domingo, 28 de março de 2010

Ele há ideias más...

O título desta crónica é muito português. O "ele há" é uma expressão que uso com tanta frequência quanto os brasileiros usam o "saia justa". E têm, até, de certo modo, significados semelhantes.
Pois eu meti-me numa saia justíssima, quando decidi incluir nas biografias que estou a escrever, uma mulher da política do sec XX.
Na altura tive dúvidas - devia, aliás, ter ficado com elas - e pedi conselho aos especialistas da família, na esperança, vã, de que eles sabendo da minha ignorância e pouco apreço pela matéria, me ajudassem na escolha ou me dissuadissem da ideia.
Entre Indira Gandi e Golda Meïr, a opção foi por esta última, "cuja vida dava (e deu) um filme", diziam os sabedores. Pois bem, fiquei a saber que nunca se deve pedir conselhos a especialistas...
Foi um berbicacho dos grandes aquele em que me meti. A vida pessoal desta mulher esvai-se na sua vida pública. E esta não era a que me interessava mais.
Mas tive um benefício. Fiquei a perceber melhor um conflito que se arrasta há anos e de que, afinal, eu conhecia menos do que pensava. Mas que "ele há ideias más", lá isso há. Foi o caso!

HSC

6 comentários:

Blondewithaphd disse...

Deixe lá, pode até ser que não tenha sido uma ideia assim tão fora de tudo. Eu vi o filme, aposto que vou preferir a leitura...

Anónimo disse...

Curiosamente, acho Indira Gandi mais fascinante.
P.Rufino

Helena Oneto disse...

Helena,
Biografias de Mulheres que deixaram marca no mundo escrito por uma Mulher que marca a sua géração é para ler! Se por acaso o vier apresentar em Paris, lá estarei.

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena:

Vou obedecer à ordem cronológica: começo pelo seu Post das 00:30 (modernaço) de ontem e sigo para as 20:36 (estes dois pontos suíços não são irritantes!? Parece que piscam...)

Bem, vou fazer uma confusão, mas pensada: concordo com o P.Rufino porque prefiro a Indira Gandhi, porque nunca ultrapassei a "visão" da Golda Meir na pele da Ingrid Bergman, já decadente, doente poor soul! Quem a viu em palco em 1973 em Londres, elegante, ainda muito bonita, sem aquele carrapito e sem sapatos rasos de atacadores (já vamos aos seus sapatos, Helena Dear)na pele kibbutziana de um país que ninguém sabe bem o que é, soyons honêtes, só pode preferir a Indira, nesta base, note-se...

A Ingrid B., em 1973, na "Constant Wife", no West End, sem platform shoes, na brilhante peça de Bernard Shaw também merece triplamente o meu aplauso. Eu preveni que ia lançar um pouco de confusão...

Passo ao seu outro Post.

Raúl.

Sandro disse...

Pois eu acho a Golda Meir mais fascinante... uma mulher que esteve no centro de tantas decisões durante o Yom Kippur, num país tão recente e numa altura em que poucas mulheres estavam ligadas aos altos cargos políticos... uma pioneira.

Helena, deixo aqui um vídeo da Barbra Streisand (conduzida por Zubin Mehta) à conversa com Golda Meir, seguido do hino israelita.

http://www.youtube.com/watch?v=8uPHaioopKM

Aidet Santa-Maria disse...

Cara Helena

Fico então à espera desse livro de biografias. Acha mesmo que não voltará a tentar as biografias de mulheres politicas? Não se sente tentada a biografar Indira Ghandi? Conhecemos tão pouco de mulheres asiaticas marcantes...

Aidet Santa-Maria