segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Grande risota

No sábado, aproveitando ter cá a família alargada e para espantar a diatribe do dia seguinte, dei um jantar para sete. Filhos, neto, irmão mais novo, cunhada e a Paulete, uma amiga do Miguel, da esquerda radical, de quem gosto muito.
Os infantes estavam ligados à electricidade e dedicaram-se todo o repasto a contar as vicissitudes da vida parlamentar. Um de esquerda, europeu e com rica vida. O outro de direita, com o salário cortado. A partir daqui o guião foi o relato das bolandas por que ambos passam nas campanhas dos respectivos partidos.
Uma, de morrer a rir, foi o Miguel ter confessado que havia recebido um vinho e um queijo, que um apoiante do CDS lhe dera para "entregar ao Dr. Paulo, seu irmão", com um abraço da gente da terra. E, depois, a confissão descarada de que a caravana, esfomeada, decidira, por maioria absoluta, apropriar-se do presente que, evidentemente, marchou todo.
Como esta, outras estórias se seguiram, passadas em mercados e feiras do norte, cuja graça está no vocabulário usado e que não posso, claro, aqui reproduzir. Quem assistisse a este jantar, dificilmente acreditaria que aqueles irmãos iriam, no dia seguinte, votar em homens tão diferentes.
Não há dúvida de que jamais - ai, o incómodo desta expressão... - me poderei queixar da minha vida ter sido, alguma vez, sensaborona. Mas, apesar disso, daqui a uma semana, piro-me daqui, para descansar esta linda cabecinha!

HSC

3 comentários:

Gaivota Maria disse...

O milagre do entendimento dos seus filhos ( e eu hoje ri às gargalhadas a ouvir as declarações do Miguel) deve-se à mãe espantosa que tiveram. Só uma Helena para mais Sacadura Cabral o conseguiria. Boa estadia onde quer que ela seja. merece-a

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena:

De volta. Não, desta vez não estive no estrangeiro. Estive ausente de duas maneiras e por duas razões. A primeira, que está resolvida, espero, foi resolvida rapidamente, depois de um incómodo longo, uma isquemia. Tive um enfarte há vinte e um anos. Era novo, sim! Ah ce pauvre coeur, lui aussi, a ses raisons que la raison ne connoît point… E resolveu-se com uma angioplastia (já me estou a habituar - é a terceira que faço). A segunda razão da minha ausência tem a ver com uma espécie de retiro que fiz durante a campanha eleitoral (?), dedicando-me quase exclusivamente ao meu próximo livro, com prazo de saída marcado, publicado que está o "Censurado/Aprovado" em Dezembro passado. Ah, votei, sim, votei, sem convicção. Sou contra a abstenção e os votos em branco, acho que vão cair do outro lado, daquele que me desagrada ainda mais...

Merece que eu faça uma referência a um oásis na pobreza programática São Carlina. Estreou-se bem. Janeiro abriu a temporada com um belíssima produção da Kátia Kabanová, de Janácek. Até a Julia Jones (confundo-a sempre com a Julie Andrews, et por cause…)!

Et voici!

Bonne Année à tous!

Raúl.

Marcolino Duarte Osorio disse...

Honra lhe seja feita por conseguir ser tão nobre Abadessa desse Mosteiro tão heterogéneo. Admiro-vos, e respeito-vos!
Cumprimentos
MO