quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

(Des)União Europeia

"Um bom divórcio é melhor do que um mau casamento", diz o ditado popular. É, de facto, verdade e aplica-se inteiramente ao caso grego.

Com efeito, por muitos erros que os governantes helénicos tenham cometido - e cometeram-nos -, o achincalhamento a que o seu povo está a ser submetido com as decisões do duo Merkosyl e a sugestão de Jean Claude Juncker, Presidente do Eurogrupo, para a nomeação de um Comissário Europeu para Atenas, são inadmissíveis.

Oxalá nenhum outro país integrante deste belo conceito de Europa Unida - porque foi só um conceito e jamais foi uma realidade -, se veja em semelhante contingência.

Tudo isto acaba por exemplificar bem aquilo que sempre temi, ou seja, as razões do meu antigo e profundo cepticismo relativamente à ideia de uma união europeia.

HSC

4 comentários:

Monchique disse...

Tudo bem, mas falemos de Portugal. Inadmissivel é o pobre do meu pequeno merceiro e do sapateiro rápido serem obrigados a ter uma conta de mail para receberem as notificações das finanças. Esta gajada que faz as leis saberão que o merceiro começa a trbalhar pelas seis horas no mercado para conprar a fruta e que fecha o negócio às 20 horas? Obrigar estes homens a ter om computador, a irem ver o mail para ver o que há nas finanças? Um abuso próprio da demência de alguns.

carolina disse...

Sou leiga e aprendiz em todos os aspectos da vida e, nestas economias liberais ultra liberais de mercado também. Para mim primeiro estão as pessoas, deve ser por elas e para elas que se governa. Fico estonteada com noticias deprimentes e sempre iguais. Mas fico muitas vezes com a impressão de que estes politicos de viveiro que nos governam querem criar um mundo de pobres que estejam à sua mercê. Falam as tais noticias de desemprego, redução de ordenados, criação de impostos. Não há dinheiro para pagar ordenados mas aperece um ministrinho da segurança social coitadinho sempre a dar boas noticias aos pobrezinhos, ele é sopinha, é subsidiozinhos é casinhas abrigo. Pronto, perdem o emprego, não há dinheiro para ordenados vamos á sopa dos pobres sempre ficam com a redea mais curta, reclamam menos, estão mais submissos e calmos.
Senhores! deem trabalho às pessoas paguem o que merecem não queremos subsidios nem esmolas, queremos dignidade!

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros Carolina e Monchique
Têm ambos razão.
Falei na Grécia porque é desumano o que se está a passar e pode servir de meditação para todos nós.
É claro que o que importa é dar dignidade às pessoas, sejam elas as Helenas ou os desgraçados trabalhadores que não sabem o que é um computador e são obrigados a usa-lo.

António Pedro Pereira disse...

Senhor Monchique:

Há muitas e decisivas razões para o estado miserável em que nos encontramos.
Contudo, para mim, a principal delas é o nosso atavismo visceral.
Somos sempre contra tudo o que represente qualquer mudança ou modernização: CANSA... apetecia-me dizer um palavrão, não o faço essencialmente por respeito para com a nossa anfitriã.
Pergunta: Para todos esses pobres que enumera é fácil tirar carta de condução?
Mas tiraram-na (a esmagadora maioria deles).
Se não sabem trabalhar com o computador arranjem algum familiar ou amigo que os ajude.
Se não têm contratem quem o faz como contrataram a escola de condução para tirarem a carta.E poderia dar-lhe mais exemplos de coisas complexas que cada um de nós tem que resolver no dia-a-dia, e resolvemos.
É tempo de encarar a vida com mais optimismo, apesar do buraco em que estamos, senão nunca dele sairemos.