domingo, 17 de janeiro de 2010

Nove

Neste fim de tarde de um Domingo pastoso, em que nada do que escrevi se aproveita, cedi ao convite filial - eles andam cheios de cuidados comigo, o que significa que vêm aí tempos difíceis para mim - e fui ao Londres ver o "Nine".
Um musical belíssimo com um naipe de actrizes de matar de inveja qualquer realizador, excepto Rob Marshall que o fez. O que mais me tocou no filme foi o ritmo, a cor e a fotografia. Para além, claro - e, talvez, o mais importante - do retrato de uma época que eu vivi intensa e gostosamente. Ter nascido cedo traz destas vantagens: poder-se comparar o que fomos com o que somos. Como musical que é, não tem um roteiro "engagé". Aliás - e cada vez mais -, os filmes de autor, egocêntricos e destinados a uma pequena minoria que sobre eles filosofa, cansam-me extraordinariamente, hoje em dia.
"Nove" é uma homenagem a Fellini e o título é uma forma de continuação do seu "8 1/2" que, julgo, ninguém esquecerá. Portanto, estão lá todos os ingredientes para obter um bom resultado, no pano de fundo dessa terra magnífica, que é a Itália.
E o actor principal, Daniel Day Lewis, que me irritava bastante, conseguiu, em homem torturado, insano e cheio de talento, conciliar-me com ele.
Afinal, o Domingo improdutivo, sempre permitiu este post. Podia ser pior!

HSC

5 comentários:

Anónimo disse...

A sua, de DDL, interpretação em " The Last of the Mohicans" foi excelente, convenhamos. Um grande filme. E com a participação da bela e igualmente excelente actiz Madeleine Stowe.
P.Rufino

Raúl Mesquita disse...

Vou ver. Raúl.

Anónimo disse...

Muito bom dia,
Também estou a pensar ir vê-lo... Embora o 'Up In The Air', o próximo a ser exibido, me chame muito mais a atenção. Enfim, apesar do seu (apenas?!) George Clooney, parece-me que tem um significado forte por detrás, muito na base da explicação dos rumos das vidas de hoje em dia, que se centram cada vez menos naquilo que a vida tem de bom e se acomodam às rotinas, necessárias, mas que vividas com aquela serieadade pouco saudável acorrentam os espíritos.
Gosto muito de a ler aqui! A minha mãe adora-a, diz sempre que é uma Senhora, e de vez em quando cozinha um prato seu (temos um livro seu de cozinha que é óptimo!). :)
Quando possível (sou estudante universitária de Gestão e tempo é bem que tenho dificuldade- se tenho!- em gerir) vou tentar comentá-la também! Um dia crio um blog decente, uma das minhas paixões de sempre é escrever.
Cumprimentos, e uma boa semana,
Mariana de C.

Helena Sacadura Cabral disse...

Mariana, gerir o tempo é, talvez, a mais difícil das gestões, porque exige diciplina férrea, definição rigorosa de prioridades entre afectos e responsabilidades, e direito à preguiça.
Levei muitos anos a aprender e ainda sei muito pouco. Mas quando morrer vou ter todo o tempo do mundo...
Dos dez livros que tenho editados dois são de cozinha, um dos meus hobbies afectivos. Possivelmente o que tem é "Cozinha à minha maneira". Aconselho-a a experimentar as receitas do que escrevi depois titulado "Dieta à minha maneira". São ótimas e não deixam engordar!
E, sobretudo, faça o favor de colocar aqui os seus comentários que eu terei um enorme prazer nisso!
Diga à sua Mãe que lhe mando um abraço.

Helena Sacadura Cabral disse...

Raúl vá ver o filme, sim!