terça-feira, 26 de julho de 2011

Já não somos o Paraíso...



Pela primeira vez em tinta anos, a imigração recua. No final do ano passado residiam no nosso país 445262 estrangeiros, valor que representa uma redução de quase 2% relativamente ao ano anterior. Destes, os brasileiros são a colónia dominante, embora a Roménia seja o país da União Europeia com mais cidadãos a residir em Portugal. Entre os restantes destacam-se Cabo Verde no quarto lugar, Angola, no quinto e a China no oitavo.

Estes estrangeiros concentram-se mais no litoral e na região sul, tendo Lisboa, Faro e Setúbal cerca de 70% do total de estrangeiros.

Se a isto juntarmos a emigração que continua a aumentar, começamos a ter o retrato dum pais um pouco diferente daquele que os manuais por onde estudei mostrava, sobretudo porque desta população migrante nascem filhos que sendo portugueses trazem hábitos e costumes diferentes dos nossos. Tal como acontece aos filhos de portugueses que nascem noutras terras e por lá ficam, adaptados ao mundo em que cresceram.

Com uma pequena diferença. É que nós estamos a exportar cérebros, mas a importar apenas mão de obra. Que, claro, contribui para a Segurança Social mas, em contrapartida, envia para o seu país todas as divisas disponíveis...

Julgo que mais tarde ou mais cedo o país terá que equacionar todas estas questões. Que não são pequenas.


HSC

4 comentários:

DL disse...

Como mostra o mapa (poderia citar a fonte?), Portugal é a segunda maior placa giratória de imigração clandestina, o que em si é preocupante.

Quanto à nossa emigração, continuamos a perder muitas pessoas com estudos superiores (não se pode falar realmente em exportação porque não é uma troca - o país não ganha nada com isso). Os recentes aumentos de impostos, por exemplo, por serem progressivos penalizam mais os salários de quem fez mais estudos. Cada vez uma maior fatia do nosso esforço vai para impostos, enquanto dividendos, banca e transferências para offshores passam incólumes. Neste estado de coisas, quem mais tem a perder é quem mais se esforçou por progredir.

Raúl Mesquita disse...

Helena, como durante décadas e décadas os portugueses enviaram para aqui divisas de França, da Alemanha e do Luxemburgo... e não foram poucas… Não vamos especular que é feito delas, como não vamos perguntar aos países desses senhores o que irá ser feito das suas. "A Necessidade retribui consoante o Tempo o determina" já dizia Heraclito de Éfeso no séc. VI a. C. Quem sou eu para acrescentar mais palavras a um dos 7 sábios da Grécia? Raúl.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro DL
A foto - mapalmigra.jpg
O mapa - "Rotas da imigração para Portugal" - emigrantes.no.sapo.pt

Se no Google pesquisar imigração para Portugal - imagens - aparece-lhe esta e se clicar em outros semelhantes surgem-lhe imensos mapas.

patricio branco disse...

na verdade, a placa giratória iberica para entrada da emigração na europa, está localizada em espanha, onde chegam milhares milhares por dia, incluindo por mar (pateras) às canárias e costa sul de espanha. Tambem pelos aeroportos claro. A que entra por portugal é marginal, minoritaria.
Portugal não é um país muito atraente para imigrantes, eles tambem sabem onde é melhor chegar ou irem.
Por um lado é uma vantagem, não temos os tremendos problemas dos italianos ou espanhois com as vagas de imigrantes; por outro é um indicador da nossa má situação económica.
Aliás, os imigrantes que nos 90 ou decada seguinte vieram para portugal, especialmente os de leste, há anos que se estão a ir para paises mais atractivos ou voltar para os seus.
e os portugueses voltaram a emigrar em força, para inglaterra, espanha, angola mesmo.