quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O nível da política

Não consigo compreender que se faça da política o campo do ataque pessoal. É verdade que pouco ou nada tenho seguido, na televisão, dos "debates"/"ataques" para as presidenciais. Mas o pouco a que assisti e as notícias que li mostram bem não só o nível da discussão, como realçam a falta de vontade de esclarecer os portugueses.
Ainda acredito que este tipo de campanhas deveria servir para esclarecer quem vota. Esclarecer sobre "quem é quem" e que "projectos e compromissos" assumem os candidatos. Para que, quando pusermos a cruzinha, saibamos o que estamos a votar.
Nada disso. O que interessa é saber da vida de cada candidato como se, individualmente, qualquer deles tivesse de nascer duas vezes para ser melhor do que o outro. Um verdadeiro cansaço para todos os que tiverem a pachorra de assistir. Não será o meu caso. Chega-me o que vi!
E ainda se admiram que a previsão da abstenção seja de mais de 60%?!

HSC

12 comentários:

Anónimo disse...

Concordância integral, e por unanimidade com todas as Suas palavras...
Enfim
Isabel seixas

Anónimo disse...

Subscrevo na íntegra. Desta vez, o nível está a ficar muito baixo.

Também não tenciono assistir aos debates, apenas quero ter conhecimento do essencial e, para isso, são suficientes as notícias nos jornais ou on-line e umas "espreitadelas" na televisão.

Isabel BP

Anónimo disse...

Se a abstenção for a que se prevê então a votação não havia de ser considerada válida...

Ana C. disse...

A única forma que encontrei de sobreviver aos "debates" presidenciais foi usar um botão mágico que veio com o comando da televisão e que responde pelo nome Mute.
Eu não me abstenho nunca, mas faço questão de ir votar em branco, pois branco e vazio é o panorama que se nos apresenta.

Anónimo disse...

Olá Helena. Cheguei a este seu cantinho por um acaso. Não tenho outra forma de lhe dizer o quanto amei ler o seu último livro, em que me revi nos «laços» que tento não apertar...hoje li este seu texto e pensei nas palavras da minha filha de quase 16 anos, que disse, embora de uma forma bem mais simples,aquilo que a Helena tão bem escreveu aqui.
Gosto imenso das suas palavras...
Estela Fonseca

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Poderá o próximo Presidente da República dizer alto e bom som: eu sou o Presidente de 40% dos Portugueses, eu sou o presidente dos Portugueses da área metropolitana de Lisboa!

Mariana disse...

Concordo plenamente em cada sílaba, cada letrinha, cada pontuação....é de facto vergonhoso! E mais vergonhoso é o jornalismo se interessar por este "lavar de roupa suja", a que se assiste diariamente na televisão.

Anónimo disse...

Estimada Helena,
Bem vistas as coisas, não é nada que noutros países também não suceda. Como nos EUA, R.U, França, etc.
Hoje, como uma larga maioria de políticos, aqui e lá por fora, têm rabos-de-palha e muito pouca Ética (já não há políticos como W.Churchil, por exemplo), é fácil depois vir a saber-se de coisas, ou já sendo do conhecimento prévio do eleitorado (a pouca vergonha já chegou a isso) utiliza-las em campanhas eleitorais.
A verdade é que, certos candidatos, nesta nossa campanha actual, já o teriam deixado de ser com estes casos, ou até nunca se tinham apresentado a concorre, noutro tipo de países, onde ainda há algum respeito pelo eleitorado e princípios.
Mas somos, e tudo assim o indica que continuaremos a ser, um povo “sui generis”.
Como dizia o “Outro”: “Olha menino, já não sei se devo rir, se chorar, com esta campanha eleitoral!”
P.Rufino

jmc disse...

No fundo, faltam é políticos com nível...

JMC

Anónimo disse...

Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.

Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.

(trecho de O Divã)
Martha Medeiros

Abraço
Isabel Seixas

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro P Rufino
É verdade. Mas nesses países do mundo ocidental há uma Justiça que funciona e por isso quando se levantam calúnias estas podem ser objecto de acções penais.
Aqui sujam-se pessoas e nomes sem qualquer tipo de fundamento e quando se recorre aos tribunais leva-se anos até que se consiga uma sentença...ou a reposição da verdade. O facto de se andar na política não obriga a que todos queiram saber como é a "roupa interior" ou a vida intima anterior ao cargo. A mim isto soa-me a "voyeurismo", mais do que à buca da transparência...

Anónimo disse...

Cara Helena,
Na verdade, noutros países ocidentais a justiça é mais célere e eficiente. Concordo. Convém, porém, lembrar que as leis processuais, em que se baseiam os advogados e magistrados no seguimento dos processos cíveis e penais, para protelar, por exemplo, decisões, instruções, etc, ou seja, do Código de Processo Penal ao de Processo Civil, são aprovadas/os em sede parlamentar, onde se encontram os tais Partidos “com assento parlamentar” e, designadamente, os três que até hoje tiveram responsabilidades governamentais (se excluirmos o PCP de tempos idos) e neste caso na aprovação da legislação com que hoje nos confrontamos.
Por outro lado, tanto quanto tenho observado, nenhum “ofendido eleitoral” usou do direito que lhe assistia para limpar a sua boa imagem e reputação. Nem antes da campanha eleitoral, nem durante. E não o irão fazer depois dela ter terminado, estou certo.
Em Política, assim como na vida, o rigor ético deve estar acima de tudo. Por mim, se algum dia exercesse um cargo público ou político de destaque, ou de particular responsabilidade, e fosse acusado de algo menos próprio, demitia-me, de imediato, do cargo, procurava esclarecer o caso e uma vez ilibado, exerceria o meu direito de que se fizesse justiça e tentar ser ressarcido, sobretudo em termos de imagem. É certo que a calúnia hoje em dia ganhou terreno talvez pelo facto de termos a Justiça que temos. Mas uma coisa não invalida outra.
Na verdade, nós não deveríamos saber, nem querer saber, da tal “roupa interior”, mas, não sejamos ingénuos: o povão quer, péla-se por isso. E como tal, o melhor é dar-lhe um exemplo de moral e rectidão. Deixa-lo a ver navios e não se sujeitar a porcarias. E depois, uma vez feita justiça, fazer anuncia-la e exigir castigo ao provocador.
Mas, os tempos hoje já não são assim. É pena!
P.Rufino