos consultorios psiquiátricos, normalmente até vestem bem, arranjam o cabelo e pintam os lábios, às vezes têem carro e parecem adinheiradas, noutros casos entregam os seus ganhos (tantas vezes acima dos deles) e vivem à sua mercê contando céntimos, escondendo a dor com "ele ama-me muito, está obcecado por mim, adora-me". Ia dizer que odeio estas mulheres que se vitimizam, que se arrastam pela vida sem tomarem as decisões que importam nas suas vidas que se entregam que se deixam vencer a troco de uma vida "sólida", mas não odeio, revolta-me porque muitas delas têm tanto potencial tanto que dar a si e aos outros e foram preguiçosas o suficiente para se deixarem submeter. A Liberdade e a escravidão teem um preço cada um deve escolher qual quer pagar, só não gosto de as ouvir queixar com o resultado das suas opções.Viver custa mas vale a pena!

Anónimo disse...

Obrigada pelo bocadinho que me toca da sua saudação.

Subscrevo na integra o post da Carolina, como dizia a Simone de Beauvoir,-" metade vitimas, metade cumplices".

Bj para todas

Isabel Seixas disse...

De facto aproveitemos para saudar as grandes Mulheres...

Principalmente as que fizeram do anonimato um exercicio para a causa indivisivel de nutrir e cultivar afetos os motores da vida.

Abraço