quinta-feira, 4 de março de 2010

A pequena diferença...

Após anos e anos de luta pela igualdade de género em matéria laboral, ficámos a saber que a aproximação salarial se fez a um ritmo anual de 0,23% . Concretizando, diremos que em 1985 a diferença entre os salários dos homens e das mulheres era de 27% e que duas decadas e meia depois essa diferença se situa nos 21,6%. São dados do Ministério do Trabalho.
O que significa que os homens terão ganho mais 240,8 euros por mês do que as mulheres. Em termos anuais e considerando catorze vencimentos, a "mais valia masculina" representa 3370 euros.
Apesar de saírem mais mulheres do que homens da Faculdade e destas terem não só mais formação académica como melhores classificações, o certo é que não só ganham menos, como os lugares de topo ficam nas mãos masculinas. Há ainda outra descriminação que resulta, ao que se julga, da licença de maternidade que leva à preferência pelos homens. E isto apesar da lei permitir, hoje, ao pai gozar dessa faculdade...que raramente é usada porque "diminui" aquele que faz essa opção.
De facto, tudo vai mudando. Mas para as mulheres o ritmo é de zero virgula vinte e três pontos percentuais. Ou seja... à velocidade do caracol!

HSC

14 comentários:

Anónimo disse...

Pois, quando as diferenças se transformam e potenciam as desigualdades...
Mesmo sabendo que a conflitualidade nem sempre é para se resolver, e que se pode perpétuamente manter, enveredamos a maioria das vezes por um cair de braços que nos neutraliza, nos põe fora de combate, essencialmente empobrecemos o debate ao assumir a responsabilidade total por uma coesão/inibição Familiar?!...
Mesmo demonstrando que também corremos em velocidade e em maratonas, que compatibilizamos forças ou sinergias anímicas e físicas.
Enfim...
Só para dizer que também me custa a entender.
Isabel Seixas

Aidet Santa-Maria disse...

Por mais que não queira, sinto-me ofendida com a constatação da hipocrisia de tantos e tantos governos que por nós passaram em 25 anos. Mas nada como os numeros pra nos esclarecer.
Resumindo foram precisos 25 anos para haver uma redução de 5,4%.
Será que é mesmo uma convicção de que perante a lei somos todos iguais, sem excepção de sexo, raça, credo religioso, condição sexual, etc, ou terá sido esta uma medida de condescendência para com as "raparigas" que depois do 25 de Abril se entregaram a este desvario das reivindicações?

Aidet SM

Raúl Mesquita disse...

O assunto é "very touchy"! Há mulheres que ganham mais do que homens "ex aequo" no trabalho. É claro que, normalmente, são os homens que ocupam os cargos de administradores das grandes empresas. "Very touchy" este assunto ainda, no entanto. Algumas mulheres preferem as coisas desta maneira, especialmente as mulheres deles (dos administradores). Uma grande mulher é igual a um grande homem, "ab initio"! C'est un fait. Guerra de sexos, para quê? Desculpem-me Ladies, mas todos, Ladies and Men sabem muito bem do que estou a falar. Raúl.

Anónimo disse...

Sempre gostei do Alvorecer...

Se fosse eu a batizá-lo...
Chamar-lhe-ia... Renascer
Do dia
Ou Helena...Sacadura Cabral
Porque não?
Ou Francisco Seixas...
E matava dois coelhos de uma cajadada
Ou Margarida Pereira
Ou P. Rufino

Ostentaria o Amá-lo
Na forma... Prevalecer
Sorria
E não aconteceria o grande Mal
O mutismo coração
Nem promulgaria queixas
Sob configuração nenhuma de bruma
Amargurada
Plantaria sem espinhos a roseira
Estátua do destino

Essencialmente
Não ostentaria sinais exteriores
De riqueza
Que não aspiro nem sequer detenho
Em monogramas de plástico, não! Reciclável

Humildemente
Lembrar-me-ia Dos meus Senhores
Os da franqueza
Representativos Dos que me empenho
Referência verdade sustenta razão
Amigável...

Sempre gostei do alvorecer
Exatamente por Isso
Porque me faz renascer
Isabel Seixas

PS Como também, mas não só, o Fio de prumo

Anónimo disse...

Aqui há uns 2 dias, creio que num noticiário da SIC, vi um pequeno comentário sobre os números de licenciados a saírem das faculdades e quem tem melhores resultados escolares. E verificava-se serem as raparigas as melhores quer nos tais resultados, quer no número de licenciadas. Acrescentava o comentarista dizendo que em virtude disso o inevitável será progressivamente assistirmos a ver cada vez mais mulheres nos lugares de topo, quer nos ministérios, nas diversas carreiras, quer a governar-nos. E terminava com uma deliciosa, a meu ver, “boutade”: “ a suceder, se calhar um dia haverá uma comissão, ou ministério, para a igualdade, já não por causa das mulheres, mas por causa dos homens” - que, tudo indica, continuarão a ser menos no número, o que só vem complicar mais as coisas, ou perspectivas, para o futuro…deles! Sinceramente, é um “problema”, ou melhor, uma situação que nada me preocupa. Cada um deita-se na cama que fez. E pelos vistos, muitos jovens (rapazes) estão a prepara a cama onde se vão deitar no futuro. Quem sabe se pelo menos por este processo as mulheres vejam justiça a ser-lhes feita, já que, como aqui diz HSC, actualmente continua a existir muita desigualdade para com elas, neste “extraordinário país que é o nosso”. Já quanto ás licenças de parto, admito que haja ainda preconceitos por parte do elemento masculino. Mas também conheço casos, e vários, inversos. Este país, reconheça-se, ainda tem muito resquício machista. Até em pequenas coisas se nota. Por exemplo, raramente se vê uma mulher ao volante, com o homem ao lado. Só o tempo e sobretudo mentes abertas e cultas – e gente educada e com civismo - poderão contribuir para uma maneira de pensar diferente. Aguarde-se pois!
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Raúl
De facto há milheres a ganhar mais do que homens. Mas são poucas. E habitualmente nesses casos, as mulheres só ganham mais porque os ordenados dos maridos serão baixos...
Isabel
Lindo o poema, o conteúdo, a ternura. Que bom ter vindo aqui parar!
P. Rufino
É de facto um problema educacional. Mas que vai levar ainda muito tempo a resolver...

Raúl Mesquita disse...

Tem razão, Helena, mas eu tento não esquecer "o outro lado", e que não é assim tão pequeno, comparativamente falando, reconheço, o das mulheres que até gostam que os maridos ganhem imenso...

Aimez-vous Händel? Lembrei-me do excelente filme com a Ingrid Bergman, o Yves Montand e o Antonhy Perkings, "Aimez-vous Brahms?", sobre um livro da Françoise Sagan, lembra-se? Vi no Cinema Alvalade há muitos anos e lembro-me que foi uma das noites mais bem passadas com os meus pais. Lembro-me também que tinha dezassete anos. Por que digo isto agora? Porque se gosta de Händel, tem, no meu Blog, as minhas impressões sobre o Festival Handeliano a decorrer agora em Londres.

Abreijo,

Raúl.

Anónimo disse...

Enderecei-lhe um convite. em resposta à Sua pergunta, extensivo ao Sr. Embaixador. Maggie Pereira e ao P.Rufino...Na casa do sr. Embaixador capitulo "Mindlin"homenagem póstuma.
Isabel seixas

Anónimo disse...

Enderecei-lhe um convite. em resposta à Sua pergunta, extensivo ao Sr. Embaixador. Maggie Pereira e ao P.Rufino...Na casa do sr. Embaixador capitulo "Mindlin"homenagem póstuma.
Isabel seixas

Lura do Grilo disse...

Já vi um artigo que coloca as diferenças salariais entre homens e mulheres em valores muito mais reduzidos.

A mulher dedica mais tempo à família que é um trabalho dos mais nobres mas que o Estado não reconhece como devia.

http://www.libertaddigital.com/economia/las-mujeres-cobran-lo-mismo-que-los-hombres-en-igualdad-de-condiciones-1276385383/

Anónimo disse...

Permita-me discordar. Os homens não ganharam mais os 3.370 euros que refere. Alguns, poucos, muito poucos mesmo e algumas (ainda menos) mulheres ganharam esses 3.370 euros por cada mulher.
É o mercado (e todos os Belmiros e quejandos, deste país),que a Helena tão ferozmente defende,a funcionar.
Mal, como na maioria (cada vez maior) das vezes.
Mas não foi por isso que se esqueceu de referir que estava a falar em matéria laboraal PRIVADA.
Ou foi?
JASPC

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro JASPC
Limitei-me a referir dados do Ministério do Trabalho. Não fui eu que os arranjei.
E quem lhe disse que eu defendo ferozmente o mercado? Onde? Quando?
É que estou tão longe disso como estou dos planos quinquenais das outrora economias estatizadas!
Julgo que entre mim e os "quejandos" que refere há diferenças abissais. E, curiosamente, esse que refere até pertence ao grupo dos que "subiu a pulso"...

Anónimo disse...

Boa tarde Helena.
Por lapso, não pus a expressão ferozmente entre aspas. Peço desculpa pela interpretação literal. Não era a minha ideia.
Quanto aos números, não é isso que está em causa. É quem os provoca e isso não são "os homens" (todos).
Quanto à referência ao Sr. Engº que subiu "a pulso" não invalida a minha afirmação. Pode ter subido a pulso (embora a familia Pinto Magalhães não tenha a mesma opinião), mas que é um dos maiores fazedores dos números que cita, para mim é.
JASPC

Sandro disse...

Se a diferença fosse só nos ordenados, o mundo não seria tão mau... mas depois de escutar Isabel Allende neste discurso a diferença entre homens e mulheres no mundo é abissal.

http://www.youtube.com/watch?v=E11cDEr272Y