terça-feira, 31 de março de 2009

Silva Lopes

Tenho um imenso respeito e estima pelo Dr. Silva Lopes. Fui sua colega no princípio da nossa carreira, no Ministério da Economia e, mais tarde, sua subordinada no Banco de Portugal . Pertence ao trio de economistas que, em conjunto com os Professores Luis Teixeira Pinto e Manuel Jacinto Nunes, mais me ensinaram e influenciaram. Se continuo profundamente ligada à carreira que escolhi deve-se, em boa parte, às suas tutorias.

Ontém Mário Crespo, no seu programa, entrevistou-o. Como não podia deixar de ser a conversa foi sobre a actual crise e as formas de a atacar. O retrato foi claro. Portugal gasta cerca de 10% mais do que produz e vive, por isso do crédito externo. Se um dia esse crédito falhar, ele nem quer pensar no que nos aconteceria...

Só que esse crédito está cada vez mais caro e o serviço da dívida cada vez mais difícil. Piores que nós só a Grécia e a Irlanda cujos juros pagos são superiores aos nossos. Ele admite que a contração do PIB possa vir a atingir 2,5%. De facto, quer o consumo quer as exportações estão a retrair-se. O investimento, como se sabe, vai pelo mesmo caminho.

Embora apoie as medidas tomadas pelo governo, é clara a sua preferência pelo investimento público em obras de pequeno porte. Que ajudariam, no imediato, o emprego e as empresas sem ir sobrecarregar as gerações futuras que, neste momento, não podem decidir. Ou seja, prefere a construção e reparação de escolas, por exemplo, a projectos como o TGV ou a terceira ponte sobre o Tejo, cujos elementos de análise crítica estão longe de serem conhecidos.

Silva Lopes tem a enorme vantagem de já ter dado provas da sua competência num dos mais difíceis períodos que Portugal atravessou. Pode, portanto, falar e ser ouvido. Além de dever ser levado muito a sério, porque não pertencendo a partidos, é um homem cuja formação não é de direita. Pelo contrário.

Mais uma vez pude comprovar, nesta conversa, como a idade, no seu caso, só aprimora as qualidades que antes sempre lhe reconheci. Talvez porque não sou de direita nem de esquerda. E tendo dificuldade em me rever no leque partidário actual, sou muito sensível a quem tem a coragem de pensar e dizer, sempre, sem espartilhos, o que considera melhor para Portugal!

H.S.C


1 comentário:

Anónimo disse...

SILVA LOPES, com 77 ( setenta e sete ) anos de idade, ex-Administrador do Montepio Geral, onde saiu há pouco tempo com uma indemnização de mais de 400.000 euros, acrescidos de varias reformas que tem, uma das quais do Banco de Portugal como ex-governador, logo que saiu do Montepio foi nomeado Administrador da EDP RENOVAVEIS, empresa do Grupo EDP.

Com mais este tacho dourado, lá vai sacar mais umas centenas de milhar de euros num emprego dado pela escumalha politica do governo, que continua a distribuir milhões pela cambada afecta aos partidos do centrão.

Entretanto o Zé vai empobrecendo cada vez mais, num pais com 20% de pobres, onde o desemprego caminha para niveis assustadores, onde os salários da maioria dos portugueses estão cada vez mais ao nivel da subsistencia.

Silva Lopes foi o tal que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competividade da economia portuguesa. Claro que para este senhor, o congelamento dos salários deve ser uma atitude a tomar, ( desde que não congelem o dele, claro ).

Quanto a FERNANDO GOMES, mais um comissário politico do PS, recebeu em 2008, como administrador da GALP, mais de 4 milhões de euros de remunerações. Acresce a isto um PPR de 90.000 euros anuais, para quando o " comissário PS " for para a reforma. Claro que isto não vai acontecer pois, tal como Silva Lopes, este senhor vai andar de tacho em tacho, tal como esta cambada de ex-politicos que perante a crise " assobia para o ar ", sempre com os bolsos cheios com os milhões de euros que vão recebendo anualmente.

Estes senhores não tem vergonha na cara ?