sábado, 30 de abril de 2011

Está tudo igual...


Hoje, por dever de educação, tive de ligar o aparelho. Um amigo meu estava nervoso por ouvir o noticiário. Ainda pensei sugerir-lhe que fosse ouvi-lo no meu quarto mas, presumindo que a sugestão pudesse ser mal interpretada - não, não seria pelos motivos que possa estar a pensar, mas apenas por razões da sua exclusão do grupo - não tive outro remédio.
Afinal está tudo como há dez dias. Continuam a não se entender e a dizer coisas feias uns dos outros em tempo de negociações. Estes piquenos do trio financeiro já conhecem muito bem os países do sul. Se assim não fosse, ter-se-iam certamente assustado...
Tirando o temporal sobre Lisboa - terrível para quem menos pode - os quarenta minutos de notícias não trouxeram nada de novo. Ufa! Antes assim, sempre iguaizinhos a nós próprios. Uma tranquilidade.
Retorno, claro, a esta sofisticada ausência sobre o que se passa no país. Que, apenas será entreaberta, amanhã, por ser o Dia da Mãe e o aniversário do meu rebento de esquerda!

HSC

Será?!


Já disse aqui que, por questões de sanidade mental, a televisão nos proximos quarenta dias iria ser um objecto inerte. Uma dezena deles passados sobre tal decisão, dei comigo esquecida do 15 de Maio e da Troyka, das tragédias da Natureza, dos discursos e inaugurações, dos nomes dos políticos, das siglas dos partidos e com uma pressão arterial normal. Tal e qual como me acontece quando viajo para o meu canto preferido.
Subitamente deixei de viver as insolúveis problemáticas nacionais e passei a dar mais atenção aos pequenos prazeres do quotidiano. Assim, cozinhar, passear, ler, ouvir música, tomar a bica frente ao Tejo, têm constituído, agora, a animação dos meus dias.
Dei-me consciência deste privilégio ontem, quando me sentei uma hora frente ao televisor, a ver o casamento de William e Kate. Exactamente.
É que há muitos anos que me não deliciava tanto com um programa, que teve o condão de me afastar de todas as mazelas e desgraças mundiais. E, como não sou "realista", estou à vontade para fazer esta confissão. Mas devo acrescentar que o que mais me divertiu foram os comentários dos pivots e especialistas convocados para o efeito...
Será que se eu continuar por esta via, o Pedro Abreu Loureiro, meu cardiologista de eleição, e meu amigo do coração, me dará como apta para todo o serviço?!

HSC

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Depois dos setenta



No final de Fevereiro último, mais concretamente a 27, o Magazine do jornal EL MUNDO publicava uma curiosa reportagem sobre a longa lista de espanhóis que com mais de setenta anos continuam a trabalhar muuito.
Há bastante tempo que este tema me interessa pessoalmente porque, em Portugal, pertenço a esse grupo. Com efeito, faço uma média diária laboral de cerca de dez horas, sem que ninguèm pareça compreender - excepção feita aos meus filhos - as razões porque isso acontece. Já aqui abordei, com franqueza, a questão. Porque preciso, porque gosto, porque tenho trabalho.
Confesso, todavia, que depois de ler a reportagem, me encantou ver quem eram esses profissionais. A maioria era composta por homens. Mas também havia várias mulheres.
As profissões eram sobretudo empresariado, artistas, escritores e filósofos conferencistas. As idades variavam entre os setenta e dois e os setenta e nove e havia nomes tão sonantes como Fernando Tapias, Antonio Garrigues, Emilio Botin entre os homens e Teresa Rivera, Nuria Espert ou Ester Tusquets nas mulheres.
Entre nós temos Eunice Muñoz - fabulosa na peça de Tenesse Williams que vai em Cascais - e Rui de Carvalho ou Manuel de Oliveira para não citar Jacinto Nunes, Silva Lopes ou Adriano Moreira.
Porque falo disto? Porque considero fundamental ter o espírito - e já agora também o corpo... - sistematicamente ocupado. É uma dádiva enorme que a vida nos dá e que não deve ser desperdiçada!

HSC

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Duas Mulheres



Hoje duas Mulheres que muito admiro foram agraciadas com a Grande Ordem Oficial da Ordem da Liberdade. São elas Isabel da Nobrega e Maria Velho da Costa.
Da primeira sou defensora acérrima e já me terão visto na televisão e na escrita insurgir-me contra José Saramago que tendo sido seu marido por cerca de vinte anos, depois do Nobel, apagou o seu nome nas obras que lhe dedicou. Define o carácter e a memória de quem muito lhe deveu!
Alem disso é mãe, avó e sogra de grandes amigos meus que veêm, finalmente, ser-lhe reconhecido o seu valor.
De Maria Velho da Costa sou comadre. Isso mesmo. Maria é madrinha do meu filho Paulo e foi casada com Adérito Sedas Nunes - o pai da sociologia no nosso país - e um dos grandes amigos que, infelizmente, já perdi.
É uma escritora difícil, mas cuja qualidade literária, para mim, só é igualável à de Agustina. Sabendo-se a admiração enorme que tenho por Bessa Luís, a conclusão é evidente.
Assim, depois de uma Páscoa muito atribulada por questões de saúde inesperadas, tive a imensa alegria de ver premiadas duas pessoas de quem muito gosto e que bem merecem o destaque que lhes foi dado.

HSC

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Páscoa


Nem todos damos à Páscoa a mesma leitura. Para mim é um tempo especial em que procuro estar - quinta e sexta feiras - um pouco mais comigo do que com os outros. Este ano abri apenas uma excepção, na quarta feira, para almoçar com um "homem" que adoro: o meu neto mais velho.
É que nestes meses da sua ausência em Bruxelas, tornou-se num rapazão de 18 anos, com barba e 1,87cm da altura. Mantém o olhar límpido, sereno e interessado de sempre. Mas já é um adulto. Confesso que é forte, esta emoção de ver os netos crescerem.
Porque a Páscoa tem para alguns um significado não de férias mas de renascimento, aquilo que eu posso desejar aos que pensam assim, é que este período seja um santo esforço de renovação pessoal. Aos que não pensam deste modo, desejo sinceramente que gozem a família e o seu convívio. E que descansem, se estiverem de férias, para enfrentar melhor as dificuldades que a meio de Maio nos irão, muito provavelmente, anunciar!

HSC

terça-feira, 19 de abril de 2011

A honra de ser Reitora da Europa


A Prof. Helena Nazaré tem um vasto currículo profissional na gestão do Ensino Superior, quer a nível nacional quer a nível internacional.
A antiga reitora da Universidade de Aveiro acaba de ser designada, na quinta feira passada, para presidir à Associação Europeia de Universidades, a EUA.
Ao cargo de Presidente havia concorrido também o dinamarquês Lauritz Holm-Nielson, mas a Assembleia Geral daquela Associação, reunida na Dinamarca, escolheu a portuguesa para a sua liderança.
O mandato será por três anos - Helena Nazaré conta actualmente sessenta e um - e a recem escolhida quer apoiar uma série de iniciativas que permitam contribuir de forma decisiva na actual definição da agenda política europeia para a Educação e Investigação.
Ser a Reitora da Europa é um motivo de orgulho para a própria, para as Mulheres e para Portugal que vê reconhecido o mérito de um dos seus!

HSC

Um exemplo


Caro Steinbroken

Por estes dias, recordo as noitadas em que nos cruzávamos nos salões dos Maias, no Ramalhete, às Janelas Verdes, nas tertúlias que o José Maria retratou no livro a que deu o nome daquela família.
Lembro-me da generosidade com que você, diplomata finlandês, era recebido naquele cenáculo, onde, com carinho lusitano mas cosmopolita, entre mesas de whist ou numa ronda de bilhar, ou ouvindo-o a si como "barítono plenipotenciário", procurávamos atenuar a sua nórdica solidão.
Muita água passou sob as pontes. Você regressou aos gelos da sua Finlândia, eu por aqui fiquei, com a escassa fortuna que Celorico me deixou.
Há uns anos, caro Steinbroken, você escreveu-me para Lisboa, dizendo do agrado com que vira Portugal apoiar, com entusiasmo, a entrada do seu país na União Europeia. Elogiou o facto de, ao contrário de outros, não termos achado que a "finlandização" havia sido um imperdoável pecado histórico de agnosticismo estratégico, um genérico triste da "realpolitik". E recordar-se-á de eu lhe ter respondido, na volta do correio, que, conhecendo-o a si, nunca o tivera por seguidor do "better red than dead".
Noutra ocasião, você veio bater-me epistolarmente à porta, pedindo que deixasse cair uma palavra nas Necessidades, com vista a evitar que Portugal cedesse a um compreensível egoísmo, por mor dos fundos estruturais, a ponto de poder criar obstáculos aos Estados bálticos, “primos” da Escandinávia, que queriam então aceder à NATO e à União Europeia. A resposta da nossa diplomacia foi, reconheça, soberba: embora o alargamento fosse um passo que tinha em Portugal um dos países mais prejudicados, adoptávamos uma visão solidária da Europa, pelo que entendíamos que um mínimo de respeito histórico nos obrigava a acolher aqueles Estados no nosso seio. Da caixa de vodka que você me mandou, com um cartão catita, a agradecer a diligência, ainda me resta uma botelha.
Pensava partilhá-la consigo, Steinbroken, numa sua próxima vinda a Portugal, à cata de sol e de olho nos corpos morenos, Chiado abaixo. Passaríamos pelo Grémio, jantaríamos no Tavares e iríamos degustar o resto dos álcoois no meu terraço, Tejo à vista. Eu contar-lhe-ia a poética aventura eleitoral do Alencar, a carreira como banqueiro da besta do Dâmaso, o folhetim da venda da “Corneta do Diabo” à Prisa, a colaboração do Cruges com os “Deolinda”, a agitação do Gouvarinho e de outros tantos, nas lides que levam às Cortes.
Mas, agora, o que me chega? Que você foi ouvido, num dos últimos dias, passeando sob as árvores onde o verde já brota, ali na Promenade, no centro de Helsínquia, recém-saído do spa do vizinho Kämp, de braço dado com um alemão, com tiradas muito pouco simpáticas sobre Portugal e os portugueses. E que dizia você? Que, afinal, o compromisso político que a Finlândia havia dado à estabilidade do euro, que servira para a Grécia e para a Irlanda, poderia já não valer para Portugal. Ao seu lado, o alemão ecoava coisas parecidas, quiçá esquecido que o meu país, como todos os outros parceiros europeus, andou anos a pagar elevadas taxas de juro, para liquidar a fatura da reunificação da Alemanha, que hoje é, como sempre foi, o grande beneficiário do mercado interno europeu.
É triste, caro Steinbroken, é muito triste que a frieza do vosso egoísmo lhes faça esquecer que a solidariedade é uma estrada de dois sentidos. Aqui, por Portugal, estamos a atravessar uma conjuntura difícil. Outras já tivemos, todas ultrapassámos. Mais recentemente, cometemos alguns erros, revelámos fragilidades que a crise sublinhou. Pensávamos poder contar com os amigos. Ao longo dos tempos, aprendemos a ser gratos a quem nos ajuda, a ser-lhes leais quando de nós necessitam. Não somos rancorosos, porque alimentar ressentimentos mesquinhos não está na nossa maneira de ser. E sabe porquê? Porque, na vida internacional, mantemos alguns sólidos valores, os mesmos que nos permitiram sobreviver nove séculos como país, um dos mais antigos do mundo, sabia?
A vossa atitude, a vossa quebra de solidariedade, porque revela o conceito instrumental que têm da Europa, para utilizar uma frase que você repetia, entre outras platitudes árticas, pelas noites do Ramalhete, “c’est très grave, c'est excessivement grave…”.

Receba um abraço, ainda amigo, orgulhosamente (quase) mediterrânico do

João da Ega
(Postado por Francisco Seixas da Costa em 19/04/11) em

http://duas-ou-tres.blogspot.com

Este post é exemplar de cidadania e de diplomacia. Até de fraternidade.
O Dr.Francisco Seixas da Costa, seu autor e nosso Embaixador em França merece todo o nosso respeito!

HSC

domingo, 17 de abril de 2011

E não é que não vi?!


Com esta mania que a minha família tem de separar a vida profissional da pessoal, de vez em quando acabo por perder algumas coisas que me fariam rir.
Como se pode ver pelos comentários de alguns dos meus leitores o meu querido Herman deve ter feito mais uma sda suas rábulas a meu respeito, na última sexta feira.
Como vinha a guiar e o meu topo de gama ainda não tem tv, não assisti ao programa nem o infante me disse que lá ia.
Resultado, estou completamente a leste - e a oeste também - do que aqui se fala. Das minhas gargalhadas ele tem imitações perfeitíssimas. Aliás, conhece-me bem. Por isso deve ter sido uma risota pegada a sua interpretação da Helena Sacadura Cabral.
E aqui a desgraçada da visada a ver submarinos...

HSC

Nota
Acabo de ver a clonagem. Perfeita. Herman continua a ser o maior! Tive imenso gosto em conhecer a Helena Sacadura Cabral. Que senhora bem disposta ela é. E ainda dizem que Portugal é um país triste!

Já cá a tenho

Acabo de a receber tão quentinha como se fosse um chá em pleno inverno. Refiro-me à capinha do meu novo livro "CAMINHOS DO CORAÇÃO". Ficou exactamente como a sonhei quando entreguei as provas.
Estará nas livrarias a partir de 5 de Junho - data importante para o país e para mim - mas espero que possa aparecer antes, ainda na Feira do Livro, que começa no fim deste mês em Lisboa.
Sinto sempre a mesma alegria e o mesmo medo quando lanço um livro novo. Já tenho quinze publicados, desde que em 1990 tive a ousadia de o fazer. Espero que vença a alegria. Mas até ter nas mãos a capa e o conteúdo o ritmo das pulsações acelera.
"O NÓS DE AMOR" trouxe a novidade de misturar prosa com poesia. Agora, há outra surpresa. Mas dessa não falo já. Fica para quando estiver no mercado...

HSC

A ignorância

Leio, num jornal, que num inquérito escolar, uma parte substancial dos alunos considerava que o HIV era transmitido por um mosquito. Não queria acreditar.
Com efeito se ao longo dos anos houve campanhas informativas sobre o assunto, Portugal foi seguramente um dos países em que elas mais se fizeram. Uma tal resposta deixa qualquer um em estado de choque.

Onde será que estes e estas "garinas" pensarão que o mosquito morde?! Haja paciência, porque até a ignorância tem limites!


HSC

sábado, 16 de abril de 2011

O passar dos dias

Os dias passam lentamente. O Sol apareceu em todo o seu esplendor e os portugueses, com FEEF- FMI ou sem ele, preparam-se para as férias da Páscoa. A serem verdadeiras as notícias, internamente o Algarve estará com óptima ocupação e lá fora, Cabo Verde e Brasil, são destinos de eleição, com aviões cheios.
São as promoções, dirão os mais crédulos. São as últimas férias, antes que venham mais restrições, dirão outros.

Seja por um motivo seja por outro, não deixa de surpreender que uma classe média com um futuro muito incerto, que pode perder o emprego ou ver substancialmente reduzido o seu salário, consiga pensar em férias.

Há dias, uma senhora finlandesa reformada admirava-se, na televisão, de saber o país em crise. É que via as pessoas a almoçarem, a tomarem o pequeno almoço e a comprarem tabaco. Na sua terra natal, as pessoas tomavam a primeira refeição em casa e levavam em marmitas a refeição seguinte. Jantar fora, era uma festa!

Quando a ouvi lembrei-me dos meus tempos de liceu. Também eu levava uma lancheira com o almoço e nunca me senti diminuída com isso. É que almoçar no refeitório era caro e nós lá em casa éramos muitos.

De facto, ainda vamos ter que reaprender mais. Vou repetir-me. Não é só a ter pouco dinheiro. É a viver de outra maneira!


HSC


Nota: um exemplo P.A café e sande ou galão e torrada 3€+Almoço frugal sem vinho 8€ + Maço de cigarro 5€ = 16€/dia. Ou seja no mínimo, ao fim do mês, 480€. Com este dinheiro dir-vos-ei um destes dias o que podem preparar em casa. Apenas pergunto: e o resto?

A "suposta" demissão

LETTRE DE DEMISSION DE SARKOZY

Françaises, Français, mes chers compatriotes,

Lorsque je fais le bilan du temps écoulé, que je passe en revue tous les événements qui se sont produits et les transformations que j’ai tenté d’apporter à notre société depuis mon élection (je vous rappelle que c’est vous qui m’avez élu en mai 2007), je me dis que les Français sont d’éternels insatisfaits et que quoi qu’on fasse, il y a toujours 50 % de mécontents, le reste n’étant pas heureux non plus. Même si j’ai parfois un peu dérapé, j’ai voulu que notre pays entre dans la modernité. Alors, Carla et moi avons décidé de vous offrir Le plus beau cadeau que vous semblez appeler de tous vos vœux. Je vous présente ici ma démission de Président de la République française et j’ai décidé de partir au bout du monde avec Carla et toute ma petite famille, avec notre «bling bling» qui vous fait tellement rigoler, ma Breitling à 58000 euros, et tout le reste.. Je vais vendre mon magnifique appartement de Neuilly-sur-Seine que vous aimeriez bien posséder, et je vais vivre avec l’argent qu’il me rapportera, ainsi qu’avec les retraites que je vais toucher de toutes mes précédentes fonctions... enfin... tant que les caisses pourront payer. Nous bronzerons nos corps de riches sur les yachts de Vincent (Bolloré), nous irons visiter à nouveau les pyramides en compagnie de notre ami le roi du Maroc, et surtout vous arrêterez de nous casser les bonbons avec vos éternelles jérémiades. Je n'aurai plus à m’occuper de tous ces connards d’étudiants encapuchonnés, qui pensent à la retraite avant de penser à travailler, et qui sont toujours prêts à casser du CRS, et le ministre de l’éducation, quel qu'il soit. Je n’aurai plus à serrer la main de tous ces guignols de syndicalistes de merde qui font chier tous les français avec leurs grèves à répétition, malgré leurs seulement 7% de représentativité, malgré les très gras salaires de syndicalistes qu'ils encaissent, et qui croient avoir la solution à tous les problèmes actuels en appliquant à la France les principes qui ont mené l'URSS à sa perte, et son peuple à la famine et la misère, et qui refusent de participer, au nom d’un sectarisme archaïque, au nom d'avantages acquis et pour beaucoup obsolètes, et qui contribuent à appauvrir un peu plus le pays. Je ne verrai plus les tronches de cake des socialistes toujours prêts à défendre les sans-abris, mais qui eux, les pauvres, habitent Place des Vosges et dans le septième arrondissement, qui défendent la diversité et le multiculturalisme, mais qui envoient leurs enfants dans des écoles d'élites ou les seuls musulmans sont les rejetons d'ambassadeurs et d'hommes d'Etats. Je n’aurai plus à m’emmerder avec des diplomates chinois constipés par leur riz mélaminé, ni avec des islamistes barbus qui détruisent les églises dans leurs pays pendant qu'ils réclament des mosquées chez nous, qui sont assez cons pour se faire sauter au nom de l'Islam et d'un prophète, dont Ataturk disait que " l'Islam est la théologie absurde d'un bédouin immoral ". Fini, de me laisser emmerder par tous ces "penseurs" qui veulent faire croire aux français que notre pays est une dictature, un pays où la police est prête à casser de l’immigré, et qui ne sont pas foutus de voir que si les immigrés ne semblent pas être pressé de retourner chez eux, c'est parce que là bas, la police les massacreraient pour de bon, s'ils osaient brûler une seule voiture. Fini de me laisser emmerder par ceux qui prétendent que la déferlante du tiers monde est une chance pour la France, mais qui gueulent que les flics ne sont jamais là quand on a besoin d'eux, dès qu’un arabe touche à leur bagnole ou pique le portable de leur fils. Fini, les grèves de la SNCF et de la RATP, déclenchées par des mecs qui sont chouchoutés comme s'ils fourraient encore du charbon dans des locomotives à vapeur, qui font un caca nerveux dès qu'on leur demande une minute de travail supplémentaire, payée double en plus, mais qui voyagent gratuitement sur toutes les lignes, toute l’année, et même pendant les vacances. Bon débarras de ces fonctionnaires qui fonctionnent à l'envers et qui trouvent le moyen, en étant deux fois plus nombreux par habitant qu'aux Etats-Unis ou qu'en Allemagne, sans parler du Japon, de fournir un service trois fois plus mauvais. Terminé, les journalistes qui passent leur temps à critiquer mon train de vie, et qui voudraient bien avoir le même, et qui sont tout heureux quand je les emmène se balader aux quatre coins du monde, aux frais du contribuable. Ras le bol de ces bras cassés de l'équipe de France qui se prend pour le nombril du monde, qui crache sur la France en coulisse, et qui n'est > même pas foutue de gagner des matchs pour justifier des énormes salaires qu'on leur sert. Alors je pars et je vous laisse dans la merde que vous avez vous-mêmes créée. Débrouillez vous avec Aubry, avec la CGT, avec le Parti Communiste aux mains ensanglantées de plus cent millions de morts et qu'on n'ose même pas interdire, avec la Fédération des Parents d’Elèves qui s'intéresse plus à défendre l'idéologie gauchiste, les enseignants, que leurs propres enfants, avec le nucléaire qui pourtant nous sauve un peu de la panade, avec les heures sup. que vous avez volées parce que pendant les heures payées vous avez tiré au flanc, avec le chômage qui incite à tout, sauf à retrouver du travail, avec la retraite à 55 ans, avec le sida, EDF GDF, le Dalaï-Lama, BHL et Fabius, et tant pis pour Canteloup et Ruquier. Arrangez-vous avec la hausse du pétrole qui va bientôt repartir, avec la récession, la vraie, qui n'est pas prête de se terminer, tandis que des pays moins cons que vous sont en plein boum économique. Vous qui avez voulu être plus malins que les autres, qui avez cru que vous alliez pouvoir placer votre argent mieux que votre voisin de palier, et qui, aujourd’hui demandez à l’Etat de prendre en charge vos pertes en les déduisant de vos impôts. Quand est ce que vous comprendrez que l'Etat, ce n’est pas votre maman ? Demandez aux socialistes, demandez à Ségolène Royal, Madame «je-sais-tout-sur-tout-et-vous-offrirai-la-belle-vie-si-vous-votez-pour-moi» et son «Désir d’Avenir», définitivement embourbé dans un passé sans espoir. Réclamez lui, au maire de Paris dit "Bertrand l’embrayage", qu'il libère la profession de chauffeur de taxis, et qu'on puisse enfin trouver des taxis à tous les coins de rue, à toute heure du jour et de la nuit, et pour cinq euros la course, comme à New York ou à Berlin, puisqu'il a rendu les routes impraticables. Demandez qu'il supprime cet escroquerie obligatoire qu'est le service à 15% dans les cafés et les restaurants, quand on vous sert avec la soupe à la grimace. Demandez leur de vous faire travailler moins pour gagner plus, car on dirait bien que vous n'avez pas encore compris que les trente cinq heures, elles vous ont gravement appauvri, et que nos concurrents s'en frottent encore les mains. Demandez leur de rétablir un peu de démocratie dans notre horrible pays, demandez leur de combler vos fins de mois difficiles, et de vous payer vos prochaines vacances en Guadeloupe (tiens ! je les avais oubliés les assistés des DOM-TOM). Demandez-leur par la même occasion de prendre leur argent aux riches pour le donner aux pauvres - que vous êtes forcément - alors que vous voudriez bien devenir riches. Et quand les riches seront pauvres et qu'ils ne sauront plus à qui prendre l'argent, moi je serai L.O.I.N et H.E.U.R.E.U.X, sans vous bien sûr, qui avez souhaité mon départ avec tant de ferveur. Mes chers compatriotes, je vous laisse à vos grèves pour la retraite, à vos fantasmes d'enfants gâtés qui ridiculisent la France (vous me direz, depuis la coupe du monde, on est les champions du ridicule). Je vous souhaite l’avenir de merde que vous avez bien cherché, et que vous êtes en train d’atteindre. Carla et moi vous em…..brassons.

Par Jean-Patrick Grumberg
PS: Il semblerait qu'Albert II de Belgique soit sur le point d'en rédiger une aussi !

Também acontecem coisas destas em França. Esta carta que está assinada pelo autor e me foi remetida por um grande amigo que, não sendo português escolheu Portugal para viver, mostra bem que Sarkozy deve acautelar-se...

HSC

quinta-feira, 14 de abril de 2011

E esta ?!

Acabei de receber esta notícia por mail. Verdadeira? Falsa? Não sei. Mas sugiro que os rapazes do FEF-FMI dêm um pulinho do Terreiro do Paço até Moçambique. É que acredito que aprenderiam alguma coisa. E, de caminho, passavam pelo Brasil a agradecer...

HSC

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Homens de negócios

Acalmem-se com o título. Não vou falar dos "nossos" - salvo seja - homens de negócios. Até podia discorrer sobre os mesmos mas, de um modo geral, não fazem parte dos meus temas de conversa. Refiro-me, sim, a um filme - "The Company Men", na sua versão original - que passou relativamente despercebido, mas para o qual os meus infantes tinham chamado a minha atenção.
Ora ontem eu tinha acordado num dia "mais não", depois de uma noite a verificar que cortes orçamentais suplementares teria de fazer aqui em casa, ou que trabalhos teria de aceitar para que aqueles fossem mais suaves.
Enfim, nada que não aconteça a qualquer português que tenha a sorte de ainda ter trabalho. Aliás, esta listagem já havia sido precedida de conversas com os filhos, que não só consideram que sou imortal, como julgam que trabalharei até à eternidade!
Na ausência dos braços que sempre me protegem quando estou menos optimista, resolvi acolher-me na família fraterna e fazer um jantar com os manos queridos, seguida de uma sessão de cinema.
Eis-nos chegados, pois, ao estado de espírito em que me encontrava quando fui ver uma das últimas exibições da fita em causa. Notável sob diversos aspectos, muito em particular nos diálogos!
Enquanto o "Inside Job" era um documentário sob a forma como a crise nascera e crescera, esta é uma película sobre a forma como certos americanos a "viveram".
Com algumas diferenças poderá dizer-se que tudo aquilo se poderia aplicar à Europa e, em particular, a alguns portugueses, que ainda não perceberam que a crise não é só viver com menos dinheiro, mas é sim, sobretudo, aprender a viver de outra forma. É desta aprendizagem vital que o realizador John Wells fala, através de um Tommy Lee Jones soberbo e de um Ben Affleck finalmente maduro. A não perder!

HSC

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os caminhos de Nobre

Fui, durante anos, mais precisamente até 2010, uma velha amiga da AMI. Por respeito pela obra e pelo médico que a dirigia.
Quando Fernando Nobre se candidatou a funções políticas fiquei apreensiva. Quando o vi apoiar o Bloco de Esquerda, como seu mandatário, registei. E, depois de acompanhar, na televisão e nos jornais, a sua campanha presidencial, fiquei duvidosa do que se iria seguir. Soube-se agora.
Fernando Nobre será numero um nas listas do PSD, depois da recusa de Manuela Ferreira Leite, e apesar de ter afirmado que não aceitaria cargos de envolvimento político partidário. É uma pena que não tenha mantido o compromisso.
Muito possivelmente perdeu-se o Presidente de uma obra humanitária e duvido que a Assembleia venha a ganhar alguma coisa com um futuro deputado que tanto serve o partido de Louçã como o de Passos Coelho.

HSC

sábado, 9 de abril de 2011

Quinhentos

Mentiria se não confessasse a minha satisfação por ter quinhentos leitores que, de forma regular ou não, se deram ao trabalho de se declararem como tal. Bem hajam!
Quem escreve espera encontrar eco. Fazer-se entender. Mostrar o que pensa e porquê. Ou nem sequer isso. Apenas pela satisfação de receber a visita de alguém. Que, quero acreditar, me estima.
Um dos valores que mais prezo é o trabalho. Tenho a sorte imensa de o ter. Mas é verdade que trabalho muito para o manter. E também para dar aos meus, o exemplo de que só o trabalho justifica a posse, de que só o trabalho permite que, mesmo em crise, mantenhamos a cabeça erguida.
Muitos pensarão que não preciso de trabalhar. Enganam-se. Preciso. E por duas simples razões. Uma é para poder manter o nível de vida que tenho e que a minha reforma me não permite. De facto, pertenço a uma centena de empregados do Banco de Portugal que não foram reclassificados e que, por esse injusto motivo, têm uma reforma mais baixa do que deveriam. Nunca tentei reverter a situação, por causa dos meus filhos. Para que se não dissesse que era por causa deles que o "meu assunto" se resolvia.
A segunda razão é porque não quero constituir um peso para ninguém. Muito menos para os infantes. Para além do prazer que sinto, claro, em distribuir, em vida, pelos meus, aquilo que outros já fizeram por mim.
É esta mistura de razões que me leva a ter uma pontinha de orgulho por ter conseguido, em pouco mais de ano e meio de Fio de Prumo, cinco centenas de leitores!

HSC

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jaime Gama


"A concluir, é bem caso para dizer: Senhor Presidente da Assembleia da República, senhor deputado Jaime Gama, terminou o seu tempo", afirmou ontem o próprio, na última sessão deste Parlamento, em jeito de despedida das suas funções e - quem sabe o futuro? -, da vida política. Tive muita pena e é sinceramente que o afirmo.
Este homem, culto, sereno e com um enorme sentido do humor, foi a segunda figura do Estado e levou uma vida inteira de serviço público dedicado e competente. Quando penso no que poderia ser o exercício da democracia partidária, o seu nome é um dos que me surgem como exemplo do que ela deveria ser.
Juntamente com o Presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, estes dois homens souberam honrar o país e as fuções que desempenharam, independentemente da sua filiação ideológica. Espero que Jaime Gama possa ainda continuar por muitos e bons anos a servir Portugal, sejam quais forem os governos que nos venham a calhar!

HSC

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Já aconteceu

Rompo momentaneamente a promessa de não falar deles. O Primeiro Ministro acaba de anunciar que Portugal vai pedir ajuda externa. Disse aqui, há três meses, que isso aconteceria no fim de Abril. Aconteceu já, infelizmente. Não me interessam culpas. Interessa-me o país e os portugueses. Quero continuar a orgulhar-me de Portugal e que os meus concidadãos que podem menos do que eu, não sejam espoliados do que já não têm. José Socrates nem neste derradeiro momento deixou de alijar culpas. Nem se dignou informar o líder do maior partido da oposição, que soube pela comunicação social. Agora deixa o caso nas mãos do Presidente da República. A todos os níveis lamentável.
Sobre o estado em que nos encontramos aconselho a leitura da entrevista dada pelo Professor Sobrinho Simões, Professor Catedrático de Medicina e Prémio Pessoa, que pode ser lida na íntegra no blogue da Ana Mesquita.
Contudo o diálogo que se segue é a reprodução do post de Pinho Cardão em 29 /3/11 no 4R - Quarta República (www.quartarepublica.blogspot.com)

Jornalista: Pensa que esta crise vai ser pior do que as outras? -
Penso, infelizmente sim. E quando ouço os economistas falarem ainda fico espantado. Como é que eles não se aperceberam de que aumentando progressivamente o défice tínhamos uma receita para o desastre?

Jornalista: Afirmou várias vezes que o que de melhor nos aconteceu foi a entrada no euro. Foi uma oportunidade perdida?
Foi uma oportunidade muito mal aproveitada, mas teria sido muito pior para o país e para os portugueses se não tivéssemos entrado...Prefiro ficar sob o domínio da Europa do que ficar apenas entregue aos jogos políticos portugueses.

Jornalista: Os portugueses são condescendentes?
Pior, nós admiramos o sucesso do aldrabão. Em Portugal não há censura social para a esperteza saloia nem para a corrupção a que passámos a chamar informalidade. Pelo contrário, admiramos os esquemas, os expedientes. Vivemos deles.

HSC

terça-feira, 5 de abril de 2011

A recandidatura

Não. Não é de Portugal que estou a falar. Nem de Socrates. Isso são minudências...
Falo, sim, de Obama que anunciou ontem recandidatar-se à presidência dos Estados Unidos em 2012. E que passou do velho slogan "yes, we can" para o novo "it begins with us".
Confesso que não fiquei entusiasmada. Mas, por enquanto, tem a vantagem de ter sido ele que tomou a dianteira. Veremos quem se lhe opõe e que nomes vão, ainda, ser escolhidos.
“Seria bom que Obama explicasse quais são suas nova prioridades à luz dos recentes eventos económicos e políticos que encontrou ao longo dos últimos anos”, diz-se por lá. E, já agora, diz-se também por cá...
O actual chefe da nação não conseguiu convencer-me neste mandato. Ele e os americanos, afinal, "puderam pouco". Veremos o que podem num futuro que não se afigura brilhante. Mas isto de "tudo começar connosco" tem que se lhe diga!

HSC

Só para rir...

Tirei um curso superior a trabalhar e ganhei uma bolsa porque fui a melhor aluna. Sempre considerei que não fiz mais do que a minha obrigação. Agora, começo a duvidar se valeu a pena...
Consultem o link abaixo e vejam como se constrói um currículo. Ele há com cada marau, que só vendo é que se acredita. http://www.worldleaders.columbia.edu/participants/josé-sócrates-0
A partir de agora vou reconstruir o meu percurso profissional. Serei doutorada em engenharia economico financeira. Não sabem o que é?! Eu tambem não. Mas não tem qualquer importância!

HSC

domingo, 3 de abril de 2011

Ao ataque...

Hoje, Domingo, deveria ter posto em ordem os papéis do IRS, para os levar ao meu fiscalista, um homem sensato, sabedor e tranquilo. Tudo o que o ser humano precisa quando se trata desta matéria. Só por uma gentileza extrema é que ele se ocupa da família, dado que não é um contabilista, mas sim um notável especialista em questões fiscais, o que não é, felizmente, o nosso caso.
Quando lá vou venho sempre a necessitar vitaminas, desde que percebi, há dois anos, que tinha andado a trabalhar seis meses para o Primeiro Ministro e seu acólito Teixeira dos Santos. Este ano vai ser um pouco pior. Logo, vou reforçar os hipotensores, para ver se consigo ter forças para aguentar a guilhotina.
Perante o quadro que vos descrevi, a minha capacidade de ordenar os papeis foi nula. E, como não sou burra nem masoquista, decidi adiar...até amanhã.
Para compensar, atirei-me à cozinha que nem uma danada, acompanhada pelo António Variações, num tom acima daquele em que seria normal ouvi-lo. Paciência, melancolia, diz o povo. Mas ninguem se queixou.
Chegada ao "Corpo é que paga", telefonei ao mano mais novo, com quem tinha passado uma parte do sábado, e dei voz de comando: "manos, venham aos camarões e ao arroz de pato". Estou feliz à espera deles para partilhar repasto e risos. Mesmo nos tempos mais difíceis, a gargalhada é tónica essencial quando estamos juntos. É por isso que eu gosto tanto da minha família!
Os filhos, esses, andam vagamente incontactáveis nestes tempos de grande complexidade política. Assim, se chegarem a tempo, vão lamber os restos...

HSC

sábado, 2 de abril de 2011

Para rir um pouco

Hoje, num almoço em que participei e onde se encontravam alguns economistas e uns tantos gestores falava-se, como era não podia deixar de ser, da crise. Todos davam sentenças e eu só me apetecia passar aos queijos e à sobremesa, para fugir de cena e de tema. Até que um dos ilustres membros da mesa, meio a sério, meio a rir, disse: "Estão todos enganados. O problema maior não é faltar-nos o dinheiro. O problema maior é quando falta o dinheiro aos outros!". Soltei uma enorme gargalhada! Essa era, de facto, a verdadeira questão... HSC