domingo, 31 de maio de 2009

Acontece...

Ontem cheguei a casa e, ao ligar a TV, zás, catrapáz, apanhei de seguida os dois infantes. Primeiro um, logo o outro.
Rumei ao frigorífico para me retemperar da intempérie. Comi tudo o que não devia e me faz mal. Pronto, paciência. Mas acalmei.
Pus-me, de imediato, pronta para a indispensável terapia: Bach e arrumações. O primeiro bem alto. As segundas bem baixas, porque me atirei a tudo quanto eram armários e gavetas junto ao solo.
Decorrida uma hora, terminada a peça musical, voltei-me para o Coltrane e para um passado amontoado em pastas de documentos. Foi-se o divórcio - ufa! que demorei -, foi-se a empresa que já tinha fechado há dez anos, foram-se umas cartas, enfim, foi-se um bocado, desnecessário, de mim! E com tudo isto haviam voado perto de três horas. No lixo estavam três sacos cheios. Confesso que me sinto, desde ontém, mais aliviada...
Acontece a todos. Mas comigo é mais em campanhas eleitorais. Com as duas que se avizinham, talvez deixe, mesmo, de existir!


H.S.C

9 comentários:

JS disse...

Quem me dera ser assim...eu fico-me pelo frigorifico!!!

Um abraço.

Anónimo disse...

Compreende-se....Não deve ser nada fácil para uma Mãe....
Cumprimentos e ...muito Bach!
;o)
mhmalhoa

margarida disse...

Minha querida Milady, que é uma heroína!...
Sempre que os vejo lembro-me de si. Sempre. 'Como se sentirá?'; 'Que mal aquilo lhe fará?' e outras interrogações do género...
Como deve viver angustiada, às vezes!...
Esse duro lado da exposição ao mundo compensará as alegrias que tal também proporciona?... Não sei...
E isso vai ser especialmente duro até final do ano!...
A reacção que descreve é que é completamente distinta da que seria a minha; eu cá fechava tudo e hibernava! Nem um pio, nem uma luz! Muito menos arrumar gavetas (até me dói, detesto isso!...), pelo que acumulo memórias até à escola primária...
Dupla heroína, pois!
Xi-coração - estamos consigo!

Filipa M. disse...

Adorava encontrar ânimo para fazer as arrumações que também preciso. Coloco Bach a tocar e ou fico perdida a olhar para um quadro,para uma flor, para o vazio ou agarro num livro e esqueço que existe mundo para além do espaço em que me encontro.

Anónimo disse...

Cara Helena, bons gostos esses do Barroco Bach (em Harpa é maravilhoso de se ouvir!) e do J.Coltrane. Mas isso de arrumar tem riscos. Aqui há uns tempos deitei fora o que não quis e foi uma grande maçada! Também sou um pouco distraído e é o Diabo!
P.Rufino

Anónimo disse...

Confesso que estou um pouco como a Margarida: sempre que "os vejo" lembro-me de si. Sao duas fortes razões para sentir orgulho em ser mãe! Cordialíssimo abraço!
P.Rufino

Pitucha disse...

Concordo em absoluto com a terapia de deitar fora! Faço isso de vez em quando! Deito fora bocadinhos do passado com a esperança de que a memória fique agarrada aos papéis rasgados.

Unknown disse...

Vejamos a coisa pelo lado positivo: esta mãe não se pode queixar de não saber por onde andam os filhos durante o dia :-) é só ligar a televisão!!! Eu vejo-me grega para saber por onde andam os meus... :):)bjs IF

hfm disse...

das terapias