segunda-feira, 20 de julho de 2009

É difícil acreditar...

O caso D. Branca foi detalhadamente contado nos jornais da época e até deu origem a um filme. Não nos podemos queixar, assim, de falta de informação.
Acabo de ler nos jornais de hoje - não queria acreditar - que proliferam mais casos idênticos.
Um, cujo responsável tem nome, A. Caetano e Silva, estava estabelecido no Centro Comercial Sommer, em Almada, na loja 12. O outro, cuja identidade se ignora, pratica, ao que consta, este tipo de negócio financeiro, na Estrada de Benfica. Possivelmente, entretanto, já se mudou.
Só para "abrir o processo de empréstimo" pagavam-se centenas de euros. Para o resto, não só se exigiam juros elevadíssimos como a garantia de letras assinadas em branco. Estas constituem, claro, títulos de dívida executáveis, sem que o dinheiro correspondente tivesse, alguma vez, chegado a ser entregue.
São vários os lesados e a polícia desconhece o paradeiro de Caetano e Silva. Ignora-se se tem conhecimento, sequer, do outro. Para não dizer de outros...
Claro que, para que tudo isto possa acontecer, terá havido papalvos que entregaram o seu dinheiro a gente desta, a troco de altas remunerações. Também ignoro se a polícia pensou neste aspecto da questão...
O que, de facto, é surpreendente, direi mesmo chocante, é que depois da D. Branca ou dos jogos de Pirâmede, estes negócios continuem a existir na maior impunidade. Mas se assistimos aos casos rocambolescos dos BCP, BPN e BPP, como é que estes, tão simples e populares, não hão-de continuar a existir? Será que vivemos num país em que as autoridades competentes são cegas, surdas...e mudas? Ou será, como sói dizer-se, "consequência da crise"?!
H.S.C

6 comentários:

Jorge Martins disse...

Também pensei o mesmo, mal li o titulo da noticia no JN.. Impressionante como a avidez por dinheiro de algumas pessoas lhes tapam os olhos tão facilmente!
Quem acredita como os do Madoff que numa época destas, 10% de lucro ao mês é possível. Não esporadicamente, mas ali sustentadamente durante meses e meses..
Depois viram coitadinhos..
"De esmola grande, até o pobre tem medo!"

Helena Sacadura Cabral disse...

O nosso problema são os remediados...

Abraço

Teresa Santos disse...

É da crise!...
As autoridades responsáveis, quaisquer que sejam, ficaram surdas, cedas, mudas, e não só!
E aqui temos o retrato da evolução do nosso País.

Abraço amigo.

Sonhadoremfulltime disse...

Comentários para quê?
Estamos no nosso cantinho à beira-mar plantado.
Aqui tudo é permitido... mas só para alguns...

Um abraço

JC

Helena Sacadura Cabral disse...

O problema é que quando mudam...fica tudo na mesma.
Nós, ao contrário nem sequer na mesma ficamos. Ah! sorte malvada, diria uma antiga "empregada doméstica" minha que, ao tempo, se chamava de criada!

Anónimo disse...

As autoridades só tomam conhecimento destas actividades quando os lesados se queixam, por esse lado estamos bem.
O que me choca é ainda haver papalvos gananciosos que acreditam na multiplicação fácil do pilim.
Aconselho todos os papalvos a deixarem de ser ganaciosos...

Paulo Calvo