quarta-feira, 2 de junho de 2010

"Io sono l' amore"

Fui ao cinema ver "Io sono l' amore" cujo título aqui é a tradução literal, ou seja "Eu sou o amor". Trata-se de uma realização de Luca Guadaguino que também assina em parceria a trama.
Trama que é a da decadência de um família da alta burguesia e nada tem de original. Uma mulher mais velha da upper class, apaixona-se por um jovem cozinheiro amigo do filho e da mesma idade. Logo, dois tabús - amores entre classes sociais muito distintas e mulheres que enganam os maridos com amantes da idade dos filhos - que, hoje, quase já o não são...
Mas tudo o resto é belíssimo. Os cenários são fabulosos, a fotografia é excepcional e a música grandiosa.
Tem-se a sensação de estar a ver Antonioni, Fellini ou Visconti numa mistura verdadeiramente surpreendente. A cena com que o filme fecha é um desastre e não se percebe o que está lá a fazer. Estraga mesmo uma certa emoção que acompanha toda a película...
Vale mesmo a pena ver para perceber que o cinema italiano está bem vivo e que a Europa nesta área não é apenas a França e a Inglaterra.
Saí da sala confortada, pese embora tratar-se de um drama. É que a beleza continua a comover-me. Cada vez mais, felizmente!

HSC

10 comentários:

Zélia Santos disse...

Muito obrigada por partilhar as suas impressões. Pelo seu relato e descrição, fiquei ainda com mais vontade de ir ver.
Bem-haja!

Maré alta disse...

Olá, Helena.
Em que cinema se encontra o filme?
Cordialmente,
Célia Estêvão Estêvão

Ana Sofia Simões disse...

Helena, obrigada pelo conselho. Irei certamente segui-lo. Tudo o que faça lembrar Visconti vale a pena.
Identifico-me especialmente com a sua apreciação da beleza. Também eu, nos meus ainda jovens 23 anos, são uma apaixonada por tudo o que é belo e me desperta os sentidos. Talvez tenha levado isto ao extremo, ao licenciar-me em História da Arte e estar agora a acabar o Mestrado na mesma área, arriscando-me a um futuro precário. Mas enfim...mesmo que não estejamos em tempo de arriscar, julgo que ainda nos vai sendo permitido sonhar. E a beleza tem essa capacidade - faz-me sonhar e acreditar que fiz a escolha certa.
Obrigada por me fazer acreditar ainda mais.

Nuno Martins de Pina disse...

A nossa vida já é um drama.Ou será uma tragicomédia?Como não gosto de Dramas não vou vê-lo.

Helena Sacadura Cabral disse...

Maré Alta
Creio que apenas vai no Corte Inglês.

Maré alta disse...

Obrigado Helena pela informação.

Mariana disse...

tenho andando entusiasmada para ir ver um filme italiano, já que em setembro me mudo por 5 meses para a cidade de Milão! muito obrigada. Mariana

Helena Sacadura Cabral disse...

Aproveite bem. Milão é uma cidade maravilhosa, onde trabalhar é um gosto e viver um prazer...

Anónimo disse...

HSC, permita que lhe recorde a subtileza daquela fracção de segundos - que virá a desencadear a futura paixão de Emma/Tilda - em que ela prova a entrada preparada pelo jovem devastador do seu futuro.
Tanta arte no semblante da mulher onde se vê despertar uma nova forma de atenção ao criador de maravilhas gastronómicas.
Fiquei tão focada nesta cena e noutras semelhantes que até esqueci como acabou o filme.
Mas podemos sempre imaginar um final a nosso contento.

MC

Helena Sacadura Cabral disse...

MC
Ainda ontém ao jantar eu e o meu filho mais novo falávamos dessa cena, que é soberba!
Depois, a minha interpretação é que mãe e filho se apaixonam pelo mesmo homem. Aí, ele tinha dúvidas.
Eu não tinha nenhumas.
Além disso, no final, a filha compreende a mãe, mas não tem a coragem de a apoiar. Ao contrário da mãe que, apesar da dificuldade inicial, sempre a apoiou.
Não é um belíssimo filme?