sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ainda há quem case


Que diferença há entre casar e viver com? Para os católicos sei qual é a diferença. Mas, para os outros, francamente não sei. Vem este assunto a propósito de uma amiga minha que decidiu casar-se. Sempre a vi como uma mulher para quem a certidão de registo do acto não tinha qualquer importância nem pessoal nem profissional. De facto, ocupa um alto cargo numa multinacional e a sua vida sentimental nunca fora objecto de escrutínio.
Assim, quando ela me convidou para almoçar estava longe de pensar na razão principal desse convite. Já estavamos sentadas e com a ementa escolhida, quando ela me dispara "querida vou casar e queria que tu fosses a madrinha" .
O que me valeu foi o facto de não estar de pé. E, de imediato, saiu-me "tu não estás boa do juízo. Que foi que te deu? Porquê essa decisão, aos sessenta anos, quando tu sempre viveste como quiseste e o matrimónio nunca te atraíu? Madrinha eu, porquê?
A simplicidade da sua resposta deixou-me sem palavras. Sorrindo explicou-me que era justamente por nunca ter casado que agora pretendia fazê-lo!
Convenhamos que a alma humana e os seus anseios, são tão diversos quanto inesperados...E, acreditem, com ou sem razões, fiquei a matutar no caso!

HSC

10 comentários:

Anónimo disse...

Alguém que vive livre como um passarinho, vai casar aos 60 anos???

Não encontro melhor argumento que o da Helena, "a alma humana e os seus anseios, são tão diversos quanto inesperados..."

São mesmo!

Isabel BP

Marcolino disse...

Estimada Helena,
Duas pessoas podem juntar-se, viverem debaixo do mesmo tecto, ou mesmo não, respeitarem-se, protegerem-se, partilharem-se, amarem-se, sem ser sob as regras dos do socialmente correcto. São dois seres humanos fora das desregras do dominó dos do socialmente correctos.
Por motivos escondidos, alguém se intromente, na vida de ambos, e lá os convense que o melhor seria estarem «legalizados» dentro das normas dos do socialmente correctos, para não ficarem mal vistos, nem chocarem quem não pensa como eles. Registo Civil, duas testemunhas, conhecidas ou não, e há que ps «legalizar»...!
Depois há alguém, lá do bairro, do partido, da paróquia, do trabalho, do café, da rua, da passadeira de peões..., que os convence, sob chantagem psicológica, que o casamento só é válido e abançoado, se fôr da relegião predominante.
Aí, até Deus, se engasga e pensa lá com os seus borões. Em Meu Nome, quanta chantagem, quanta trapaceirice se tece...! Deus não é mudo, todos estão surdos a Deus...!
Estimada Helena, a senhora é inteligente, por isso não me alongo mais, porque para dois seres se amarem, e respeitarem, bas serem sérios e honestos um com o outro, isto é, não necessitam de regras civis, nem das bençãos religiosas, seja qual fôr a religião.
Desejo, do fundo do meu coração, que esta sua Amiga, continue a ser livremente feliz, sem regras impostas nem bençãos impostoras!
Respeitosos cumprimentos
Marcolino

Fada do bosque disse...

A vida dá muita volta... eu também sempre disse que não casava e cá estou eu casadinha... a idade muda as pessoas. Quem não gostou foi a filhota, queria boda a preceito e vestido de noiva... teve de se contentar em levar as alianças e fixar a data para nos lembrar todos os anos. Ainda não me esqueci este ano, pois pelos vistos, pelo que ela diz, foi no dia 18 de Junho... daqui a um mesito nem me lembro. É... parece bizarro, mas é como antes, quando vivia sem os papéis... nada mudou. :)Por mim continuava como estava... mas tudo muito bem na mesma. Se há coisa que me preocupa, é não me preocupar! :)) Talvez por isso viva com o homem da minha vida desde adolescente... 30 anos de felicidade é muito bom, não se fixam datas... todos os dias são felizes, basta ter o outro ao lado. :)

Mariana disse...

Acho brilhante que tenha tocado neste tema. É um tema que me suscita mesmo muito interesse, principalmente porque tenho vinte-quase-vinte-e-um anos, sou católica e mais conservadora do que a maioria dos meus amigos, e, acima de tudo, porque me preocupo muito com esta questão dos jovens cada vez casarem mais tarde, e, além disso, pior, com os divórcios todos que se contam por aí, e com as pessoas a tornarem as suas vidas sentimentais e familiares cada vez permeáveis a outros problemas, como os profissionais.

Eu cá gosto de separar as coisas muito bem. Para mim, faz todo o sentido namorar, casar, morar, engravidar, tudo por esta ordem. Questiono-me muito se a ordem é forçosamente esta ou não... Mas para mim é o que faz sentido. Há muita gente que é feliz a viver com, sem qualquer formalismo, e não pondera casar pela Igreja.
Mas, aqui, surge-me uma questão. Será que a predisposição para o sacrifício, para superar as crises conjugais, para enfrentar as discórdias, é a mesma quando as pessoas apenas vivem juntas? Acredito que não seja o caso geral mas, infelizmente, à medida que estas atitudes se vão tornando mais comuns, há muita gente que vive na "experiência". As relações tornam-se experiências, circunstâncias não permanentes. Se as coisas chegam a este ponto, aí sim há um problema. E é complicado estabelecer a barreira... E, sei-o por experiência própria, discórdias nesta questão do "casar ou morar junto" destroem relações. A sociedade está a mudar muito... Só não sei se para melhor...

O caso da sua amiga é muito diferente! Com a idade que tem, encontro só um motivo para uma decisão tão diferente das que tomou antes: amor! Amor a sério, diferente, desafiante. O amor é aquele bicho que questiona as regras todas, que "passa por cima" de tudo. Não que eu tenha idade para perceber destas coisas, mas... não há idade para olhar para o amor! Muito menos para o viver.

Mariana

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Mariana
Justamente por isso que diz é que eu comecei referindo os católicos. Porque para esses o casamento é um sacramento. Quem acredita segue, apesar de nem sempre conseguir.
Quem não acredita é que tem de escolher.
Embora hoje, com a liberdade que existe, todos tenham a possibilidade de se conhecerem muito bem antas de fazerem a escolha.
Sabe o que a minha amiga me disse também? Que se uma pessoa se podia casar aos 40 anos sem ninguém estranhar porque é que não poderia fazê-lo aos 60? Irrespondível!

Pôr do Sol disse...

Querida Helena,
Para mim, o casamento é a junção de duas peças diferentes. Casa-se umas calças com uma camisa, uma saia com uma blusa, NUNCA duas "camisas", NUNCA duas "calças"(como agora se vê muito, Deus nos livre!)Assim muito feliz seja quem se casa e ocupa orgulhosamente o seu lugar, não esquecendo cumprir as clausulas que neste contrato nem sempre estão bem visiveis.
Parabens à sua amiga pelo acto de coragem e espero que seja/continue a ser muito feliz, pois com a sua idade já sabe o que se encontra na chamada carta fechada.

Anónimo disse...

Cara Helena
Não considero,muito honestamente, que quando se está apaixonado e se confia em alguém, estar casado faça alguma diferença. Assusta-me no entanto a ideia de que, caso aconteça alguma coisa a uma das partes, essa parte aos olhos da lei (e principalmente se não houver descendência) não seja considerada familiar. Penso que talvez seja isso que justifique a intenção de casar aos 60 anos. Ou então, não se diz que o casamento é suposto ser para toda a vida e com a pessoa certa? Que idade melhor do que essa para saber se essa conjugação de factores se verifica ou não?

Sofia

vera disse...

È um tema interressante, casamento aos 60, também concordo.

E parece-me que casar aos sessenta pode não ser pelo tal amor a sério, desafiante..., acredito que possa ser, isso sim por cansaço de enfrentar a vida sem ninguém ao lado,isto é só...

Sou leitora muito recente do seu Blogue. Parabens pela forma inteligente, dspretensiosa e humana, como aborda as questões.

Muito obrigada pelo que me ensina e um beijo muito grande.

Vera

Lura do Grilo disse...

Casar é um acto de coragem, é um assumir, é um comprometimento privado mas também um testemunho perante os outros. Precisamos de uma sociedade com testemunhos de coragem e de compromissos para honrar e fazê-lo ao mesmo tempo com dor e perseverança que resulta num enorme prazer.

As pessoas casadas são mais saudáveis (física e psiquicamente) e os filhos de pessoas casadas têm melhor aproveitamento escolar, são menos propensos às drogas, são mais pacíficos e tolerantes e atingem maior sucesso profissional.

Por isso casei, casaria e recomendo vivamente.

Anónimo disse...

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