domingo, 31 de janeiro de 2010

Invictus

Já aqui disse que gosto muito de Clint Eastwood. Do homem e do cineasta. De alguém que tem sabido envelhecer. E, cada vez que vejo o que se pode admitir ser a sua última obra, continuo a ficar surpreendida. Aconteceu ainda ontém, com o seu filme Invictus, que conta a história de um clube de rugby da África do Sul, no tempo em que Mandela era o Presidente do país.
É um filme lindíssimo. Morgan Freeman tem o papel da vida dele e a sua interpretação impressiona.
Quando vemos o cafre em que aquele homem passou 27 anos da sua existência e assistimos ao seu discurso de tolerância e de perdão, é impossível não nos sentirmos envergonhados por tal ter podido acontecer no seculo XX.
Eastwood não tem medo das palavras. Nem do que elas representam. E usa as imagens para tornar aquelas mais claras ou mais chocantes. A história serve para vitoriar Mandiba - o nome pelo qual os amigos tratavam o Presidente -, mas também para chamar a atenção de todos nós, para as diversas formas que o racismo pode revestir. E serve, também, para recordar o poema de William Henley, que dá título ao filme, e que eu não resisto a reproduzir:

Out of the night that covers me
Black as the pit from pole to pole
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul

In the fell clutch of circumstance
I have not vinced nor cried aloud
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed

Beyond these place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid

It matters not how strait the gate
How charged with punishements the scroll
I am the master of my fate
I am the captain of my soul

Foi este poema e, sobretudo as duas últimas estrofes, que deram força a Mandela sempre que o desespero se apossava dele!

HSC

3 comentários:

António de Almeida disse...

Fomos ao cinema assistir ao mesmo filme, mas vimos de facto o mesmo filme. Concordo com tudo o que escreveu.

GONIO disse...

Também ontem fui ver este magnífico filme.
Através da força serena de Mandela (magistralmente interpretado por Morgan Freeman) percebemos que é possível muito mais quando de nós esperam pouco.
Sem dúvida, um dos GRANDES filmes de 2010.

CLÁUDIA disse...

Estes dois mestres (Clint Eastwood e Morgan Freeman) já nos habituaram a um nível de excelência.

Fui ver o filme ontem, cheia de expectativas, e saí da sala de cinema emocionada e rendida.

***