segunda-feira, 25 de julho de 2011

O anjo dos ditadores


No suplemento do El Mundo - a Cronica - de 10 de Julho, a capa retrata o doutor Garcia Sobrido, um cirurgião de 66 anos de idade que chefia a cirurgia do Hospital Gregorio Marañon, em Madrid.
Porque falo dele? Porque é ao seu bisturi e à perícia com que o maneja que se mantém vivo Fidel de Castro, a quem operou em 2006. E agora, também, Hugo Chavez, que a ele recorreu.
A cada seis meses o discreto e eminente cirurgião ruma de Madrid para Cuba com a missão de manter a saúde de Fidel. E agora também a de Chavez.
Este homem que tem tratado os mais famosos do mundo clarifica, contudo, que para ele todos os doentes são iguais e não permite, jamais, qualquer aproveitamento político do seu mister.
O que, convenhamos, não deve ser nada fácil, a alguém de quem, neste momento, depende a saúde de dois ditadores...

HSC

7 comentários:

Anónimo disse...

Existem, sim, alguns clínicos de excepcional craveira, com uma vocação e uma especialização tais, que os transformam em semi-deuses.
A sorte também os acompanha e, sobretudo para os seus pacientes, ainda bem!
No entanto, existem certas maleitas que, se não atacadas no timing certo, não haverá ser humano que as debele - nem o próprio doente, o primeiríssimo interessado em combater o seu organismo que, por razões mil, o trai.
O que há à disposição dos pacientes - no mundo ocidental - é já muito avançado e a prevenção, o ataque nos primeiros sinais, os tratamentos de ponta, e enfim, a capacidade económico-financeira para suportar deslocações e terapias às vezes ainda em fase experimental, conduzem a certos 'fenómenos' como estes, que de bom terão essencialmente a esperança que os seus exemplos transmitem todos aqueles que batalham em pelejas similares, onde quer que seja.
Assim, há uma espécie de milagre da multiplicação da esperança.
Um redobrar de euforias.
E isso é muito bom.

Laura Maria

Anónimo disse...

Helena,

gosto muito de a ouvir e de a ler. Aproxima-se de nós com as suas palavras, pensamentos e textos poéticos. Ouvia-a dizer, um dia destes que "não nos podemos permitir olhar para o passado" e muito menos "carpir as tristezas do presente..." Concordo inteiramente consigo. Os seus livros são cardápios da existência feminina. continue. Fico atenta ao seu blogue. Um abraço.Graça Cruz

Pôr do Sol disse...

Cara Helena,
Sendo a medicina um sacerdocio, pois que todos beneficiem dela, mesmo os que ignoram os Direitos dos outros.
Se ao menos vissem na doença uma lição...

Fada do bosque disse...

Existe preocupação com os ditadores dos outros... isso é verdade, especialmente com aqueles ditadores que não se puseram a jeito de levar com o FMI!... Cá para mim, maior ditadura que a do FMI e BCE é difícil e em pouco tempo, vai destruir uma série de Países na Europa, não apenas um só... como o que foi feito na América do Sul...
É tal a Ditadura económica, que para o FMI estar na UE foi violado o artigo 125 do Tratado de Lisboa e no entanto, não há doença que pegue a estes gabirus, que venderam os seus povos e o seu próprio País!
Uma tragédia é no que isto vai dar!

Marcolino disse...

Estimada Helena,
Inteligente desafio à sensibilidade humanistica, dos que a lêm...
Marcolino

Lura do Grilo disse...

Foi reparar um erro na primeira intervenção realizada pelos cubanos ao colon. Curiosamente o Povo cubano não tem direito a estas mordomias: os hospitais públicos não têm detergente para lavar as casas de banho, não tem seringas apropriadas, não tem roupa de cama, não tem elevadores, não têm vidros nas janelas,etc. Doentes morrem em condições inenarráveis: veja-se o caso do Hospital Mazorra.

patricio branco disse...

Como médico, terá liberdade de aceitar os pacientes que o solicitam, especialmente os que lhe trazem muito dinheiro ou os especiais, como fidel e hugo chavez.
A clinica secreta de fidel castro, onde ninguem sabe onde é, mas onde existe tudo do melhor e mais sofisticado que existe no mundo para tratar um unico doente, um unico repito, tem agora outro paciente, se é verade que está doente, hugo chavez.
A venezuela é um país riquissimo mas onde não existem hospitais publicos para servir a população. Existem mas não têm nada, desde algodão a alcool a lençois. Nenhum hospital novo foi construido pelo governo de hugo chavez, o país com as maiores reservas pretoliferas do mundo. Dos hospitais que havia, nenhuma melhoria foi feita, e "entra se para morrer", dizem me.
A medicina e clinica privada estão colapsadas, parece.
Todo um piso do hospital militar de caracas foi isolado e preparado para receber o presidente que, no entanto, talvez por secretismo ou falta de confiança em ser tratado na venezuela, prefere ir para havana ou sitio secreto em cuba.
Mas não está seguro que hugo chavez esteja de verdade doente, há muitos que dizem que tudo não passa duma enorme e macabra encenação para se transformar aos olhos dos venezuelanos como um vencedor da morte, um homem predestinado para se tornar na reencarção de bolivar e vencer as eleições do proximo ano.
Nas ultimas semanas assistimos a tudo em directo, hugo chavez a rezar a deus, à virgem, ao "espirito da sabana"; a ser benzido por um bispo em cerimónia transmitida em directo pela televisão; a abandonar o seu slogan "patria socialismo o muerte"
(agora é juntos venceremos); a autorizar os presos politicos sofrendo de cancro (a juiza fiuni, o comissario forero, vivas, etc)a ter finalmente tratamento, etc.
Doentes que pagam, mas do tesouro publico, honorários milionarios ao medico espanhol, fidel y chavez.