quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cá me queria parecer...


Venho aqui dizendo, há já bastante tempo, que a televisão nacional - pública e privada - foi atacada por um vírus que nos dá cabo da paciência e, pelo menos no meu caso, me faz fugir para o Cabo - que paulatinamente vai subindo nas audiências -, ou para os canais internacionais.
Trata-se, como já devem ter percebido, dos frente a frente ou debates, como lhes queiram chamar, que, opondo representantes dos vários partidos políticos, nada produzem de útil face ao objectivo para que foram criados, ou seja esclarecer quem precisa de ser esclarecido.
Se são demasiado técnicos ninguém os percebe; se são demasiado simples, não interessam ninguém; se são acalorados podem deslizar para a má educação. Logo, em qualquer das hipóteses, o objectivo fica longe de ser alcançado.
Como não vejo nada disto - dou ao meu tempo, precioso, utilização mais rentável - ignorava totalmente o que se passara entre Teresa Caeiro e Alfredo Barroso. Assim, lá tive que ir à net e pôr-me a par.
A quezília começou pela leitura que Barroso fez de um decálogo que um jornalista elaborara sobre aquilo que o governo, ao fim de um mês, ainda não havia feito. Ou se preferirem, pela contradição ou atraso no que, até então, realizara.
Como se vê, matéria do maior interesse e oportunidade dado o período de tempo decorrido. Não teço quaisquer considerações sobre o assunto, que além de me não interessar tem por origem declarações de um filho meu, de quem Barroso gosta particularmente.
A discussão tornou-se viva, ou melhor, tempestuosa, e Mário Crespo acabou, até, por ser envolvido, no discurso de Barroso, num desprezível "vocês" que, em princípio, apenas se deveria dirigir ao CDS, ao seu líder e a Caeiro.
Um desastre, que só terminou quando Crespo, em desespero de causa, pediu desculpa aos telespectadores por não ter conseguido moderar o debate.
Talvez depois disto, terminem estes programas que, se arredondem o fim do mês dos comentadores, na maior parte dos casos, nem ao Menino Jesus interessam!

HSC

11 comentários:

Marisa Mar disse...

Doutora Helena
Eu vi o debate. Não concordo consigo que só refere o Dr Barroso. A senhora deputada é uma pessoa experiente nestas coisas e não havia
razão para se "passar" daquela maneira.Não parecia ela.
Quanto aos canais de cabo que também vejo muito, convém lembrar que este debate foi feito na SIC notícias que é mesmo um canal de cabo.
E agora Doutora Helena, se estes assuntos não têm interesse na TV, então o que há para ver?
Eu gosto e é assim que vou tentando perceber os políticos que temos. E a política, gostando ou não, decide a nossa vida.

Anónimo disse...

Há muito que não perco o meu precioso tempo com estes debates que têm muito pouco de pedagógicos.

Isabel BP

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Mariza Mar
Concordo consigo que Teresa Caeiro não esteve à altura daquilo a que nos habituou. Mas Barroso foi quem começou. E ao ocupar o seu longo minuto com a leitura do decálogo, fê-lo para a provocar. Ela podia não lhe ter respondido. Eu tê-lo-ia feito. Mas sou eu, que sou velhinha e sabida.
Ainda bem que estes debates lhe interessam. É por isso que se mantêm. Afinal cumprem o objectivo.
Eu sei que a Sic Notícias é um Canal Cabo. Mas especializado em programas de debate, tais como o Eixo do Mal ou a Quadratura do Círculo, só citar dois que não vejo.
O que há para ver em tv - e é a minha modesta opinião opinião - que possivelmente vale menos ou tanto que a sua - serão coisas do tipo British Com, Monthy Piton, Good Wife, Camara Clara, Sopranos, Mezzo,Canal História, Arte, National Geographic, Biography, BBC Prime, CNN, e muitos outros mais.Que, ou me divertem, ou me ensinam. É tudo o que eu preciso!

Marcolino disse...

Estimada Helena,
Ainda bem que Alfredo Barroso causou o pedido de desculpas do «moderador» Mário Crespo...!
Cumprimentos
Marcolino

Marisa Mar disse...

Doutora Helena

Julgo ter percebido na sua resposta algum azedume. Apenas dei a minha opinião que tem o valor que tem.
Para isso é que há um espaço para comentários.
À longa lista dos programas estrangeiros que vê, sugiro que junte "Irmãos e irmãs". Quanto aos nossos, continuo a achar que apesar de um ou outro excesso,devemos estar a par do que se passa no nosso País. Não adianta voltar-lhe as costas, Porque é NOSSO.E temos óptimos profissionais que pouco têm a aprender com as Oprah deste mundo.

Por acaso também vejo quando posso o programa da Júlia e da Ana, onde a senhora de vez em quando aparece e comenta. E não lhe fica mal acredite.
O dito "poveco" gosta da sua opinião e da sua gargalhada única.
E merece.
Para o fazer chorar estão lá os outros.
Quanto aos programas sobre política
continuarei a assistir, sobretudo ao Eixo do Mal onde de junta a política e a ironia.Aprecio muito o sentido de humor. Foi isso que faltou à Doutora Teresa e é pena. A arrogância não lhe assenta bem.

É que não basta lá ir no dia do voto...
Não me leve a mal. Tal como a Doutora Helena, gosto de pensar pela minha cabeça.
Cumprimentos,

Anónimo disse...

Apenas dois curtos pontos: é certo que Barroso entrou ao ataque, mas, convenhamos, era a sua função, ao estar ali. Caeiro, ao responder, não deveria ter recorrido à designação de “Sr.Alfredo”. Poderia ter argumentado com elegância, saindo por cima. Assim, saíram ambos pela porta baixa. Nesse sentido, acabo por concordar consigo que debates do género não contribuem literalmente para nada. Quanto aos restantes programas que refere, da Cabo, concordo, só ignoro um: a CNN.
Boas férias!
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Marisa do Mar
Azedume não liga comigo. Frontalidade, sim. Por isso digo o que penso e abro este espaço a quem o queira utilizar.
Como calcula com a família que tenho, estaria em azedume contínuo, uma vez que não penso como nenhum dos meus filhos e ambos se dedicam a essa gloriosa actividade da política! Problema deles. Não meu.
Como deve calcular, já tive vários convites para fazer parte deste tipo de debate político, o que, confesso, também me arredondaria os fins de mês. Nunca aceitei, porque nada tinha a dizer sobre a matéria.
Já nas participações ocasionais que faço na Querida Júlia digo o que penso sobre matérias do quotidiano, e divirto-me. Além de me preparar para aquilo sobre que vou "debitar". Logo também aprendo. Exactamente como quando escrevo.
Talvez por isso nunca me arroguei o título de escritora. Sou, isso sim, economista. E escrevinhadora. Que, infelizmente, não se interessa por este género de debates em que cada um puxa a brasa à sua sardinha e não pensa na melhor forma de contribuir para o esclarecimento daqueles que sabem menos.
E, já agora, permita-me que lhe diga se fossemos um país normal, descomplexado, não haveria mais do que Senhor ou Senhora como tratamento pessoal. Mas que quer, somos um país de doutores e todos puxamos dos galões. É uma pena.
Senhora Caeiro e Senhor Barroso, porque não?
:))

Marisa Mar disse...

Porque não Teresa e Alfredo???
A questão é que o Sr Barroso foi "intencional" e a partir daí...foi o que se viu.
Alfredo esteve igual a si próprio, Teresa não.

Minha querida Helena, todos temos dias NÃO. Tenho a certeza que Teresa Caeiro,mulher inteligente, educada e lutadora já terá percebido que se irritou para além da conta e se esqueceu que desta vez não está na "oposição".É toda uma diferença...

E mais, sabemos que há dias em que "a gente"(mulheres) não tem pachorra.

Teresa Caeiro vai ter muitas oportunidades de mostrar quem é e estou certa vai faze-lo.
Obrigada por ter debatido comigo. Foi um prazer, acredite.
Já agora...estou a percorrer com agrado os Caminhos do Coração...

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo, Helena. Os tratamentos deveriam ser como diz e muito bem: Senhora e Senhor.
Mas, não sendo - infelizmente - aquele "debate" (debate é eufemismo) começou mal. E acabou pior.
Falta fleuma a muitos políticos. Apesar de tudo, reconheço que o actual painel governamental comporta-se muito melhor na A.R do que anterior. Com mais educação e respeito pela Oposição. O que já é uma grande qualidade!
Continuação de boas férias!
P.Rufino

Anónimo disse...

Aí é que está um dos grandes complexos dos portugueses, todos querem ser doutores, arquitectos, engenheiros...

Nos países mais desenvolvidos, o tratamento por Senhor(a) é feito com naturalidade.

Isabel BP

Monchique disse...

Como diz o Povo não vou à Missa com a Teresa, mas o Barroso é um grosseirão político e ao que vi também social.
O poeta Luís Miguel Nava, in poesia completa 1979/94 da D.Quixote, escreve um texto um texto magnífico a que chama - A certa altura- que eu muito recordo quase todos os dias ao ouvir os comentadores e "paineleiros" que prosperam no comentário e nos painéis pelas mais diversas rádios e tv's.
Escreve ele: « A certa altura deixou de defecar,Tudo o que nele era excremento era expelido para a memória, cujas imagens a breve trecho começaram a ir perdendo consistência, amolecidae algumas delas pela mais variada espécie de dejectos e desprendendo-se de todas, mesmo das de quando era criança. um cheiro de tal modo nauseabundo que o levou a recear lembrar-se fosse do que fosse...um dia entrou numa livraria e, folheando ao acaso um dos livros em que o olhar primeiro se deteve, leu :"Vem sempre dar à pele o que a memória carregou..." Fechou o livro e fugiu dali, horrorizado.»

De facto, ao ouvir esta gente todo a perorar, fico com a impressão que a minha televião deita cheiro obrigando-me a desliga-la no meio dos paineis e dos debates...não vá também o meu cão alçar a perna...!