quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Memórias de um leão

Creio já ter dito aqui que não faço parte daqueles que entronizam a família Kennedy. Mas reconheço que a saga desta gente é tudo menos banal.
No último L' Express vêm publicados excertos de um livro agora editado em França pela Alban Michel, sobre a vida de Edward, o mais novo dos irmãos. Ted, como era conhecido, seguiu as pegadas familiares e tornou-se uma figura emblemática do Partido Democrata, eleito pelo Massachusetts.
Morreu recentemente de um cancro e sem ter visto realizado um dos seus maiores sonhos: a adopção pelo Senado da reforma do "seguro de doença", permitindo que a maioria dos americanos beneficiasse, a partir deste ano, duma cobertura social.
O "enfant terrible" da dinastia Kennedy, amante dos prazeres que as mulheres e o vinho proporcionam veio, afinal, a revelar-se como um daqueles homens cujo destino fica, por si só, ligado a uma importante parte da história dos Estados Unidos do século passado. E isto, apesar dos seus valores - herdados do pai e do avô - terem uma notória influência europeia.
Mesmo para aqueles que, como eu, não apreciam o clã, é indicutível a qualidade dos excertos publicados, que permitem confirmar que a vida acaba sempre por valorizar aqueles que se não recusam a aprender a vivê-la.
Para quem se interesse por biografias é uma história aliciante. Ted levou mais de dezoito anos dedicados à escrita deste livro que, na edição original, tem o título "True Compass. A memoir"e cujos primeiros exemplares foram entregues, na sua casa, poucas horas depois do leão do Senado falecer. A sua leitura vale, francamente, a pena!

HSC

2 comentários:

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena, o clã Kennedy é dos fenómenos mais estranhos do século XX. Estranho porque real, não é ficção de novela. O Pai, esse parece que fez dinheiro durante a lei seca, mas chegou a embaixador dos EUA auprès de la cour de Westinster. Estróinas, mas finos (ou tornaram-se, isso não sei, mas é indiferente) e principalmente, como católicos, tiveram algumas preocupações sociais que os protestantes, na minha opinião, não têm com o seu " horribilis laissez faire, laissez passer!" E depois são perseguidos na vida com assassinatos, desastres de avião... Há famílias a quem cabe a má sorte. Conheço algumas. É horrível!

Abreijo do Raúl.

P.S.Sem querer ser muito maçador, gostava muito de ter a sua opinião sobre a minha última resposta a um comentário que me feziram sobre (ainda) a Carmen. Obrigado.

Raúl Mesquita disse...

Earrata: ...Westminster...

que me fizeram...