segunda-feira, 13 de junho de 2011

As agências de rating


Já aqui disse, algumas vezes, que as agências de rating apesar de estarem muito desacreditadas, sobretudo desde que foi sob a sua égide que se desenvolveram casos como o de Madoff, continuam a ser ouvidas como oráculos.
Também já se falou da necessidade de criar uma entidade supra nacional que fiscalize as existentes. Ou até da criação de uma agência oficial de reconhecida competência. Tudo, afinal, para evitar as nefastas consequências da errática actuação das que existem.
Na semana passada, sete bancos nacionais - Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial Português (BCP), Banco Espírito Santo (BES), Banco Santander Totta, Banco BPI, Caixa Económica Montepio Geral e Banco Internacional do Funchal (Banif)- foram colocados sob vigilância negativa por parte da agência Moody's.
As razões que levaram a esta situação ficarão a dever-se "ao cada vez mais desafiante ambiente operacional em que actuam os bancos portugueses", o que pressionará não só a sua rentabilidade e qualidade de activos, como poderá agravar as restrições do acesso ao mercado de financiamento.
Por outro lado, explica a Moody's, aquela vigilância negativa fica igualmente a dever-se à pressão sobre o perfil de crédito da República Portuguesa, cujo rating actual também se encontra em observação para uma possível revisão em baixa.
Ou seja, mesmo quando os países se esforçam por tomar medidas de racionalidade financeira, basta que aquelas empresas de notificação não "acreditem" na sua eficácia, para que o grau de credibilidade nacional seja afectado.
E o pior é que quando erram, ninguém parece assacar-lhes as devidas responsabilidades. Então, para quando, as medidas urgentes que se impõem?!

HSC

7 comentários:

Anónimo disse...

Gostava de ver estas execráveis agências de "rating" (exemplos do pior e mais baixo capitalismo) a pronunciarem-se sobre a economia artificial norte-americana, que, quando enfrenta problemas, imprime mais moeda (USD). E tem um défit de triliões!
P.Rufino

Fada do bosque disse...

Não esperemos que depois de tantos políticos corruptos que para terem o seu próprio benefício, tenham condenado uma Nação pequena como a nossa às mãos dos imperialistas, lhes vão agora exigir transparência, credibilidade e ética. Exemplos disso em Portugal temos muitos: Durão B., Victor Constâncio, Cavaco Silva, Mário Soares, Sócrates, Pinto Balsemão, que neste momento está reunido na Suíça com alguns dos senhores do mundo etc., etc., etc.

"A estrutura que deve desaparecer é a Nação" Edmond de Rostchilld na revista Enterprise de 1995.

"A única interrogação do nosso tempo, não é se o Governo Mundial será alcançado, mas sim, pacíficamente ou com violência. Quer se queira ou não, teremos um Governo Mundial, a única questão será se por concessão ou imposição." James Paul Warburg, chefe do grupo financeiro S.G. Warburg, membro do CFR (Council of Foreign Relations) e a Round Table, comissão no Senado dos EUA em 1994.

"O poder há-de ser inevitávelmente transferido das Nações soberanas para instituições supranacionais" Gianni de Michelis, ex ministro italiano dos Assuntos Exteriores e presidente do Instituto Aspen (um apéndice de la Comissão nTrilateral), em declarações efectuadas ao diario El País em 4 de abril de 1990.

"O socialismo moderno não dependerá dos teóricos ou dos políticos, mas apenas dos dirigentes das empresas multinacionais" John Kennet Galbraith, socialista fabiano, professor da Universidade de Harvard (académico do Council on Foreign Relations e da Comissão Trilateral), em declarações publicadas a 9 de março de 1977, pelo diário La Vanguardia de España.
E ainda, depois de ouvir o aviso de Nuriel Rubini, o economista que previu a crise de 2008 dizer, que a economia mundial irá enfrentar a Tempestade Perfeita em 2013, quer-me parecer que os donos das agências de rating já decidiram o futuro do Mundo... não vai a bem, vai a mal! Estou convicta que teremos a terceira Grande Guerra muito brevemente... preparem-se. Só um "milagre" a poderá evitar. Para quando?! só se for a seguir a esta 3ª Grande Guerra! Há que destruir para reconstruir e mais, para reduzir a população.

good churrasco ó auto de café.... disse...

bom os bancos encheram-se de dívida nacional

e se o estado não pagar nos próximos 10 anos as coisas irão mal para os bancos

que têm essas garantias desvalorizadas

Marcolino disse...

Estimada Helena,
gostei desta sua intervenção, lúcida e acutilante!
Cumprimentos
Marcolino

Anónimo disse...

Caríssimo P.Rufino, estas agências já ameaçaram recentemente baixar o rating dos EUA. Mas se o concretizarem, aí é que nos vamos ver "livres" delas de vez... :)

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

«Paul Krugmam colocou os nomes nos bois na sexta-feira passada na sua coluna no The New York Times com um artigo sugestivamente intitulado: "Governados por rentiers". Rentiers é a palavra francesa, usada em economia, para os que vivem de rendas financeiras. Diz o Nobel: "Estou cada vez mais convencido de que [a paralisia das políticas transatlânticas] é uma resposta à pressão de grupos de interesse. Conscientemente ou não, os decisores estão a servir quase exclusivamente os interesses dos rentiers".»


O problema hoje do mundo é este. A governance dos rentiers que se desdobra de Xangai a Nova York, passando pelo território dos pequenos descendentes dos Lusitanos.
Possivelmente o nosso próximo ministro das finanças, Vítor Bento, tinha razão quando insistia no transaccionável versus não transaccionável.
Só falhou é no nível e espaço geográfico dessas rentiers.
É que elas hoje deslocam-se globalmente à velocidade da luz, especulando e acobertando-se em empresas de notação financeira.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro (c)PAS
Não posso estar mais de acordo consigo. Hoje, a linha que separava países ricos de países pobres alterou-se profundamente, e ela subiu perigosamente.
E estes rentiers que refere são, numa boa parte, responsáveis por isso, sem que os interesses instalados permitam a sua erradicação!