sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Como já se esperava...

Confesso que apanhar debates televisivos e crises nos meios audio visuais não é pera doce para ninguém em vésperas de duas eleições. Muito menos para aqueles que, como eu, ainda estão a adaptar-se ao "estranho mundo do trabalho"...
Não me pronuncio sobre o primeiro debate entre o presidente do CDS e o Primeiro Ministro, como bem se compreenderá. Já sobre a "conversa de café" entre Jerónimo e Louçã, fiquei esclarecida. Sobretudo acerca daquilo que os uniu. Adiante. Veremos o que se segue.
O que já pairava no ar mas não se esperava fosse tão rápido, foi o que aconteceu na TVI. Não pretendo fazer do tema processo de intenção, mas que soa mal o que se passou, isso não restam quaisquer dúvidas.
Não interessa se Moura Guedes fazia ou não o que se desejava que fizesse. Cada um de nós era livre de ligar ou não o canal 4. Mas a forma como a pivot de sexta feira foi afastada é tudo menos correcta. E se há uma Autoridade para a Comunicação Social, ela tem a obrigação indeclinável e estrita de apurar responsabilidades.
Mas há um outro aspecto, a meu ver, igualmente grave. É a intromissão de um país estrangeiro no assunto. A ordem terá vindo, ao que a imprensa informa, de Madrid, nesta terça feira. E uma intervenção destas no conteúdo dum jornal nacional, é algo que merece reflexão profunda. Porque pode repetir-se se não for exemplarmente julgada!

H.S.C

8 comentários:

Anónimo disse...

Intromissões de um país estrangeiro em Portugal não é novidade (nem recentemente, nem históricamente). E esta até é mesmo irrelevante ( a ter sucedido). Na Base das Lajes, em 1973, os EUA (Kissinger) impuseram a utilização da Base para o conflito que então eclodia no Médio Oriente. Contra a vontade inicial portuguesa. E houve outros casos. Não morrendo de amores por Sócrates, há muito de hipócrita nestas lamechices de apoio à TVI/MMGuedes. Rangel é capaz de ter razão. Os governos PSD/CDS já fizeram, também, coisas semelhantes no passado. Quanto aos debates, e que dizer do primeiro?
DiogoTávora,
Coimbra

Helena Sacadura Cabral disse...

Em 1973 não surpreende muito que assim tivesse sido.
Quanto aos outros , em democracia, já serão diferentes. E, como calcula, não terei tido receio algum de denunciar os que à época me chocaram. Fi-lo em tempo oportuno e com os meios de que dispunha. Julgo, aliás, poder dizer-lhe que falta de coragem na assumpção do que penso, não será defeito meu. Justamente porque só dependo de mim e do meu trabalho. Não das prebícias da política.

Não sou amiga pessoal de Moura Guedes ou do marido e não faço parte daqueles que com eles trabalharam. Mas não apreciei o modo como as coisas se passaram. Baseada, apenas, no que a imprensa publicou. Se o senhor Diogo Távora tem outros meios informativos, então, ajude-nos a ser mais justos e dê-nos deles conhecimento.
Quanto ao primeiro debate que refere, seria de um profundo mau gosto da minha parte, que sou mãe de um dos intervenientes, tecer quaisquer comentários ao mesmo neste espaço. Talvez fosse muito animado para um certo tipo de imprensa. Não é, todavia, o meu estilo.
Mas vejo que gostaria que eu o tivesse feito. Lamento desiludi-lo.
Finalmente, conheço e sou amiga do Emídio Rangel. Mas esse facto não me leva a estar sempre de acordo com ele. Todavia, quando todos o atacavam, eu defendi-o. E fá-lo-ia de novo. Porque prezo a sua inteligência e tive a oportunidade de trabalhar com ele. E de com ele ter aprendido bastante.

Anónimo disse...

Não a sabia mãe de um dos intervenientes. Aqui ficam as minhas desculpas. Quanto ao que classifica de “conversa de café” e o “ter ficado esclarecida”, relativamente ao segundo debate, transparece algum desprezo político pelos participantes, que não conseguiu esconder, ou estarei enganado?
Diogo Távora.

Helena Sacadura Cabral disse...

Desprezo jamais, embora a expressão esteja, hoje, um pouco gasta pelo Ministro Lino.
Pode não se gostar do estilo de Francisco Louçã - e eu não gosto - mas trata-se de um político de inteligência fora do comum e de grande competência técnica. Como sou economista sei do que falo. E não me furto a incluí-lo na bibliofrafia das aulas que dou na Universaidade.
Quanto a Jerónimo de Sousa nutro por ele bem maior simpatia do que a que tinha pelo seu antecessor Doutor Carvalhas. É um homem da linha dura do PCP, mas tem a imensa virtude de ser um homem do povo comum, que fala para todos aqueles que o queiram ouvir e não apenas para uma elite. Não lhe dou o meu voto, mas tenho respeito pelo seu discurso.
Quando me referi a "conversa de café" fi-lo no sentido de esclarecer que, do meu ponto de vista, não se tratou de um debate -ambos estavam apenas interessados em atacar Socrates - mas de um diálogo entre duas pessoas que se posicionavam do mesmo lado da barricada, a esquerda. E embora sendo de famílias partidárias diferentes, tinham objectivos similares. Logo, não fiquei esclarecida sobre o que os dividia e apenas no que os unia...
E esse não era o meu obectivo ao ouvi-los. Nem creio que fosse o que se pretendia.
Finalmente e para que se sinta totalmente à vontade, esclareço-o de que também sou mãe do Miguel Portas. Como vê, a diversidade é o lema aqui em casa. Felizmente, a meu ver!

Teresa Santos disse...

Passo a "correr" só para desafiar a minha Amiga a participar num desafio que tenho no meu blog.

Por razões óbvias, e que compreenderá se passar por lá, gostaria muito da sua participação.
Fica o convite.

Abraço amigo.

Helena Sacadura Cabral disse...

Assim farei cara amiga!

Lura do Grilo disse...

Não tenho problemas em afirmar que o Paulo Portas esteve bem mas podia ter estado melhor. Bastaria ter desmistificado a passagem pelo governo de Durão pois este herdou "o pântano".

Quanto ao debate Sócrates-Jerómino parecia uma conversa em família e, fora as gravatas, nada mais vai ser lembrado. As políticas de ambos é do rapa-tira-põe-deixa.

Anónimo disse...

Tem toda a razão minha cara Helena.
Se não for julgado este caso exemplarmente, irá repetir-se concerteza. Mas a Justiça portuguesa anda pela rua da amargura e dá a sensação que não existe há muito tempo. Caso contrário, o nosso País não teria chegado a este ponto de injustiças. Todos os casos mediáticos foram parar á prateleira.
Os Media levam o País ao descalabro total.

Beijinho :)